Para as empresas chinesas que temem as tarifas dos Estados Unidos, a grande diferença entre o primeiro e o segundo mandato do presidente Donald Trump é o surgimento da inteligência artificial generativa.
As empresas chinesas estão a todo vapor. Quase todos os dias, nas últimas duas semanas, uma empresa chinesa anunciou um novo produto de IA — ou como estão ganhando dinheiro com a tecnologia.
Para citar algumas:
A empresa de vídeos curtos Kuaishou anunciou na terça-feira (25) que sua ferramenta de IA para gerar vídeos, Kling, arrecadou mais de 100 milhões de yuans (US$ 13,78 milhões) desde seu lançamento no verão passado.
Na semana passada, o Tencent atualizou seu modelo de IA para gerar visuais 3D — que podem ser usados em jogos ou para impressão 3D — e lançou a versão completa de seu modelo de raciocínio Hunyuan T1.
Algumas semanas antes, o Tencent havia integrado o T1 ao seu aplicativo de chatbot Yuanbao, que também permite que os usuários acessem o R1 da DeepSeek.
Os usuários ativos diários do Yuanbao aumentaram 20 vezes em apenas um mês, disse o Tencent na semana passada. A empresa também compartilhou como alguns agricultores usaram o aplicativo de IA para analisar as condições do solo para o plantio.
Na segunda-feira, a Baidu lançou ferramentas para as pessoas construírem sites e jogos simples com comandos conversacionais, em vez de precisarem escrever código. A Kunlun Tech, dona do navegador Opera, atualizou na quarta-feira seu aplicativo Mureka, que utiliza IA para gerar música.
Como um centro de manufatura, a China tem “grandes vantagens em termos de IA ‘física'”, já que o país possui muitas máquinas capazes de coletar dados valiosos para treinar modelos específicos para a indústria, disse Maxwell Zhou, CEO da empresa de software de direção autônoma DeepRoute.ai, à CNBC na sexta-feira, em mandarim, traduzido pela CNBC.
A DeepRoute.ai, lançada em 2019, anunciou na semana passada que está construindo um sistema para veículos autônomos de entrega enviarem pacotes com simples comandos de voz, como “pegue o café desta loja e envie para o apartamento.”
Zhou afirmou que espera que o sistema esteja operacional na China no início do próximo ano.
Embora não seja claro quais empresas de IA terão sucesso, analistas esperam que as empresas chinesas tenham mais chances de se destacar com o auxílio de aplicativos de IA. Ferramentas de IA podem reduzir custos para as empresas e compensar parte do impacto de uma desaceleração econômica.
O impacto combinado da tecnologia está elevando as expectativas de crescimento dos lucros corporativos na China para o próximo ano, afirmou Ding Wenjie, estrategista de investimentos para investimentos globais da China Asset Management.
Os lucros indicarão se a economia está realmente se recuperando, especialmente sob a pressão das tarifas e outras restrições comerciais.
Em fevereiro, o Goldman Sachs estimou que um aumento de 20% nas tarifas dos EUA sobre os produtos chineses poderia reduzir em 5% os lucros corporativos chineses, em termos de dólares de Hong Kong.
A questão mais importante para os EUA e a China, no entanto, vai além das tarifas.
Após uma visita à China esta semana para uma conferência, o colunista do New York Times Thomas Friedman concluiu que não eram as tarifas ou Taiwan que os presidentes dos EUA e da China precisavam discutir imediatamente, mas sim a IA que é tão inteligente quanto os humanos e permeia o mundo.
O autor de “O Mundo é Plano” comparou uma possível colaboração entre os EUA e a China em IA ao acordo de controle de armas nucleares entre a União Soviética e os EUA.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
