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Ameaça tarifária de Trump reacende risco de guerra comercial com a União Europeia
Publicado 24/05/2025 • 22:18 | Atualizado há 3 semanas
Publicado 24/05/2025 • 22:18 | Atualizado há 3 semanas
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O presidente dos EUA, Donald Trump, fala com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, antes de sua reunião no Fórum Econômico Mundial em Davos, em 21 de janeiro de 2020. (Foto: JIM WATSON/AFP)
JIM WATSON/AFP
A União Europeia reagiu com firmeza à mais recente ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre todas as importações provenientes do bloco. Bruxelas alertou que o comércio transatlântico deve ser baseado em “respeito, não em ameaças”. As informações são da NBC News, do mesmo grupo da CNBC.
A declaração foi uma resposta à postagem feita por Trump na sexta-feira (23) em sua rede social, Truth Social, na qual afirmou que as negociações com a União Europeia estavam “paradas” e sugeriu que as novas tarifas entrariam em vigor já em 1º de junho.
A medida, caso confirmada, representa mais um capítulo de atrito entre as duas potências econômicas, após meses de desconfiança e disputas comerciais.
Com cerca de 450 milhões de habitantes, a União Europeia é o maior bloco comercial do mundo e um dos principais parceiros econômicos dos Estados Unidos. Em 2024, o bloco exportou mais de US$ 600 bilhões em produtos para os EUA, enquanto importou cerca de US$ 370 bilhões.
Essa não é a primeira vez que Trump ameaça o bloco com tarifas generalizadas. Em abril, o republicano havia anunciado o “Dia da Libertação” com a imposição de uma tarifa de 39%, proposta que recuou dias depois, antes de retomar a ofensiva agora com um percentual ainda mais alto.
Ex-conselheiro econômico de Trump, Stephen Moore afirmou à BBC que o ex-presidente estaria frustrado com a falta de avanço nas negociações com a UE. “Acho que ele esperava que o bloco já tivesse apresentado uma proposta. Essa tarifa de 50% é um recado”, disse.
O Comissário de Comércio da União Europeia, Maroš Šefčovič, destacou na noite de sexta-feira (23) que as relações comerciais entre EUA e UE “não têm paralelo” e devem ser guiadas pelo “respeito mútuo, não por ameaças”. Ele reafirmou o compromisso do bloco com um acordo “que funcione para ambos os lados”, após conversar com representantes do governo norte-americano.
Apesar do tom conciliador, as tensões entre as duas potências aumentaram desde o retorno de Trump à Casa Branca, marcado por uma retomada do discurso combativo adotado durante seu primeiro mandato, quando chegou a declarar que “ninguém trata os EUA pior do que a União Europeia” e acusou o bloco de ter sido criado para “prejudicar os Estados Unidos”.
Vice-presidente na atual gestão, J.D. Vance engrossou o coro em fevereiro, durante uma conferência de segurança em Munique, ao criticar líderes europeus por questões ligadas à liberdade de expressão, migração e defesa. “A maior ameaça à Europa vem de dentro, do abandono de seus próprios valores — valores que deveria compartilhar com os EUA”, afirmou.
Outro aliado de Trump, Elon Musk, também causou polêmica ao apoiar publicamente o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que defende a saída da Alemanha da UE.
No centro da tensão está, também, a questão do financiamento da segurança europeia, especialmente em relação à guerra na Ucrânia. Embora o governo Trump tenha suavizado sua postura em relação ao conflito, Vance já declarou que “não se importa com o que acontece com a Ucrânia”.
Em uma conversa interna vazada em março, o vice-presidente se opôs a ataques norte-americanos no Iêmen por não querer “salvar a Europa”, enquanto o secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmou que o continente estava tratando os EUA como “otários” por depender deles para sua defesa.
Apesar de defender o diálogo, Šefčovič já anunciou que a UE estuda retaliações comerciais de mais de US$ 100 bilhões contra produtos norte-americanos. A Alemanha, por sua vez, anunciou nesta semana o envio de uma brigada militar permanente para fora do país pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial — sinal de que o bloco começa a se preparar para um cenário de menor apoio dos EUA.
O Reino Unido, que deixou a UE em 2016, conseguiu manter tarifas mais brandas após acordo recente com Washington, mas agora enfrenta o desafio de equilibrar a “relação especial” com os EUA e a necessidade de manter laços econômicos com Bruxelas.
Com o clima esquentando dos dois lados do Atlântico, até aliados próximos podem acabar atingidos pelos desdobramentos de uma possível guerra comercial. A União Europeia, potência geopolítica por direito próprio, dificilmente aceitará tarifas punitivas sem reagir.
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