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Consumidores dinamarqueses boicotam produtos dos EUA à medida que aumentam as tensões sobre a Groenlândia — e o comércio

Publicado 11/04/2025 • 08:40 | Atualizado há 4 dias

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • Consumidores dinamarqueses, indignados com a postura do presidente Donald Trump sobre a Groenlândia e tarifas comerciais amplas, estão virando as costas para produtos americanos.
  • O Salling Group, que possui as redes de supermercados Føtex, Bilka e Netto, no mês passado introduziu uma estrela com asterisco nas etiquetas de preço para indicar marcas de propriedade europeia.
  • “É a única maneira que eles [os consumidores] têm de fazer um pequeno protesto contra Trump”, disse Sanne, funcionária de uma loja em Copenhague, à CNBC.
Pedestres caminham por Nyhavn, o porto com suas casinhas coloridas em Copenhague, Dinamarca, popular entre os turistas.

Pedestres caminham por Nyhavn, o porto com suas casinhas coloridas em Copenhague, Dinamarca, popular entre os turistas.

Picture Alliance | Getty Images (Reprodução CNBC Internacional)

Indignados com a postura do presidente Donald Trump sobre a Groenlândia e as tarifas comerciais amplas, consumidores dinamarqueses estão virando as costas para produtos americanos em uma demonstração de protesto nacional.

A pequena nação europeia e aliada de longa data dos EUA se viu recentemente no centro das atenções do presidente por conta de suas ambições sobre a Groenlândia, uma ilha dinamarquesa semiautônoma. Enquanto isso, novas tarifas dos EUA, recentemente reduzidas para 10%, agora dificultam as exportações da UE para um de seus principais mercados.

Trump afirmou repetidamente que os EUA deveriam assumir o controle da Groenlândia, que abriga instalações militares americanas, por questões de segurança nacional. Autoridades dinamarquesas rejeitaram fervorosamente essa ideia e agora — assim como no Canadá, que Trump gostaria de tornar o 51º estado americano — os consumidores estão reagindo.

“É a única maneira que eles [os consumidores] têm de fazer um pequeno protesto contra Trump”, disse Sanne, funcionária da rede de supermercados Føtex em Copenhague, à CNBC.

“F*** os EUA, basicamente, neste momento”, disse a cliente Sanja, uma australiana que agora vive em Copenhague.

O Salling Group, que possui a Føtex e outras redes como Bilka e Netto, facilitou evitar produtos dos EUA ao introduzir, no mês passado, uma estrela com asterisco nas etiquetas de todas as marcas de propriedade europeia em suas mais de 1.700 lojas na Dinamarca, Alemanha e Polônia.

Um porta-voz do Salling Group disse que a medida não era sobre “boicotar” produtos dos EUA, mas veio em resposta a vários pedidos recentes de consumidores buscando “informações mais claras sobre a propriedade europeia”.

Mesmo assim, vários consumidores disseram à CNBC que aprovaram a iniciativa.

“Prefiro produtos europeus em vez de americanos, não só devido ao conflito, mas também pelos padrões. Agora que o conflito é o que é, prefiro ainda mais”, disse Sanja, cuja mãe estava visitando a Austrália e disse que também pretendia evitar produtos dos EUA ao voltar para casa.

Outra cliente, Eva, concordou: “Sim, eu evitaria produtos americanos. Acho que eles precisam de um novo presidente.”

O boicote a produtos americanos também foi observado em outras partes da Europa, com a hashtag #BoycottUSA se espalhando nas redes sociais e grupos no Facebook surgindo para ajudar consumidores a localizar produtos feitos regionalmente. Isso segue movimentos semelhantes no Canadá, onde cafés do tipo americano foram renomeados como “canadenses”.

Grandes marcas dos EUA também enfrentaram reação negativa, com uma pesquisa francesa apontando resistência contra nomes conhecidos como Starbucks, McDonald’s e Coca-Cola. Talvez o caso mais proeminente seja o da Tesla, que viu suas vendas caírem significativamente na região, com algumas concessionárias na Alemanha, Itália e Suécia sendo vandalizadas em rejeição às ações políticas do CEO Elon Musk.

Na semana passada, Trump impôs tarifas de 20% sobre todas as importações da Europa como parte de tarifas recíprocas mais amplas contra mais de 180 países. A medida, que provocou dias de turbulência nos mercados, foi posteriormente suspensa temporariamente, mas ainda assim deverá desestabilizar as cadeias de suprimento globais e os hábitos de consumo em todo o mundo.

Jens Lund, CEO da empresa de logística dinamarquesa DSV, disse à CNBC na semana passada que alguns impactos comerciais das tarifas já estavam sendo sentidos, mas outros podem demorar mais para se manifestar.

“O tempo dirá como o consumidor vai reagir, porque no fim das contas é o consumidor quem decide”, disse Lund. “Para itens maiores, como carros, há menos vendas.”

Ele observou, no entanto, que alguns protestos podem ser passageiros, à medida que os consumidores eventualmente retornam aos seus hábitos normais.

“Os consumidores votam com os pés e com base no que é mais barato. Onde estiver o produto com melhor custo-benefício, é lá que o consumidor vai”, disse Lund.

Para a cliente Lourdes, originalmente da França, essa é a realidade: “Vamos pela oferta”, disse ela. “Se houver uma estrela [marcando um produto europeu], mas o preço for maior, eu vou escolher a opção mais barata.”

Evitando viagens aos EUA

A mudança nos padrões de consumo aponta para uma mudança mais ampla no sentimento dos consumidores, com dados sugerindo que os viajantes também estão cada vez mais evitando viagens aos EUA, devido às políticas comerciais de Trump, flutuações cambiais desfavoráveis e detenções de alto perfil de portadores de visto.

A maior companhia aérea do Canadá, a Air Canada, disse na semana passada que as reservas para voos transfronteiriços do Canadá para cidades dos EUA caíram 10% no período de abril a setembro em comparação com o ano anterior. A provedora de dados de viagens OAG, por sua vez, disse que as reservas de voos entre Canadá e EUA caíram 70%.

Isso segue comentários anteriores do vice-presidente da companhia canadense WestJet, que disse que as travessias da fronteira EUA-Canadá diminuíram à medida que os passageiros “migram dos EUA para outros destinos”.

Tendências semelhantes também parecem estar surgindo na Europa. O CEO da Accor, Sebastien Bazin, disse à Bloomberg na semana passada que as reservas de verão da Europa para os EUA estavam 25% menores devido à “ansiedade de ir para um território desconhecido”.

Para a cliente Sanja, isso dificultou as visitas à família de seu marido ítalo-colombiano. Mas, ao ser questionada se estava evitando viajar para os EUA no clima atual, ela foi categórica:

“Com certeza. Mesmo quando vamos para a Colômbia, vamos dar a volta [nos EUA]”, disse Sanja. “Tenho dois filhos pequenos, não vale a pena.”

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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