Bancos de investimento elevam perspectiva de crescimento da China após acordo com os EUA
Publicado 13/05/2025 • 06:37 | Atualizado há 7 horas
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Publicado 13/05/2025 • 06:37 | Atualizado há 7 horas
KEY POINTS
Bandeira da China.
Pixabay
As instituições financeiras estão repensando suas projeções para a China após uma trégua comercial surpreendente entre Washington e Pequim, elevando tanto as previsões de crescimento do país quanto as perspectivas do mercado de ações.
Na segunda-feira (12), os EUA e a China chegaram a um acordo para suspender temporariamente a maioria das tarifas sobre os produtos um do outro por 90 dias. Segundo o acordo, as tarifas mútuas serão reduzidas de 125% para somente 10%.
Isso marca um alívio significativo nas tensões entre os dois países após a revanche que ocorreu após as tarifas “recíprocas” do presidente dos EUA, Donald Trump, em 2 de abril, o que levou vários bancos a reduzirem suas previsões de crescimento na China.
Agora, várias instituições estão revisando suas perspectivas para a China.
O UBS disse em nota na segunda-feira à noite que o crescimento do PIB da China em 2025 poderia subir para entre 3,7% e 4%, acima do cenário base anterior de 3,4%, dado que a redução da guerra comercial pode levar a um “choque menor” no crescimento econômico da China.
O Morgan Stanley também aumentou suas previsões trimestrais de curto prazo para o PIB da China devido às expectativas de que as empresas podem tentar acelerar as exportações para aproveitar as tarifas mais baixas.
“Embora as tarifas permaneçam elevadas, a janela de suspensão pode levar a embarques e produção antecipados”, escreveram os analistas do banco de investimento em nota. O PIB da China no segundo trimestre pode ser superior à estimativa atual de 4,5%, escreveram o economista-chefe do banco para a China, Robin Xing, e outros no relatório.
Além disso, Xing e sua equipe agora esperam que o crescimento do terceiro trimestre mostre resiliência temporária, prevendo que ficará acima de 4%. Anteriormente, o Morgan Stanley havia previsto que o crescimento poderia desacelerar em torno de 4%.
O ANZ Bank agora vê potencial para que o PIB da China ultrapasse 4,2% neste ano, depois que o banco com sede na Austrália revisou sua previsão de 4,8% para 4,2% em abril.
Da mesma forma, o Natixis prevê um crescimento do PIB do país de 4,5% este ano, acima do cenário base de 4,2%, caso haja estímulos mais proativos e novas reduções de tarifas. Isso ocorre depois que o banco francês reduziu sua previsão para o PIB da China de 4,7% para 4,2% no início de abril.
O otimismo nas perspectivas de crescimento está melhorando a perspectiva para as ações chinesas.
A Nomura elevou as ações da China para “overweight tático” e transferiu alguns fundos de suas posições na Índia para a China, disse em nota após as negociações comerciais.
O Citi aumentou sua meta para o Índice Hang Seng em 2%, para 25.000 até o final do ano, e espera que ele atinja 26.000 até o primeiro semestre de 2026.
Ainda assim, Pierre Lau, estrategista de ações do Citigroup na China, disse preferir investimentos domésticos que evitem incertezas tarifárias. Ele elevou a nota do setor de consumo de neutra para overweight. Lau também destacou o setor de internet e tecnologia do país como promissor.
“Vemos um risco-recompensa atrativo nas ações chinesas, com a avaliação de mercado permanecendo pouco exigente”, disse o diretor de investimentos do Maybank, Eddy Loh, que vê oportunidades nos serviços de comunicação e em alguns setores de bens de consumo discricionários.
William Ma, diretor de investimentos do GROW Investment Group, que normalmente tem sido otimista em relação à China, acredita que a recuperação nos mercados chineses é uma reclassificação sustentada, especialmente com a recente flexibilização da política chinesa e o estímulo ao consumo, o que pode oferecer um impulso extra à economia e aos mercados da China.
O CSI 300 da China subiu ligeiramente na terça-feira, após subir 1,6% na sessão anterior. O Índice Hang Seng de Hong Kong subiu quase 3% na segunda-feira, mas caiu 1,5% na terça-feira (13).
Alguns especialistas alertaram para não se deixar levar pelo que pode ser uma recuperação tática nas ações.
Embora as negociações comerciais entre os EUA e a China tenham sido melhores do que o esperado pelos mercados, o acordo ainda é temporário e sujeito a novas mudanças, disse Loh.
A redução e interrupção tarifária de 90 dias não garantem um acordo, especialmente dada a deterioração da confiança mútua entre os EUA e a China, disse o economista sênior da Natixis, Gary Ng.
Os mercados se recuperaram porque os resultados das negociações comerciais foram uma surpresa e não foram precificados, disse o diretor da Eurasia para a China, Dan Wang.
“Isso não muda o panorama. O mercado de ações da China ainda depende dos fundamentos domésticos, que permanecem fracos”, disse ela à CNBC, citando a queda no setor imobiliário e o aumento da dívida dos governos locais, o que também torna o setor dependente do apoio estatal.
Trump, que vê as tarifas como essenciais para sua influência política contra a China, pode não mantê-las baixas por muito tempo, acrescentou Wang.
“Esta é uma pausa temporária, não um avanço no relacionamento bilateral. Uma trégua de 90 dias é curta em diplomacia comercial”, disse ela.
— Evelyn Cheng, da CNBC, contribuiu para esta reportagem.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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