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Contas de luz avançam acima da média nacional em estados que concentram data centers nos EUA
Publicado 14/11/2025 • 22:43 | Atualizado há 30 minutos
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KEY POINTS
O estado do Ceará está prestes a se tornar um novo polo de tecnologia na América Latina com a construção do Data Center Pecém - Foto: reprodução Freepik
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Os estados norte-americanos com maior número de data centers registraram aumentos mais acelerados nas tarifas de eletricidade em 2025, impulsionados pelo avanço da demanda energética da indústria de inteligência artificial. Segundo a Administração de Informação Energética dos EUA (EIA), as contas residenciais subiram, em média, 6% em agosto em comparação com o ano anterior, mas Virgínia, Illinois e Ohio tiveram altas bem superiores.
Os data centers consomem cargas que podem superar 1 gigawatt por instalação, equivalente ao uso de mais de 800 mil residências. Esse crescimento tem ampliado a pressão sobre a rede elétrica e se tornou um fator central no debate político às vésperas das eleições de meio de mandato.
Altas acima da média nacional
Esses estados são atendidos pela PJM Interconnection, a maior operadora de rede elétrica dos EUA, responsável por abastecer mais de 65 milhões de pessoas. A PJM enfrenta um desequilíbrio entre oferta e demanda que elevou de forma significativa o custo de capacidade — pagamento destinado a garantir que usinas mantenham disponibilidade futura de energia.
O leilão para o período 2024–2025 resultou em uma cobrança de US$ 2,2 bilhões. Para 2025–2026, esse valor saltou para US$ 14,7 bilhões, alta superior a 500%. Segundo a Monitoring Analytics, responsável pela fiscalização independente da PJM, a demanda real e prevista de data centers representou US$ 9,3 bilhões, ou 63% do custo total. No leilão seguinte, o valor chegou a US$ 16,1 bilhões.
“A reação negativa contra as empresas de tecnologia é real”, disse Abraham Silverman, ex-assessor jurídico do conselho de serviços públicos de Nova Jersey e pesquisador da Universidade Johns Hopkins. “Os centros de dados nem sempre são bons vizinhos. Eles tendem a ser barulhentos, podem causar incômodos e há comunidades, principalmente em regiões com muitas dessas instalações, que simplesmente não querem mais data centers”, acrescentou.
Tensão política aumenta com o avanço das contas de energia
Na Virgínia, estado com a maior concentração de data centers do mundo, a governadora eleita Abigail Spanberger venceu a disputa com uma campanha baseada no custo de vida. Spanberger declarou que “os data centers precisam pagar seus próprios custos e a sua justa parcela dos custos crescentes”.
Em Washington, integrantes do Partido Democrata ampliaram as críticas ao governo Trump. Os senadores Richard Blumenthal (Connecticut) e Bernie Sanders (Vermont) afirmaram que os “acordos privilegiados da Casa Branca com as grandes empresas de tecnologia” não protegem os consumidores, “que estão sendo forçados a subsidiar o custo dos centros de dados”.
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Trump, por sua vez, tem defendido que sua gestão promove redução de preços. Em uma publicação recente nas redes sociais, ele afirmou: “Os custos e a inflação eram muito mais altos durante o governo Joe Biden do que são agora. Na verdade, os custos sob o meu governo estão caindo de forma acentuada, impulsionados principalmente pela gasolina e pela energia. A acessibilidade é uma mentira quando usada pelos democratas. É uma farsa completa. Os custos do Dia de Ação de Graças estão 25% menores este ano do que no ano passado, sob Joe Biden. Nós somos o Partido da Acessibilidade.”
Outros fatores de pressão sobre as tarifas
Silverman observa que a expansão dos data centers é determinante, mas não o único motor do aumento das contas de luz. Ele cita a necessidade de modernizar a rede elétrica, o avanço da eletrificação da economia, o crescimento da indústria doméstica e o aumento de dois dígitos no custo de construção de linhas de transmissão. “É um componente importante da crise de acessibilidade que estamos vivendo agora”, disse.
Para ele, o processo da PJM para colocar novas fontes de energia na rede também enfrenta entraves: “O processo da PJM para colocar novas fontes de energia online fracassou completamente.” Subsídios da Lei de Redução da Inflação aceleraram a apresentação de projetos de energia renovável, mas as análises podem levar até cinco anos.
O órgão fiscalizador da PJM afirmou que, embora a rede pudesse enfrentar escassez de energia sem os data centers, o crescimento da demanda seria menor, dando mais tempo para adaptação do mercado. “É enganoso afirmar que os resultados do mercado de capacidade são apenas um reflexo da oferta e da demanda”, destacou o órgão, classificando o aumento da carga dos data centers como “sem precedentes”.
Estados onde o impacto é menor
Texas
O Texas é atendido pela ERCOT, sua própria operadora, que possui um processo mais rápido de conexão de novas fontes de energia, com prazos médios de cerca de três anos.
Califórnia
A Califórnia mantém algumas das tarifas residenciais mais altas do país, cerca de 80% acima da média nacional, em razão de custos relacionados à prevenção de incêndios florestais. Apesar disso, o aumento anual ficou abaixo da média nacional.
A maior concessionária do estado, PG&E, informou que espera estabilidade nas tarifas após a retirada dos custos de prevenção de incêndios das contas dos clientes.
Trump prometeu reduzir as tarifas de eletricidade pela metade no primeiro ano de mandato, mas as condições atuais da rede e a velocidade de expansão dos data centers indicam que os preços devem continuar pressionados.
“É difícil imaginar que as contas de energia elétrica diminuam nesta década”, afirmou Rob Gramlich, presidente da consultoria Grid Strategies.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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