CNBC Originals: com seca histórica, pouca oferta e preços recordes, carne bovina dispara nos EUA

Os preços da carne bovina nos Estados Unidos seguem em alta e já pressionam tanto consumidores quanto produtores. No início de 2025, o país registrou o menor rebanho bovino em quase 75 anos, resultado de uma combinação de seca severa, custos elevados de produção, doenças no rebanho e restrições comerciais.

Com a oferta limitada e a demanda doméstica ainda forte, os preços da carne subiram cerca de 15% no último ano, bem acima da inflação dos alimentos.

A dinâmica do setor ajuda a explicar por que a queda de preços não acontece rapidamente. A produção de carne bovina depende de um ciclo longo, que pode levar de 8 a 12 anos entre a expansão e a contração do rebanho.

Diferentemente de aves e suínos, o gado exige mais tempo, mais terra e está mais exposto a fatores climáticos. Mesmo com preços elevados, muitos produtores optaram por vender animais devido à falta de pastagem e ao aumento dos custos com ração, adiando a recomposição do rebanho.

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Empresas como a Omaha Steaks buscam mitigar essa volatilidade com estratégias logísticas, como congelamento rápido e formação de estoques de longo prazo, o que permite antecipar compras e suavizar oscilações de preço.

Ainda assim, o setor opera com margens apertadas, e há limites para absorver aumentos contínuos nos custos sem repassar parte deles ao consumidor. A concentração da indústria de frigoríficos e investigações sobre práticas de mercado também adicionam complexidade ao cenário.

No curto prazo, medidas como o aumento das importações têm impacto restrito, especialmente concentrado na carne moída. Especialistas apontam que uma normalização mais consistente dos preços só deve ocorrer a partir de 2027, com a recuperação gradual do rebanho.

Até lá, o equilíbrio entre oferta e demanda segue frágil, reforçando a importância de políticas de longo prazo para garantir a estabilidade do mercado de carne bovina nos EUA.

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Felipe Pjevac

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