As ações da Berkshire Hathaway caem nesta segunda-feira (5), enquanto investidores digerem o anúncio surpresa de Warren Buffett de que vai se afastar e imaginam um novo caminho para o conglomerado após sua lendária trajetória de 60 anos.
Buffett, de 94 anos, escolheu o último momento da reunião anual da Berkshire em Omaha, Nebraska, para dizer aos seus fiéis acionistas que é hora de Greg Abel, vice-presidente das operações não seguradoras, substituí-lo como CEO. O conselho votou de forma unânime no domingo (4) para tornar Abel presidente e CEO em 1º de janeiro de 2026, e para Buffett permanecer como presidente do conselho.
As ações Classe B caíram 2,9% nas negociações pré-mercado na segunda-feira após atingirem um recorde histórico de US$ 539,80 (R$ 2.698,60) na sexta-feira (2). As ações Classe A caíram 2,8% após fecharem em um recorde de US$ 809.350 (R$ 4.045.725) cada.
A Berkshire emitiu ações Classe B em 1996 a um preço igual a um trigésimo de uma ação Classe A. Em 2010, as ações Classe B da Berkshire foram desdobradas em 50 por 1.
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Conselho vota pela permanência de Warren Buffett como presidente da Berkshire Hathaway; Greg Abel se tornará CEO no final do ano
Reações do mercado e expectativas futuras
“Os acionistas devem receber bem essa transição transparente, mas também ter confiança de que Warren não está indo a lugar algum”, disse Macrae Sykes, gerente de portfólio da Gabelli Funds e acionista da Berkshire. “Manter a posição de presidente significa que ele pode continuar a orientar Greg e os líderes da Berkshire, além de fornecer capacidade intelectual adicional quando chegar o inevitável momento de mais alocação de capital.”
O anúncio marca o fim de uma era épica para a Berkshire, que era um moinho têxtil da Nova Inglaterra em decadência há seis décadas, quando Buffett usou uma parceria de investimentos que gerenciava para assumir o controle. A Berkshire cresceu e se tornou um colosso único, valendo quase US$ 1,2 trilhão (R$ 6 trilhões) com negócios que abrangem seguros, ferrovias, varejo, manufatura e energia. Buffett está passando o bastão em um momento particularmente positivo, já que as ações da Berkshire acabaram de atingir um novo pico na sexta-feira.
“Buffett deixa uma empresa que é menos dependente de suas capacidades de investimento, com uma gama de negócios líderes com fortes fluxos de caixa”, disse Brian Meredith, analista da Berkshire no UBS, em uma nota. “Operacionalmente, esperamos pouca mudança na BRK e que a cultura/estratégia permaneça inalterada sob Abel.”
Impactos financeiros e desempenho do mercado
As ações também podem estar reagindo aos resultados do primeiro trimestre da Berkshire, que mostraram uma queda de 14% nos lucros operacionais, impulsionada por uma queda de 48,6% no lucro de subscrição de seguros. A Berkshire disse que os incêndios florestais no sul da Califórnia levaram a uma perda de $1,1 bilhão (R$ 5,5 bilhões) durante o período.
As ações da Berkshire superaram significativamente o S&P 500, subindo quase 19% este ano. Investidores buscando lugares relativamente seguros para investir acham a Berkshire atraente devido à natureza defensiva de seu enorme império de seguros e ao balanço patrimonial incomparável do conglomerado.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
