Snoopy, o ícone da moda, é celebrado em exposição em Paris

Uma nova exposição foi inaugurada no sábado em Paris, destacando o surgimento de Snoopy como um ícone da moda, com o famoso beagle preto e branco sendo adotado por designers de marcas de streetwear a casas de alta-costura.

A mostra no Hotel du Grand Veneur, no bairro Marais, faz parte das comemorações do 75º aniversário de Snoopy, Charlie Brown e da turma dos Peanuts, criados pelo falecido ilustrador americano Charles Schulz.

É a mais recente adição ao competitivo, mas extremamente bem frequentado, campo de exposições de moda na capital francesa, com o Louvre (“Louvre Couture”) e o Grand Palais (“Dolce & Gabbana”) atualmente abrigando exposições lotadas.

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Comemorações e a importância de Paris

“Como estamos celebrando nosso 75º aniversário este ano, achamos que seria divertido comemorar a história que a marca tem com a moda. E onde mais faríamos isso senão em Paris?”, disse Melissa Menta da empresa Peanuts Worldwide.

Intitulada “Snoopy em Estilo” e em exibição de 22 de março a 5 de abril, a mostra gratuita explica o cuidado intenso que Schulz teve para criar personagens simples e visualmente reconhecíveis que “saltam da página”.

Charlie Brown foi inicialmente desenhado com apenas uma camiseta branca simples, antes de Schulz — cujo senso de moda também é celebrado na exposição — dar a ele seu suéter característico com uma faixa em zigue-zague.

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Transformação e colaborações na moda

Mas a exposição é mais interessante ao explicar como as colaborações com designers e o merchandising — muito antes de se tornarem populares — ajudaram a transformar um rabisco de tirinha dos anos 1950 em um fenômeno cultural global.

Hoje em dia, Snoopy é reconhecido por entre 80-90% das pessoas nos Estados Unidos, Europa, Japão e até mesmo na China, segundo pesquisa da consultoria Deloitte para a empresa Peanuts.

‘Engraçado’

Grande parte do crédito pela jornada de Snoopy das páginas de jornal para as lojas de roupas de massa e passarelas de moda é dada à colaboradora de merchandising de longa data de Schulz, Connie Boucher.

Ela teve a ideia de produzir bonecos de Snoopy e sua irmã Belle no início dos anos 1980, que enviou para casas de moda ao redor do mundo, pedindo aos designers que os vestissem.

“Não é incrível como as celebridades da moda ocupadas aceitaram o desafio de desenhar roupas para personagens felpudos com grandes orelhas e rabos?” ela é citada dizendo depois.

Em 1982, havia bonecos suficientes — de Karl Lagerfeld, Fendi ou do fã de longa data Jean-Charles de Castelbajac — para realizar a primeira exposição itinerante em cidades dos EUA, Londres e Paris.

Muitos deles estão em exibição na sala mais impressionante da mostra em Paris, que apresenta dezenas de bonecos desse período e de outros dos dias atuais.

Moda, marketing e desafios contemporâneos

A casa de moda italiana Valentino enviou uma contribuição que mostra Belle em uma réplica de um traje de alta-costura exibido em Paris em janeiro deste ano, que inclui 15 tecidos diferentes.

“Os designers queriam incluir Snoopy porque percebem a mensagem universal que ele carrega”, disse a curadora Sarah Andelman, fundadora da antiga boutique parisiense Colette, à AFP.

Em outros lugares, os visitantes têm a noção do poder global de marketing e comercial da figura de Snoopy, que aparece em tênis Marc Jacobs, camisetas Uniqlo, jaquetas acolchoadas Lacoste, jeans Gucci, sapatos Vans e muito mais.

Os acordos de licenciamento vêm com condições rigorosas.

“Não deve ser para maiores e Snoopy não pode estar fumando ou bebendo álcool”, explicou Menta.

Manter o companheiro de estimação de Charlie Brown relevante para novas gerações tanto tempo após sua primeira aparição em 4 de outubro de 1950 é um desafio para a empresa Peanuts.

As colaborações de moda alcançam isso, mas a ajuda também vem da internet, onde as 18.000 tirinhas de Peanuts de Schulz são recicladas sem parar.

Charles Schulz, que faleceu em 2000, “ficaria surpreso com o quanto isso decolou nas redes sociais”, disse sua viúva Jeannie Schulz à AFP.

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