Ataque cibernético paralisa sistemas de check-in em aeroportos europeus e provoca atrasos

Um ataque cibernético afetou neste sábado (20) os sistemas de check-in de grandes aeroportos da Europa, entre eles Heathrow, o mais movimentado da Europa, que fica em Londres, e outros como Berlim e Bruxelas, provocando atrasos, longas filas e cancelamentos de voos. A falha atingiu o software MUSE, da Collins Aerospace, responsável por operações de embarque e despacho de bagagens.

Em Bruxelas, ao menos dez voos foram cancelados e outros 17 registraram atrasos superiores a uma hora após a invasão ocorrida na noite de sexta-feira (19). A administração do terminal confirmou que todos os procedimentos precisaram ser feitos manualmente, o que trouxe “grande impacto” na malha aérea local. A Eurocontrol chegou a orientar companhias aéreas a suspender metade das decolagens e pousos na capital belga entre 16h e 2h do dia seguinte.

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No aeroporto de Berlim, a gestão decidiu desconectar os sistemas após identificar a falha, enquanto Heathrow relatou problemas técnicos ligados ao mesmo fornecedor. A recomendação em todos os terminais foi para que passageiros verificassem o status de seus voos antes de seguir para o embarque.

A Collins Aerospace, subsidiária do grupo americano RTX, confirmou ter identificado uma “disrupção cibernética” em parte de seus sistemas e disse que equipes trabalham para restabelecer os serviços “o mais rápido possível”. A empresa, criada em 2018, fornece a tecnologia usada por companhias aéreas para emissão de cartões de embarque, etiquetas e despacho de malas.

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Histórico de ataques

O incidente ocorre em um contexto de aumento expressivo de ataques digitais contra o setor aéreo. Relatório da francesa Thales apontou alta de 600% nas investidas entre 2024 e 2025, classificando aeroportos e companhias como “alvos preferenciais”. Entre os casos recentes estão a invasão à Qantas, que expôs dados de seis milhões de clientes em 2024, e o ataque à Japan Airlines no fim do mesmo ano.

Enquanto Heathrow, Berlim e Bruxelas enfrentaram dificuldades, os terminais de Roissy, Orly e Le Bourget, na região de Paris, confirmaram que suas operações não tiveram intercorrências.

Maria Ferreira Santos

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