Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
O tamanho da Nvidia: o império que supera US$ 5 trilhões e já rivaliza com o PIB da Alemanha
Publicado 29/10/2025 • 10:45 | Atualizado há 3 horas
Concorrente da Wikipedia movido por IA de Elon Musk entra no ar após lançamento turbulento
Bill Gates suaviza abordagem de ‘Desastre Climático’ e diz que estratégia precisa mudar
Diretora-geral da OMC sobre o comércio global após tarifas: ‘Abalado e ferido, mas ainda de pé’
Apple e Microsoft ultrapassam US$ 4 trilhões em valor de mercado
Amazon faz a maior demissão de sua história como parte de projeto de priorizar a inteligência artificial
Publicado 29/10/2025 • 10:45 | Atualizado há 3 horas
KEY POINTS
Nvidia Voyager Headquarter
Você sabe quanto são 5 trilhões? Não precisa ser em dólares — 5 trilhões de qualquer unidade de medida já é algo quase inconcebível. Vamos lá. Se você começar a contar agora, de um em um segundo, vai chegar a 1 milhão em 11 dias e meio. Se quiser continuar, chegará a 1 bilhão daqui a 31 anos e 8 meses. Agora, alcançar 5 trilhões te levaria 158 mil anos. Isso mesmo, 158 mil anos contando sem parar.
Para se ter ideia da grandeza desse número, com base em fósseis encontrados no Marrocos, o Homo sapiens habita a Terra há pouco mais de 300 mil anos — ou seja, a contagem até 5 trilhões cobriria mais da metade de toda a história da nossa espécie.
E é justamente essa marca que a Nvidia atingiu em valor de mercado. Nesta manhã , as ações da empresa subiram mais de 5% nos Estados Unidos e levaram sua capitalização para mais de US$ 5 trilhões, o maior valor da história da companhia e de qualquer outra.
Se a Nvidia fosse um país, teria uma economia maior do que a de quase todas as nações do planeta. Seu valor de mercado só ficaria atrás do PIB dos Estados Unidos e da China, superando o Japão e empatando com o tamanho da economia da Alemanha, de acordo com projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O salto astronômico da Nvidia é resultado direto da revolução da inteligência artificial. A empresa, que nasceu como fabricante de chips para videogames, se transformou na espinha dorsal do novo mundo digital, produzindo processadores e supercomputadores que alimentam desde chatbots e data centers até veículos autônomos e pesquisas científicas.
Vamos a mais dados: Somente em 2025, o papel se valorizou 44%. Em um ano, subiu de 57%, e em três anos, 1400%.
Nesta semana, o CEO da companhia, Jensen Huang, anunciou que a empresa tem projeção de mais de US$ 500 bilhões em pedidos de chips de IA — apenas para os próximos cinco trimestres — e confirmou a construção de sete novos supercomputadores para o Departamento de Energia dos EUA. Um deles, o Solstice, será o maior sistema de IA científica já construído, com 100 mil GPUs Blackwell.

Outro projeto, o Equinox, deve somar 10 mil GPUs adicionais, atingindo 2.200 exaflops de capacidade de processamento — um salto inédito em poder computacional dedicado à ciência, segurança e energia.
Essas iniciativas fazem parte da estratégia da empresa para “reindustrializar os Estados Unidos” com o que Huang chama de “AI factories” — grandes instalações de computação que produzem, armazenam e distribuem tokens de IA em escala massiva.
O papel que Huang (nascido em Taiwan, mas criado nos EUA) quer dar para a Nvidia vai além da tecnologia, mas torná-la protagonista da política industrial americana. Huang tem sido uma presença frequente em Washington, D.C., com apoio do governo Trump à reindustrialização e à fabricação doméstica de semicondutores.
Durante o GTC Washington, evento realizado nesta semana, o executivo anunciou que a produção do chip Blackwell já está em andamento no Arizona, em parceria com a TSMC, marcando a primeira fabricação de wafers avançados em solo americano.
Huang afirmou que “trazer a produção de volta é uma questão de segurança nacional”, ecoando as prioridades da Casa Branca. O encontro também serviu para reforçar o alinhamento entre a empresa e o governo dos EUA na disputa tecnológica com a China, após meses de restrições de exportação e negociações de licenças para vendas no mercado chinês.
As tensões continuam. O governo americano chegou a proibir a venda dos chips H20 e B30, enquanto a China acusou a Nvidia de práticas anticoncorrenciais na compra da Mellanox. Apesar disso, Huang vem tentando equilibrar relações com os dois países, destacando que “a liderança dos EUA depende tanto da tecnologia quanto da energia para sustentar o avanço da IA”.
Um dos anúncios mais simbólicos do GTC foi a parceria com a Nokia, que recebeu um investimento de US$ 1 bilhão da Nvidia para investimento na criação de redes móveis “nativas de IA”, capazes de operar a próxima geração da conectividade global — o 6G.
A iniciativa vai usar a nova plataforma Aerial RAN Computer Pro (ARC-Pro), desenvolvida pela Nvidia, para permitir que operadoras integrem inteligência artificial diretamente nas redes, melhorando desempenho, eficiência energética e latência. A T-Mobile dos EUA será uma das primeiras a testar a tecnologia.
Essa convergência entre telecomunicações e IA marca um novo paradigma tecnológico, aproximando a infraestrutura de rede dos sistemas de computação de alta performance.

A Nvidia também anunciou o NVQLink, uma ponte que conecta processadores quânticos (QPUs) a GPUs por meio de CUDA-Q, permitindo operações híbridas entre IA e computação quântica em tempo real. A empresa já firmou parceria com 17 companhias quânticas e diversos laboratórios do Departamento de Energia.
Na área biomédica, a Nvidia apresentou novos modelos abertos da família Clara, voltados à pesquisa médica e ao desenvolvimento de medicamentos. Entre eles, o CodonFM, criado em parceria com o Arc Institute e integrado à Chan Zuckerberg Initiative, e o La-Proteina, que modela estruturas tridimensionais de proteínas para acelerar o design de novos tratamentos.
A empresa também lançou o Newton, motor de simulação física desenvolvido com o Google DeepMind e o Disney Research, que ensina robôs a lidar com tecidos, areia e líquidos — um passo decisivo rumo à robótica física inteligente.
O evento em Washington foi descrito pelo próprio Huang como “o Super Bowl da IA”. A companhia apresentou a nova geração de processadores BlueField-4, o Omniverse DSX (plataforma para construir fábricas de IA em escala gigawatt) e parcerias estratégicas com Palantir, CrowdStrike, Dell, Oracle, Microsoft e Google Cloud.
O resultado é que a Nvidia deixou de ser somente uma fabricante de chips para ser a infraestrutura central da inteligência artificial moderna — uma combinação de hardware, software, redes e ecossistema que poucos competidores podem replicar.
A ascensão da Nvidia acontece em meio ao domínio das “Magnificent Seven” na economia e bolsas americanas, grupo que inclui Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Nvidia, Tesla e Meta.
Juntas, essas empresas já somam mais de US$ 22 trilhões em valor de mercado e respondem por 37,4% do S&P 500 — a maior concentração da história.
O PIB dos EUA fechou 2024 em US$ 29,2 trilhões, o da China, US$ 18,8 trilhões.
Nos últimos quatro pregões, o grupo adicionou US$ 1,3 trilhão em valor de mercado, o que mostra o peso das gigantes de tecnologia sobre o desempenho de Wall Street.
Para os investidores, o tamanho da Nvidia é um sinal do quanto a inteligência artificial está redefinindo o poder econômico global.

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Mais lidas
1
SÉRIE EXCLUSIVA — O escândalo Ambipar: o sumiço de R$ 4,7 bilhões do caixa e a suspeita de megafraude
2
SÉRIE EXCLUSIVA 2 — O escândalo Ambipar: suspeitas em contrato e em manobra judicial
3
EXCLUSIVO: Os bastidores da demissão em massa da Amazon
4
Amazon faz a maior demissão de sua história como parte de projeto de priorizar a inteligência artificial
5
O tamanho da Nvidia: o império que supera US$ 5 trilhões e já rivaliza com o PIB da Alemanha