Marcas no Lollapalooza: como empresas se conectam com novos consumidores
Publicado 31/03/2025 • 18:22 | Atualizado há 16 horas
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Publicado 31/03/2025 • 18:22 | Atualizado há 16 horas
KEY POINTS
Num festival como o Lollapalooza, onde circulam cerca de 300 mil pessoas em três dias, marcas de diferentes setores transformam suas estratégias em experiências imersivas para gerar conexão com o público. Mas não se trata apenas de visibilidade: o que está em jogo é o posicionamento de longo prazo, especialmente entre os jovens consumidores da Geração Z.
A Geração Z, nascida entre 1997 e 2012, cresceu conectada à internet, às redes sociais e ao consumo digital. Esse público é altamente sensível à autenticidade das marcas e valoriza experiências imersivas, personalização e engajamento genuíno.
“Quando uma marca se associa a um evento de grande repercussão, ela passa a ser vinculada ao prazer e à satisfação percebida pelo público naquele momento”, explica Turíbio Oliveira, professor da Escola de Negócios da USCS. “É uma adesão voluntária, o que confere maior potencial de fixação emocional da marca.”
E é essa lógica que sustenta o investimento de empresas como Sadia, McDonald’s, Fiat, Samsung, Tic Tac, Clube Social e Betnacional — todas com ativações marcantes na edição 2025 do Lollapalooza Brasil.
Luiz Franco, diretor executivo de marketing da BRF, explica que a presença da Sadia no evento — pelo quarto ano consecutivo — é parte de uma estratégia robusta voltada aos jovens. “A intenção é estar onde o consumidor está. Essa geração está começando a se relacionar com a marca, e queremos que se tornem consumidores fiéis amanhã”, afirmou.
A ativação da Sadia teve foco total em interatividade e música. O estande contou com um karaokê ao vivo, onde o público pôde cantar músicas do line-up do dia, e com uma presença marcante nas redes sociais antes do festival. Foram distribuídos 500 ingressos em ações promocionais voltadas a fandoms e ao público em geral. A marca também reforçou sua linha de produtos empanados — como Chicken Bomb e Pop Nuggets — como “a mordida oficial do Lolla”.
Segundo o professor Leandro Novi, estrategista da USCS, esse tipo de movimento é eficaz porque rompe com as barreiras do marketing tradicional. “A presença das marcas em momentos de lazer torna o público mais receptivo e engajado. Isso é ainda mais relevante com as novas gerações, bombardeadas por estímulos e menos sensíveis à propaganda convencional.”
Com uma estrutura de 3 mil m², três cozinhas e 600 funcionários, o McDonald’s apostou no relacionamento direto por meio do programa de fidelidade Meu Méqui. “Queremos transformar milhares de transações em relações únicas com cada cliente”, disse Ricardo Guedes, VP de Operações da Arcos Dorados no Brasil.
Além do foco em experiência, a marca incorporou temas ESG à ativação, como reciclagem, compostagem e doação de alimentos, valorizando pautas que dialogam com os interesses da Geração Z. Os visitantes ainda participaram de desafios, karaokês temáticos e ações que promovem a personalização no app da marca.
Estreando no Lollapalooza, a Fiat apostou em inovação e diversão para apresentar seus modelos híbridos Pulse e Fastback. Alessandra Souza, VP de Marketing da Fiat, destacou a importância de criar experiências que dialogam com o espírito do festival. “Esse palco é eletricidade, é vivacidade, é energia pura. E os híbridos são energia pura.”
As ativações incluíram: carrinho bate-bate inspirados no clássico “Like a Virgin”, bolsas utilitárias para o público levar itens pelo evento e estações com conteúdo sobre a nova tecnologia híbrida da marca. A proposta foi se inserir na rotina do público jovem com leveza e autenticidade.
“Não adianta só ter alcance. Se não houver conexão de valores, não funciona. As pessoas são intuitivas, elas percebem quando uma marca está ali só por visibilidade”, disse Alessandra.
“É preciso observar que, se a experiência for frustrante, a marca pode ser lembrada de forma negativa”, reforça o professor Turíbio Oliveira.
Com presença em todos os cantos do festival — palco, roda-gigante, estande de 500 m² e shows próprios —, a Samsung apostou em experiências memoráveis integradas ao lançamento do Galaxy S25.
Destaque para o Galaxy Sessions, uma série de apresentações exclusivas nos intervalos dos shows oficiais do Palco Samsung Galaxy, que trouxeram nomes como Jão, Jovem Dionísio e discotecas com DJs convidados. Os visitantes também testaram os recursos de inteligência artificial dos novos dispositivos, além de participarem de promoções com venda assistida e landing pages exclusivas.
“O investimento permite não apenas awareness, mas vendas. Temos KPIs de marketing e vendas integrados, com promotores e ofertas digitais exclusivas para o festival”, explicou Carol Corrales, gerente sênior de eventos da marca.
Bruno Dal Forno, gerente de marketing da Tic Tac, revelou que a marca aposta em personalização para reconquistar o público jovem. “Aqui, o consumidor pode montar o próprio sabor de Tic Tac. É uma experiência divertida e memorável.”
A ativação permitia ao visitante personalizar caixinhas com sabores e cores preferidos, criando um produto exclusivo e compartilhável nas redes. Com um estande visualmente marcante e “instagramável”, a Tic Tac focou em reforçar a lembrança de marca com base na interatividade e criatividade.
Com três anos consecutivos de presença em festivais, o Club Social consolidou sua ocupação no território da cultura de rua. A marca criou uma música autoral com a GR6, que viralizou nas redes com dancinhas no TikTok, e montou um Paredão de Som com beats históricos do funk nacional.
Destaque também para o estúdio de rimas freestyle, onde participantes podiam se apresentar e concorrer a mentorias com MC Zaac e Duquesa. “É uma forma de dar protagonismo real ao público que consome e vive a marca”, explicou Yana Leocádio, gerente de marketing.
Pelo segundo ano consecutivo, a Cielo foi a maquininha de cartões oficial do Lollapalooza Brasil, processando todas as transações feitas no evento por meio de 3 mil terminais Cielo Lio On. Mas o papel da marca no festival foi além dos bastidores do pagamento: ela também marcou presença com experiências interativas e ações de sustentabilidade.
Uma das principais entregas da empresa foi o Lolla Comfort by Bradesco e Cielo, um espaço exclusivo de 5.600 m² com guarda-volumes, bares, banheiros e áreas de descanso, voltado a quem buscava conforto sem abrir mão da imersão musical. No estande da Cielo, os visitantes puderam participar de um jogo da memória em duplas, com brindes como óculos, bottons e protetores de calçado.
“Essa atividade reforçou o conceito de ‘juntar forças’ por um propósito comum e simbolizou o engajamento entre Bradesco e Cielo. É uma experiência que deve permear nossa comunicação ao longo de 2025”, explicou Thalita Martorelli, diretora de Marketing da companhia.
A marca também se destacou ao lado do Bradesco em uma ativação sustentável, em que os participantes realizavam uma jornada de pagamento fictício para trocar pontos por água saborizada no Acqua Bar — e ao descartar o copo corretamente, ganhavam brindes especiais no Retorna Machine.
Com um squad de influenciadores digitais — entre eles, John Drops, Nah Cardoso, Sarah Aline e Mari Moon — a Cielo reforçou sua mensagem com conteúdo leve e divertido nas redes sociais. “É uma estratégia para marcar presença no varejo e se aproximar de jovens empreendedores que frequentam esses eventos. São excelentes oportunidades para conhecerem como a Cielo pode ajudá-los em seus negócios”, afirmou Thalita.
Em sua primeira participação no Lollapalooza, a Riachuelo apostou na conexão entre moda e música como forma de reforçar o reposicionamento da marca. “Acreditamos que moda e música são as maiores formas de expressão das pessoas. Por isso, decidimos estar presentes em um dos maiores festivais do Brasil”, afirmou Fabiola Guimarães, diretora de Branding e Criação da Riachuelo.
Com mais de 40 anos de história, a marca vive um momento de renovação. “Queremos mostrar que, mesmo com todo esse legado, somos uma marca jovem, ousada, atual”, completou. O jeans, um dos pilares do novo posicionamento, foi escolhido como peça-chave para o ambiente do festival.
A ativação contou com uma roleta de prêmios, que distribuía brindes como bolsas, jaquetas e vales-presentes, além de uma estação de fotos com a fotógrafa Luiza Ferraz, famosa por seus retratos artísticos. O espaço rapidamente se tornou um dos mais disputados, com filas constantes durante os três dias de evento.
Segundo Fabiola, a mensuração vai além dos brindes distribuídos: “O retorno vem do engajamento, do quanto conseguimos fidelizar novos clientes e, claro, das vendas que isso gera. Estar aqui faz parte da nossa estratégia de criar uma experiência real com a marca — um verdadeiro 360.”
Estreando no Lollapalooza, a Betnacional apostou em três espaços com 130 m² de área, incluindo um rooftop VIP com vista para os palcos Samsung e Mike’s, além de ativações com jogos e brindes que celebram a cultura popular.
No estande, o público pôde personalizar lambe-lambes, participar de quizzes sobre a história do festival, batalhas navais e máquinas de garra. As ações também incluíram interações com influenciadores e distribuição de shoulder bags, pins e outros brindes temáticos.
“Estar no Lollapalooza é uma oportunidade incrível para conectar ainda mais o universo das apostas esportivas ao grande público, unindo nossa marca à paixão pelo entretenimento. Queremos que os visitantes vivam momentos inesquecíveis, associando a música que amam a uma experiência imersiva e autêntica”, afirmou João Studart, CEO da NSX Brasil, empresa responsável pela Betnacional.
Segundo Leandro Novi, ações como essa mostram que a construção de marca está cada vez mais ligada à experiência emocional. “Mais do que vender, as marcas querem ser lembradas. E para isso, precisam criar memórias.”
Grandes estrelas como Justin Timberlake, Alanis Morissette e Olivia Rodrigo brilharam nos palcos do Lollapalooza 2025, encantando um público diverso e apaixonado por música. Mas, para as empresas, os olhos estavam voltados para outro palco: o da experiência do consumidor.
No Lolla, não basta estar presente — é preciso fazer parte da conversa. As marcas que compreenderam isso transformaram seus estandes em espaços de conexão genuína, com ativações pensadas não apenas para promover produtos, mas para gerar memórias compartilhadas, alinhamento de valores e pertencimento.E, como destacaram os especialistas, não é sobre vender ali na hora. É sobre estar na lembrança do consumidor quando ele for tomar uma decisão de compra — semanas, meses ou até anos depois. Num cenário onde a atenção é cada vez mais disputada, a experiência se tornou o diferencial mais valioso. E festivais como o Lollapalooza são, cada vez mais, o lugar onde as marcas competem — e conquistam — espaço no coração do público.
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