A médica veterinária e epidemiologista Stephanie Venn-Watson não imaginava que seu trabalho com golfinhos na Marinha dos Estados Unidos a levaria a uma descoberta científica de grande impacto na área da saúde. Recrutada em 2001 para cuidar de golfinhos envelhecidos, ela esperava estudar doenças infecciosas, mas logo percebeu haver algo mais interessante para investigar: os efeitos do envelhecimento nesses animais.
Enquanto golfinhos selvagens costumam viver cerca de 20 anos, os mantidos pela Marinha ultrapassavam os 40 e até 50 anos — e muitos envelheciam com saúde. A pesquisadora percebeu que, apesar de alguns apresentarem inflamações crônicas, colesterol alto e até sinais semelhantes ao Alzheimer, outros envelheciam sem grandes complicações.
Após analisar milhares de amostras coletadas ao longo de cinco décadas, Venn-Watson e sua equipe identificaram um fator em comum entre os golfinhos mais saudáveis: um ácido graxo saturado chamado C15:0, até então pouco conhecido. “Achávamos que seria o ômega-3, já que eles só comem peixe, mas descobrimos o C15:0, que eu nunca tinha ouvido falar”, disse em entrevista à CNBC.
A descoberta foi tão relevante que ela foi incluída na lista de “Transformadores de 2025” da emissora americana. De acordo com estudos subsequentes, o C15:0 — que pode melhorar diversos indicadores de saúde em mamíferos — é o primeiro novo ácido graxo essencial identificado em mais de 90 anos.
Ao lado do marido, um médico da Marinha, Venn-Watson fundou a Seraphina Therapeutics, onde desenvolveram um suplemento de C15:0 voltado para humanos. Em março, ela também lançou um livro sobre a descoberta, chamado The Longevity Nutrient (“O Nutriente da Longevidade”, em tradução livre).
Mas o nutriente também pode ser encontrado em alimentos comuns. E, para garantir o consumo diário do C15:0, Venn-Watson tem um item indispensável na alimentação:
“Como queijo quase todo dia”
Segundo a médica, o principal alimento da sua dieta, rico em C15:0 são os queijos produzidos com leite de animais alimentados com pasto natural. “Esses queijos têm alguns dos níveis mais altos de C15:0”, explica.
O lanche diário costuma ser simples: queijo com biscoitos ricos em fibras. “O clássico queijo com crackers — mas que sejam integrais, e não cheios de carboidratos processados”, alerta. Ela cita o pecorino como exemplo de queijo com alto valor nutricional, incluindo o C15:0.
Mesmo após a descoberta, Venn-Watson não abre mão dos ácidos graxos mais conhecidos, como o ômega-3. “Minha dieta tem muito peixe. Provavelmente como peixe todos os dias, além de gordura do leite”, afirma.
Além dos alimentos, ela também toma o suplemento de C15:0 desenvolvido por sua equipe. “É o mesmo composto puro em que a Marinha investiu 10 anos de pesquisa”, finaliza.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC
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