‘Adolescence’ e ‘The Studio’ dominam o Emmy Awards

A intensa saga sobre assassinato adolescente Adolescence foi a grande vencedora do Emmy Awards de domingo, conquistando oito prêmios, incluindo melhor minissérie, enquanto The Pitt levou o prêmio de melhor série dramática na noite que equivale ao Oscar da TV.

A sátira hollywoodiana de Seth Rogen, The Studio, dominou as categorias de comédia, recebendo o prêmio de melhor série e um total de 13 Emmys — um recorde para séries de comédia.

Adolescence foi, provavelmente, o sucesso de TV mais comentado de 2025. A série britânica da Netflix conta a história sombria de um garoto de 13 anos acusado de assassinar uma colega de classe com uma faca.

A série explora a masculinidade tóxica entre jovens e as mensagens horríveis às quais eles são expostos por smartphones e redes sociais, gerando debates ao redor do mundo.

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“Nunca imaginamos que nosso pequeno programa teria um impacto tão grande”, disse o co-criador Stephen Graham, que interpreta o pai do adolescente suspeito.

A série acumulou impressionantes 140 milhões de visualizações nos primeiros três meses na Netflix. Cada um dos quatro episódios foi filmado em um único plano sequência.

Adolescence levou oito Emmys, incluindo melhor minissérie — prêmio destinado a séries que terminam após uma temporada — além de prêmios por roteiro, direção, ator principal, atriz coadjuvante e ator coadjuvante.

O último foi para Owen Cooper, de 15 anos, que se tornou o ator masculino mais jovem a ganhar um Emmy.

“Sinceramente, quando comecei essas aulas de teatro alguns anos atrás, não esperava nem estar nos Estados Unidos, quanto mais aqui”, disse ele.

‘The Pitt’ conquista série dramática

The Pitt venceu como melhor série dramática, conquistando o último prêmio da noite e, provavelmente, o momento mais surpreendente.

A série é um drama médico lembrando ER, com o diferencial de que todos os 15 episódios se passam consecutivamente durante o mesmo turno estressante em um hospital de Pittsburgh.

Abordando temas que vão do direito ao aborto a tiroteios em massa, The Pitt teve pouca repercussão em seu lançamento, mas se tornou um fenômeno de boca a boca.

O veterano de ER, Noah Wyle, ganhou como melhor ator dramático por seu papel como o líder assombrado da sala de emergência.

“Qualquer pessoa que esteja entrando ou saindo do turno hoje à noite, obrigado por estar nesse trabalho — isso é para vocês”, disse ele.

Katherine LaNasa também venceu como melhor atriz coadjuvante.

Especialistas consideravam a disputa muito acirrada, com o thriller de ficção científica Severance sendo visto como difícil de ser superado.

O drama psicológico, ambientado em grande parte nos escritórios futuristas de uma corporação sombria, liderou as indicações do ano com 27 no total.

A premissa: os funcionários “innies” da Lumon Industries deixam literalmente suas vidas, memórias e personalidades do lado de fora graças a uma tecnologia distópica que fragmenta a mente.

Sua estrela, Britt Lower, venceu como melhor atriz, e Tramell Tillman levou o prêmio de melhor ator coadjuvante.

‘Estou pagando’

The Studio — ao mesmo tempo uma carta de amor à indústria e uma crítica às suas muitas hipocrisias, inseguranças e falhas morais — foi eleita melhor série de comédia.

Rogen, co-criador da série, venceu como melhor ator por interpretar um executivo de cinema em dificuldades. O programa também conquistou prêmios de roteiro e direção.

Na semana anterior, a série já havia recebido nove estatuetas em uma cerimônia separada para categorias técnicas do Emmy.

O prêmio de melhor atriz de comédia foi novamente para Jean Smart — seu quarto pela série Hacks. Hannah Einbinder finalmente venceu como melhor atriz coadjuvante, interpretando a assistente sofrida da comediante de talk show de Smart.

Einbinder aproveitou o discurso para criticar, usando um palavrão — silenciado pela emissora CBS — a agência responsável por grande parte das recentes ações de imigração do presidente dos EUA, Donald Trump, antes de completar com “Free Palestine”.

A premiação, equivalente ao Oscar da TV, havia prometido se manter distante da política.

Em um dos momentos mais comentados da noite, The Late Show with Stephen Colbert finalmente venceu como melhor talk show de variedades. O programa, um clássico da TV americana noturna, será encerrado em 2026.

A CBS negou que o cancelamento esteja relacionado ao acordo de US$ 16 milhões da empresa-mãe Paramount com Trump. Colbert — crítico frequente do presidente dos EUA — havia chamado o pagamento de “uma grande propina”.

O anfitrião do Emmy, Nate Bargatze, passou boa parte da noite focado em sua iniciativa de manter os discursos de aceitação curtos.

O comediante prometeu doar US$ 100 mil do próprio bolso para os Boys & Girls Clubs of America.

O detalhe? Ele deduzia US$ 1 mil para cada segundo que o discurso de um vencedor ultrapassasse os 45 segundos previstos — e acrescentava dinheiro caso o discurso fosse mais curto.

“Não enlouqueçam, porque eu estou pagando por isso”, brincou Bargatze.

Um contador de dinheiro ficou visível na tela durante grande parte da premiação, mas foi retirado discretamente conforme a noite avançava. O show terminou com Bargatze e outros prometendo doações que mais do que cobriram quaisquer deduções.

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Naty.Falla

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