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Reguladores britânicos anunciarão medidas para a indústria de computação em nuvem

Publicado 21/11/2024 • 16:57 | Atualizado há 6 horas

CNBC

Redação CNBC

O regulador de concorrência do Reino Unido vai anunciar em breve “medidas comportamentais” para lidar com práticas anticompetitivas na indústria de infraestrutura em nuvem, segundo duas fontes da CNBC.

O regulador deve apresentar propostas de medidas para resolver o que considera barreiras à concorrência no setor, que é dominado por gigantes americanos da nuvem, como Amazon e Microsoft. De acordo com uma das fontes, há a possibilidade de que o Google seja excluído do escopo das medidas de concorrência, já que é menor em comparação com os líderes de mercado AWS e Microsoft Azure.

A Ofcom informou que recebeu evidências mostrando que a Microsoft torna menos atraente para os clientes rodar seus aplicativos de produtividade Office em infraestruturas de nuvem que não sejam a Microsoft Azure.

Preparativos do regulador

O regulador de concorrência britânico está se preparando para medidas destinadas a resolver questões de concorrência na indústria de computação em nuvem, que movimenta bilhões de libras. A Autoridade de Concorrência e Mercados (CMA) deve revelar sua decisão provisória detalhando medidas “comportamentais” que abordam práticas anticompetitivas no setor, após uma investigação de meses no mercado, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto à CNBC.

As fontes, que preferiram permanecer anônimas devido à natureza sensível da investigação, afirmaram que as medidas para o mercado de nuvem podem ser anunciadas nas próximas duas semanas. O regulador anteriormente estabeleceu um prazo de novembro a dezembro de 2024 para publicar sua decisão provisória.

Um porta-voz da CMA se recusou a comentar sobre o cronograma de sua decisão provisória quando questionado pela CNBC.

Dominância no mercado

Os serviços de infraestrutura em nuvem são um mercado dominado por gigantes da tecnologia dos EUA, como Amazon e Microsoft. A Amazon é a maior participante do mercado, oferecendo serviços de nuvem por meio de sua divisão Amazon Web Services (AWS). A Microsoft é o segundo maior fornecedor, vendendo produtos de nuvem sob sua unidade Microsoft Azure.

A investigação da CMA remonta a 2022, quando o regulador de telecomunicações do Reino Unido, Ofcom, iniciou um estudo de mercado examinando a dominância das gigantes da nuvem Amazon, Microsoft e Google. O Ofcom posteriormente encaminhou sua revisão da nuvem para a CMA para abordar questões de concorrência no mercado.

Preocupações da cma

Entre as principais questões que a CMA deve abordar com as medidas comportamentais recomendadas estão as chamadas taxas de “egress” que cobram empresas pela transferência de dados de uma nuvem para outra, taxas de licenciamento consideradas injustas, descontos por volume e questões de interoperabilidade que dificultam a troca de fornecedores.

Possíveis medidas

A CMA já afirmou anteriormente em junho que estava mais inclinada a considerar medidas comportamentais para resolver suas preocupações em vez de medidas “estruturais”, como ordenar desinvestimentos ou separações operacionais.

O órgão regulador disse em um documento de trabalho em junho que estava “em uma fase inicial” de considerar medidas potenciais. Soluções sugeridas na época incluíam a imposição de controles de preços restringindo o nível de taxas de egress, a redução de barreiras técnicas para a troca de provedores de nuvem e a proibição de acordos que incentivem empresas a comprometer mais gastos em troca de descontos.

Uma medida polêmica que o regulador disse estar considerando era exigir que a Microsoft aplicasse o mesmo preço para seus produtos de software de produtividade, independentemente de qual nuvem eles estão hospedados — uma medida que teria um impacto significativo nas estruturas de preços da Microsoft.

A CEO da CMA, Sarah Cardell, deve fazer um discurso na quinta-feira (21) no Chatham House, um instituto de políticas do Reino Unido. Em uma entrevista com o Financial Times, ela defendeu o histórico do regulador em aplicação de concorrência, em meio a críticas do Primeiro-Ministro Keir Starmer de que a agência estava impedindo o crescimento.

Ela deve delinear planos para uma revisão em 2025 sobre se a CMA deve usar mais frequentemente medidas comportamentais ao aprovar negócios, informou o FT.

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