A Geração Z deve se tornar a maior e mais rica geração até 2035, com impacto significativo na economia global. De acordo com um relatório do Bank of America Institute, essa geração está moldando novos padrões de consumo, mas enfrenta dificuldades para poupar e se estabelecer no mercado de trabalho.
A renda global da Geração Z deve atingir US$ 36 trilhões nos próximos cinco anos, com projeção de chegar a US$ 74 trilhões até 2040. O relatório destaca que “essa geração representará cerca de 30% da população global nos próximos 10 anos e tem uma forte inclinação para sustentabilidade, insularidade e produtos em vez de experiências.”
O consumo também deve crescer. Os gastos globais da Geração Z devem atingir US$ 12,6 trilhões em 2030, um avanço em relação aos US$ 2,7 trilhões em 2024. Dados do Bank of America indicam que o crescimento dos gastos da Geração Z com itens essenciais e supérfluos supera a média da população.
No setor de lazer e viagens, os gastos cresceram 25,5% e 13,8% no acumulado de seis meses até fevereiro de 2025. Além disso, os gastos com creche aumentaram 500 pontos-base, refletindo mudanças na estrutura familiar e no custo dos serviços.
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Desafios financeiros e falta de poupança
Apesar do crescimento na renda, a Geração Z não tem conseguido poupar na mesma proporção. O relatório aponta que 52% dos entrevistados afirmam não ganhar o suficiente para o estilo de vida desejado e citam o alto custo de vida como principal desafio financeiro.
A relação entre gastos e poupança também preocupa. Segundo o levantamento, “em fevereiro, o índice de gastos sobre poupança da Geração Z foi 1,93, significando que estavam gastando quase o dobro do que tinham em reservas.”
Mercado de trabalho: mais escolarizados, mas com dificuldades para se inserir
A Geração Z apresenta o maior nível de escolarização em comparação com as gerações anteriores. Em 2022, 57% dos jovens de 18 a 21 anos estavam matriculados em cursos universitários, contra 52% dos Millennials em 2003 e 43% da Geração X em 1987.
Entretanto, essa qualificação não tem garantido uma transição tranquila para o mercado de trabalho. O relatório mostra que o desemprego entre novos entrantes no mercado subiu 9% em fevereiro de 2025, enquanto o número de lares da Geração Z recebendo benefícios de desemprego aumentou 32% no mesmo período.
Apesar das dificuldades, o crescimento salarial da Geração Z foi 8% no último ano, o maior entre todas as gerações. No entanto, o aumento da taxa de subutilização da força de trabalho indica que muitos jovens estão aceitando qualquer oportunidade disponível, o que pode impactar seus ganhos no longo prazo.
Perspectivas futuras
A Geração Z pode se beneficiar do repasse de riqueza das gerações anteriores, principalmente dos Baby Boomers, o que pode influenciar seu poder de compra nos próximos anos. Entretanto, as condições atuais do mercado de trabalho e os desafios financeiros podem afetar sua trajetória econômica a longo prazo.
O relatório sugere que ajustes nos hábitos de consumo já estão acontecendo. “Dois terços da Geração Z afirmaram estar reduzindo gastos com refeições fora de casa e eventos sociais para equilibrar as finanças.”
As mudanças nos padrões de consumo, somadas às dificuldades no mercado de trabalho, indicam que essa geração pode redefinir a economia global nos próximos anos.
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