Dólar fecha abaixo de R$ 6,00 pela 1ª vez desde 28 de novembro
Publicado 11/12/2024 • 19:06 | Atualizado há 4 meses
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Publicado 11/12/2024 • 19:06 | Atualizado há 4 meses
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O dólar à vista mergulhou na reta final do pregão e fechou abaixo do nível de R$ 6,00 pela primeira vez desde 28 de novembro.
Esse movimento coincidiu com a informação de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passará por um novo procedimento complementar da cirurgia realizada nesta terça-feira (10), para tratar sangramento intracraniano.
Desde a sessão de ontem, após a internação de Lula no hospital Sírio-Libanês, operadores e analistas ouvidos pelo Broadcast têm atribuído a redução de prêmios de risco embutidos nos ativos domésticos à possibilidade de que o presidente não concorra à reeleição em 2026. A avaliação é de que a ausência do petista no pleito, em razão de saúde mais frágil e idade avançada, ampliaria a possibilidade de vitória de um nome à direita do espectro político, em tese mais comprometido com uma agenda de contenção dos gastos públicos.
Ao longo da tarde, antes da informação sobre Lula, o dólar já vinha em baixa, mas ainda acima da linha de R$ 6,00. A recuperação do real era atribuída ao aumento das chances de votação do pacote fiscal do governo ainda neste ano, após fala ontem do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Foram indicados relatores para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do pacote fiscal, além dos projetos que limitam o crescimento do salário mínimo e estabelecem novos gatilhos ao arcabouço.
Parte do alívio também estaria ligada à consolidação da aposta de que o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciaria uma aceleração do ritmo de alta da taxa Selic, o que se confirmou nesta noite.
A aposta é de aumento da atratividade das operações de carry trade, em razão da ampliação do diferencial entre juros interno e externo, uma vez que a leitura da inflação ao consumidor nos EUA em novembro, divulgada pela manhã, reforçou a expectativa de que o Federal Reserve reduza a taxa básica americana neste mês.
Com mínima a R$ 5,9537, logo após a informação do procedimento complementar da cirurgia de Lula, antecipada pela Folha de S. Paulo e confirmada por boletim médico divulgado pelo Sírio-Libanês, o dólar à vista terminou a sessão em baixa de 1,53%, cotado a R$ 5,9557 – menor valor de fechamento desde 27 de novembro (R$ 5,9135). Graças ao tombo de hoje, a moeda passou a acumular desvalorização em dezembro (-0,76%).
O real apresentou de longe o melhor desempenho entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities. Pares da moeda brasileira, como o peso mexicano e o rand sul-africano, também apresentaram ganhos, embora bem mais modestos. Já o DXY – termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes – teve alta moderada, com máxima aos 106,806 pontos.
“As piores moedas no ano, o peso mexicano e o real, estão se valorizando hoje. Além disso, o dólar já estava bem esticado aqui e havia espaço para um ajuste”, afirma o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, para quem uma decisão unânime do Copom de elevar o ritmo de alta da Selic pode dar fôlego novo ao real, uma vez que torna custosa carregar posições “compradas” em dólar.
Para o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, a perspectiva de aprovação do pacote de gastos do governo, após liberação de emendas parlamentares, e o aumento do diferencial de juros interno e externo ajudaram a explicar a queda do dólar ao longo do dia.
“Com as apostas de corte de juros pelo Fed na semana que vem, podemos ver uma janela para o investidor estrangeiro explorar o spread entre os juros americanos e o nosso. Além disso, há já um movimento maior dos exportadores, que aumentaram a internalização de recursos após o dólar superar os R$ 6,00”, afirma Galhardo.
O Ibovespa, que iniciou o dia em queda, reverteu o movimento à tarde após a divulgação de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passará por um procedimento médico complementar.
O índice subiu 1,06%, fechando em 129.593,31 pontos, com pico intraday de 130.898,89, o maior nível desde novembro. A valorização foi acompanhada por um robusto volume financeiro de R$ 29,2 bilhões, com destaque para as altas em ações de bancos e empresas como Totvs (+7,37%) e Petrobras (+0,71%).
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