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Americano de 41 anos ganha US$ 46.000 por ano como barman no Círculo Polar Ártico
Publicado 11/10/2025 • 13:45 | Atualizado há 5 horas
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Publicado 11/10/2025 • 13:45 | Atualizado há 5 horas
KEY POINTS
Robert E. Yarber trabalho no local mais alto do mundo, na Noruega. Foto: Reprodução CNBC
Robert E. Yarber está no topo do mundo — literalmente. O americano de 41 anos mora atualmente em Tromso, na Noruega, uma cidade que você encontrará quase no ponto mais alto do mapa. Fica a cerca de 350 quilômetros ao norte do Círculo Polar Ártico.
E, considerando seu passado conturbado — e a paz que encontrou em seu novo lar — essa também é uma boa descrição de seu estado emocional.
“Eu fiquei em uma cela de prisão, uma cela de 1,80m por 2,70m, com outro homem adulto por cinco anos da minha vida”, diz Yarber. “Eu queria ver Paris, Londres, Berlim, nadar no Mediterrâneo, conhecer o Mar Morto. Queria ver todas essas coisas com meus próprios olhos. Não queria ver na TV.”
Pouco depois de sair da prisão definitivamente em 2014, Yarber embarcou em uma aventura europeia, que o levou a viajar por 44 países e construir um novo lar fora dos EUA. “Eu apostei tudo em mim mesmo e fui com tudo”, diz ele.
Atualmente, Yarber trabalha como barman e gerente de bar, ganhando cerca de US$ 26 por hora, o que equivale a uma renda anual de aproximadamente US$ 46.000. Não é uma fortuna, mas é mais do que suficiente para viver confortavelmente entre pessoas que, segundo ele, realmente o acolheram.
“É tanto amor, e me sinto tão bem-vindo. Quero dizer, a Noruega é minha casa”, diz ele. “Quando estou nos Estados Unidos, me sinto como um peixe fora d’água. E agora, aqui na Noruega, consigo me mover com mais liberdade.”
Na juventude, Yarber fazia a maioria de seus “movimentos” no campo de futebol americano — chegou a bater recordes de interceptações em seu penúltimo ano de ensino médio, em Corvallis, Oregon.
“Eu simplesmente achei que iria para a universidade, e continuaria avançando”, conta ele.
No entanto, duas lesões nos joelhos encerraram sua carreira esportiva, e ele abandonou a faculdade após o primeiro ano. Conseguiu um emprego como lavador de pratos no Denny’s, o primeiro de muitos no setor de alimentação e bebidas.
Em 2006, aos 21 anos, tudo saiu dos trilhos. Durante uma festa, Yarber e um amigo se envolveram em uma briga com outros convidados — uma situação que, segundo ele, virou uma confusão generalizada. Ao conseguir voltar ao carro, enfrentou um dilema.
“Eu estava ali sentado e pensei: ‘Cara, eu poderia entrar no carro e ir embora. Estou livre’”, conta. “Mas esse era meu melhor amigo na época. Era meu colega de quarto, e ele ainda estava lá dentro sozinho, sem ninguém para ajudá-lo.”
Yarber pegou dois tacos de beisebol no porta-malas e voltou. Ele próprio admite que foi a escolha errada.
Como consequência, passou quatro anos na Penitenciária Estadual do Oregon. E, ao sair, descobriu que se reerguer seria mais difícil do que imaginava.
“Quando saí e tentei conseguir um emprego, não consegui”, diz ele. “Tentei todos os empregos que queria. Nada. Tentei todos os que não queria. Nada também. Tentei até empregos que achava que estavam ‘abaixo’ de mim. Mesmo assim, nada.”
Para se sustentar, aceitou a proposta de um ex-companheiro de cela para vender cocaína. Foi preso novamente e passou mais 14 meses na prisão. Foi libertado em março de 2014 — e desde então, não teve mais problemas com a justiça.
Yarber teve dificuldades ao sair da prisão. Conseguiu alguns trabalhos como garçom e barman, mas teve dificuldades para manter estabilidade em sua vida e nos relacionamentos, especialmente enquanto lutava contra o vício.
Quando ele e a namorada perderam um bebê durante a gravidez, Yarber entrou em depressão e soube que precisava de uma mudança. Em dezembro de 2018, conseguiu um emprego nas Ilhas Aleutas, ao largo da costa do Alasca.
“Pensei: se eu for pra lá, realmente não tem como me meter em encrenca. É uma ilha, não dá pra sair”, diz. “Ia só trabalhar numa fábrica de processamento de peixe e tentar ficar sóbrio. Tentar entender a vida.”
Logo percebeu que o Alasca ainda não era longe o suficiente. Ele já tinha planejado uma viagem à Noruega com uma ex-namorada norueguesa, mas a viagem foi cancelada após o término. Com o desejo de viver no exterior e o frio não sendo um problema, decidiu embarcar para a Escandinávia em maio de 2019.
Mas mudar-se para o exterior foi mais difícil do que ele pensava.
“Eu realmente achava que poderia simplesmente entrar em outro país, entrar em um bar e dizer: ‘Ei, posso conseguir um emprego?’”, conta. Quando um empregador perguntou se ele tinha visto, Yarber respondeu que sim — e mostrou um cartão de crédito.
Ele solicitou o visto quatro vezes, enfrentando dificuldades com comprovação de renda, qualificação profissional e vacinação durante a pandemia. Finalmente, depois de frequentar a European Bartender School e reunir a documentação necessária, conseguiu um visto de trabalhador qualificado em 2022, renovado anualmente por cerca de US$ 640.
Na maior parte do tempo, a vida acima do Círculo Polar Ártico é bem tranquila.
Yarber trabalha como gerente de bar no Hotel Havblikk, em Tromsdalen — cidade do outro lado da ponte de Tromso. É um local sofisticado, frequentado por moradores da região.
Ele ganha cerca de 260 coroas norueguesas por hora (em torno de US$ 26) e trabalha, em média, 35 horas por semana. A renda na Noruega é tributada em 22%, além de um imposto adicional progressivo (“imposto de faixa”) e contribuição para o sistema nacional de seguridade. Yarber diz que paga entre 32% e 34% de impostos, mas ainda assim sente que vive bem. Ele mora sozinho em um apartamento de 35 m² — com um luxo típico norueguês: piso aquecido no banheiro.
Num dia típico, ele pode ir à academia ou tomar um chai latte com amigos — em sua maioria, também trabalhadores da área de serviços. Às vezes, assiste a filmes, joga videogames ou cria conteúdo para seus canais no YouTube e TikTok.
Além disso, sente que seus impostos são bem utilizados. Na Noruega, segundo ele, os trabalhadores têm direitos amplamente respeitados. Quem trabalha fora do horário convencional recebe adicional, e as horas de trabalho não podem ser alteradas sem o consentimento do funcionário — algo impensável na indústria de serviços dos EUA.
E, se ficar doente ou sofrer um acidente, está coberto.
“Esse dinheiro dos impostos é usado pra pagar cirurgias quando você precisa, pagar medicamentos, pagar transporte até o hospital e de volta”, diz Yarber. “Licença médica, licença para cuidar de filhos, licença parental — tudo isso mostra que é um país que realmente se importa com as pessoas, e que não está tentando ganhar dinheiro com tudo.”
Resumindo: Yarber sente que encontrou seu lar. Ele está se preparando para o teste de proficiência na língua norueguesa — parte do processo para obter residência permanente. Ele diz que está em um nível 5 de 10. Consegue manter uma conversa e pedir comida em restaurantes.
“Eu conseguiria fazer uma palestra estilo TED Talk em norueguês? Não.”
Tudo no seu tempo. Yarber espera começar a economizar para comprar um carro (atualmente depende do transporte público) e uma casa em sua nova cidade. Até agora, não economizou muito — prefere usar o dinheiro extra para viajar.
“Eu deveria estar economizando, mas talvez seja esse trauma de ter ficado tanto tempo na prisão e querer ver o mundo. Já viajei para 44 países”, diz ele. “Gasto meu dinheiro com viagens. Se tenho dinheiro extra, estou viajando. Só quero ver o mundo.”
Um sentimento que o coloca perfeitamente à vontade na terra dos antigos exploradores nórdicos. “Sou um viking negro no coração”, diz ele.
As conversões de NOK para USD foram feitas com base na taxa da OANDA de 1 USD para 9,85 NOK em 19 de setembro de 2025. Todos os valores foram arredondados para o dólar mais próximo.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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