SAFs na final da Libertadores: entenda o modelo de gestão de Botafogo e Atlético-MG
Publicado 30/11/2024 • 09:44 | Atualizado há 3 meses
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Publicado 30/11/2024 • 09:44 | Atualizado há 3 meses
KEY POINTS
Duelo de craques: Hulk e Luiz Henrique em disputa pelo Brasileiro
Foto: Vitor Silva/Botafogo
O Botafogo derrotou o Atlético Mineiro por 3 a 1 na final da Libertadores 2024 neste sábado (30), no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires e venceu o torneio pela primeira vez.
Tanto o campeão como o vice representam as Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs), modelo de gestão sensação no futebol brasileiro voltada para sustentabilidade financeira e resultados mais sólidos.
Por ter sido campeão da edição 2024 da Libertadores, o Botafogo vai levar a maior premiação da história da competição: US$ 23 milhões (cerca de R$ 133,6 milhões na cotação atual) apenas pelo título. Considerando as premiações acumuladas ao longo do torneio, o Botafogo pode arrecadar até R$ 193,4 milhões.
Esses valores são importantes para as SAFs, que dependem de receitas robustas para equilibrar investimentos em elenco, infraestrutura e o pagamento de dívidas herdadas. A conquista de um torneio como a Libertadores, além do impacto esportivo, traz valor comercial, reforçando a viabilidade e a importância do modelo para o futuro do futebol nacional.
Criadas a partir da Lei nº 14.193/21, as SAFs permitem que clubes de futebol sejam administrados como empresas, separando a gestão esportiva da associação civil tradicional. O modelo oferece benefícios fiscais nos primeiros 5 anos, com alíquota unificada de até 5% sobre a receita mensal, e mecanismos para renegociar dívidas, como o Regime Centralizado de Execuções.
Além disso, as SAFs podem captar investimentos externos, atraindo parceiros que buscam retorno financeiro com a valorização do clube e de seus ativos, como jogadores e propriedades comerciais. Essa estrutura pode proporcionar maior previsibilidade e planejamento, fundamentais para clubes que almejam competitividade em cenários globais.
O Atlético Mineiro, avaliado em €105,1 milhões, passou por uma revolução após a adesão ao modelo SAF, oficializada em 2023. Sob a liderança de Rubens Menin e outros investidores, o clube investiu pesado em reforços como Gustavo Scarpa (€8 milhões) e Bruno Fuchs (€2 milhões), além de contar com estrelas como Hulk (€1,8 milhões) e Paulinho (€17 milhões). Com um elenco de 34 jogadores, o clube também se destacou no mercado de transferências, gerando €9,21 milhões em vendas recentes, incluindo Allan (€8,2 milhões) e Nathan Silva (€3,65 milhões).
O Botafogo, pioneiro no modelo SAF, é liderado pelo empresário John Textor, que transformou o clube em uma potência. Com um valor de mercado total de €136,1 milhões, o elenco também possui 34 jogadores, com destaque para Thiago Almada (€27 milhões) e Luiz Henrique (€16 milhões). No mercado de transferências, o clube investiu em nomes como Savarino (€2,45 milhões) e Jeffinho (empréstimo), acumulando um balanço negativo de €14,33 milhões, mas garantindo competitividade e expansão de sua marca.
As SAFs de Atlético Mineiro e Botafogo movimentaram mais de €30 milhões em transferências recentes, demonstrando a força do modelo em atrair investimentos e gerar receitas.
A premiação da Libertadores 2024 é uma oportunidade para reforçar o fluxo de caixa e investir em novas estratégias, como modernização de infraestrutura, fortalecimento do elenco e ampliação das ações de marketing.
Desde a criação da Lei das SAFs, mais de 60 clubes brasileiros aderiram ao modelo.
Entre os destaques estão Cruzeiro, Vasco, Bahia, América-MG e outros clubes menores, como CSP (PB) e Capital FC (TO). Minas Gerais, São Paulo e Paraná lideram em número de clubes nesse formato.
Além disso, Botafogo-PB está em fase de transição para SAF, enquanto a Portuguesa assinou contrato nesta sexta-feira (29) e finalizou o processo para se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol.
A final entre Atlético Mineiro e Botafogo destaca o papel das SAFs como uma nova abordagem de gestão no futebol nacional. Embora ainda em processo de consolidação, o modelo oferece uma estrutura que busca maior sustentabilidade financeira e competitividade.
O formato reflete o esforço dos clubes em se alinhar às demandas de um mercado cada vez mais globalizado, sinalizando uma possível transição para uma gestão mais profissional no esporte brasileiro.