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O que é DeepSeek, a IA da China que desbancou o ChatGPT na App Store

Publicado 27/01/2025 • 14:52

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • A startup chinesa de inteligência artificial DeepSeek assumiu nesta segunda-feira (27) o lugar cobiçado da OpenAI como o aplicativo gratuito mais baixado nos Estados Unidos na App Store da Apple, destronando o ChatGPT com seu assistente de IA.
  • As ações globais de tecnologia sofreram quedas e estavam a caminho de eliminar bilhões em valor de mercado.
  • A DeepSeek foi fundada em 2023 por Liang Wenfeng, cofundador do High-Flyer, um fundo de hedge quantitativo focado em IA.
Deepseek

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Nikolas Kokovlis/NurPhot via Reuters

A startup chinesa de inteligência artificial DeepSeek assumiu nesta segunda-feira (27) o lugar cobiçado da OpenAI como o aplicativo gratuito mais baixado nos Estados Unidos na App Store, da Apple, destronando o ChatGPT com seu assistente de IA.

Ainda na segunda-feira, a DeepSeek anunciou que limitaria temporariamente os registros de novos usuários “devido a ataques maliciosos em larga escala” aos seus serviços, embora os usuários existentes possam continuar acessando normalmente.

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Líderes do setor de tecnologia, analistas, investidores e desenvolvedores acreditam que o hype — e o consequente medo dos EUA de ficar para trás no sempre volátil ciclo de inovação em IA — pode ser justificável.

Especialmente na era da corrida por inteligência artificial generativa, em que gigantes e startups de tecnologia competem para garantir que não sejam deixados para trás em um mercado que deve ultrapassar US$ 1 trilhão em receita na próxima década.

Afinal, o que é a DeepSeek?

A DeepSeek foi fundada em 2023 por Liang Wenfeng, cofundador do High-Flyer, um fundo de hedge quantitativo focado em IA.

A startup de IA teria surgido em abril de 2023, como uma unidade de pesquisa em IA do fundo, para se concentrar em modelos de linguagem avançados e alcançar a inteligência geral artificial (AGI) — uma área da IA que iguala ou supera o intelecto humano em diversas tarefas, objetivo que a OpenAI e suas concorrentes afirmam perseguir rapidamente. Segundo analistas da Jefferies, a DeepSeek ainda é totalmente controlada e financiada pelo High-Flyer.

O burburinho em torno da DeepSeek começou a ganhar força no início deste mês, quando a startup lançou o R1, seu modelo de raciocínio que rivaliza com o o1 da OpenAI.

Ele é de código aberto, ou seja, qualquer desenvolvedor de IA pode utilizá-lo, e rapidamente chegou ao topo das lojas de aplicativos e rankings do setor, com usuários elogiando seu desempenho e capacidades de raciocínio.

Como outros chatbots chineses, o DeepSeek tem limitações ao ser questionado sobre certos tópicos. Por exemplo, ao ser questionado sobre algumas políticas do líder chinês Xi Jinping, ele supostamente direciona o usuário para longe dessas linhas de questionamento.

Outro ponto-chave da discussão: o modelo R1 da DeepSeek foi desenvolvido apesar das restrições dos Estados Unidos às exportações de chips para a China, implementadas três vezes nos últimos três anos. As estimativas variam sobre o custo exato do R1 ou a quantidade de GPUs utilizadas.

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Analistas da Jefferies estimaram que uma versão recente teve “custo de treinamento de apenas US$ 5,6 milhões (assumindo custo de aluguel de US$ 2 por hora de H800). Isso é menos de 10% do custo do Llama, da Meta.”

Apesar dos números específicos, os relatórios concordam que o modelo foi desenvolvido a uma fração do custo de modelos concorrentes da OpenAI, Anthropic e Google.

Como resultado, o setor de IA está repleto de questionamentos, incluindo se os crescentes ciclos de financiamento bilionário da indústria são realmente necessários — e se uma bolha está prestes a estourar.

As ações da Nvidia caíram quase 16% na segunda-feira, enquanto a fabricante de chips ASML teve queda de quase 7%. O índice Nasdaq recuou mais de 3%.

Quatro gigantes da tecnologia — Meta, Microsoft, Apple e ASML — estão programadas para divulgar seus resultados financeiros esta semana.

Como as empresas dos EUA estão reagindo

Alguns CEOs de tecnologia americanos estão se apressando para responder antes que seus clientes migrem para ofertas mais baratas da DeepSeek. A Meta teria iniciado quatro “salas de guerra” relacionadas à DeepSeek em seu departamento de IA generativa.

O CEO da Microsoft, Satya Nadella, escreveu no X que o fenômeno da DeepSeek é apenas um exemplo do paradoxo de Jevons, afirmando: “À medida que a IA se torna mais eficiente e acessível, veremos seu uso disparar, transformando-a em uma commodity da qual simplesmente não conseguimos ter o suficiente.”

O CEO da OpenAI, Sam Altman, citou Napoleão no X, escrevendo: “Uma revolução não pode ser criada nem parada. A única coisa que pode ser feita é que um de seus filhos lhe dê direção por meio de vitórias.”

Yann LeCun, cientista-chefe de IA da Meta, escreveu no LinkedIn que o sucesso da DeepSeek indica mudanças no setor de IA para favorecer tecnologias de código aberto.

Ele também destacou que a DeepSeek se beneficiou de algumas das tecnologias da própria Meta, como os modelos Llama, e que a startup “trouxe novas ideias e as construiu sobre o trabalho de outras pessoas. Porque esse trabalho é publicado e de código aberto, todos podem se beneficiar. Esse é o poder da pesquisa aberta e do código aberto.”

IA em evolução

A notícia do sucesso da DeepSeek surge em meio ao crescente entusiasmo por agentes de IA — modelos que vão além dos chatbots para realizar tarefas complexas em várias etapas para o usuário. Gigantes da tecnologia e startups como Meta, Google, Amazon, Microsoft, OpenAI e Anthropic já expressaram o objetivo de criar IA agente.

Recentemente, a OpenAI lançou uma ferramenta chamada Operator, projetada para automatizar tarefas como planejar viagens, preencher formulários, fazer reservas em restaurantes e comprar mantimentos.

Ela interage com botões, menus e campos de texto da web que as pessoas usam diariamente, permitindo maior personalização. Os usuários podem retomar o controle da tela a qualquer momento.

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