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Em Bollywood, quando os caprichos das estrelas ameaçam a economia do cinema
Publicado 22/12/2025 • 13:39 | Atualizado há 3 horas
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Publicado 22/12/2025 • 13:39 | Atualizado há 3 horas
KEY POINTS
Sujit Jaiswal / AFP
Nesta foto tirada em 21 de julho de 2020, pessoas caminham ao lado de um mural com imagens de atores de Bollywood, sob um viaduto em Mumbai.
Eles vivem em trailers luxuosos, saboreiam pratos preparados por seus próprios chefs e se cercam de equipes cada vez maiores. Os caprichos dos astros do cinema indiano estão inflando os custos das superproduções a ponto de pressionar toda a economia do setor.
Os resultados de bilheteria sempre foram difíceis de prever em Bollywood, mas produtores já afirmam que os fracassos recentes têm menos relação com a qualidade artística e mais com o preço final dos filmes.
“Não estamos falando de custos de produção, mas dos cachês dos astros”, afirma Ramesh Taurani, produtor da franquia Race.
Cada vez mais, segundo ele e outros executivos, atores chegam aos sets com maquiadores, cabeleireiros, figurinistas, preparadores físicos e assistentes próprios, todos cobrados da produção.
“Essas equipes inchadas, voos em primeira classe e hospedagens de luxo inflam os orçamentos sem agregar valor criativo”, critica o distribuidor Mukesh Bhatt. “Esse tipo de exigência é simplesmente odioso.”
“Hoje um ator não viaja sem uma comitiva de 10 a 15 pessoas”, acrescenta o distribuidor Raj Bansal. “Antes, vários dividiam um trailer; depois passou a ser um por ator. Agora, a escalada parece sem limites.”
Um único trailer de luxo pode custar até US$ 18 mil (cerca de R$ 100 mil) por período de filmagem, segundo fontes do setor.
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O nível de extravagância dos astros passou a preocupar quem financia os projetos. Assim como em outros mercados, o modelo econômico de Bollywood foi profundamente impactado pelas plataformas de streaming, com orçamentos robustos que os distribuidores tradicionais têm dificuldade em igualar.
A chegada de Apple TV+, Netflix e Amazon Prime Video também desviou parte do público das produções locais. “O público amadureceu; essas plataformas abriram novos horizontes e forçaram o cinema indiano a elevar seu nível criativo”, observa Mukesh Bhatt.
“Mas os custos de produção em alta, especialmente os ligados aos artistas, criaram uma nova pressão financeira. Os filmes não são frágeis; o frágil é o seu equilíbrio financeiro”, resume.
O ator e diretor Aamir Khan foi direto ao ponto, em setembro, ao criticar colegas publicamente:
“Vocês ganham dezenas de milhões de rúpias. Perderam todo o amor-próprio?”, disse em seu canal no YouTube.
Para conter a espiral de custos, Bhatt defende uma nova divisão de lucros e riscos. “Quando um filme vai bem, todos deveriam ganhar. Quando fracassa, o peso não pode recair apenas sobre o produtor”, afirma.
O exemplo mais recente é Bade Miyan Chote Miyan, lançado em 2024. O filme de ficção científica custou US$ 42 milhões e, após fracasso de bilheteria, obrigou os produtores a hipotecarem propriedades para cobrir as perdas.
A discussão já começa a produzir efeitos. Em 2023, o ator Kartik Aaryan aceitou reduzir seu cachê na comédia Shehzada, que também não teve bom desempenho. “Se o valor do astro beneficia todo o projeto, tudo bem. Caso contrário, é preciso assumir parte da responsabilidade”, afirmou.
Para alguns, a saída é mais radical. “Se o cachê do astro pesa demais no orçamento, então não contrate um astro”, diz o ator, roteirista e diretor Viveck Vaswani.
“Fiz 40 filmes com novatos e tive sucesso. Contratei Shah Rukh Khan quando ninguém mais o queria, e Raveena Tandon quando era desconhecida”, lembra.
“É um erro achar que o protagonista é mais forte do que o roteiro”, conclui Vaswani.
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