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Crise hídrica na Índia pressiona operações de gigantes globais de bebidas
Publicado 26/12/2025 • 09:45 | Atualizado há 2 horas
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Publicado 26/12/2025 • 09:45 | Atualizado há 2 horas
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Atuar na Índia sempre exigiu das multinacionais adaptação tanto a um ambiente regulatório complexo quanto a um sistema tributário fragmentado. Em estados como Rajasthan, no noroeste do país, esse desafio ganhou uma camada adicional: a escassez crescente de água, que afeta diretamente a operação de grandes fabricantes de bebidas.
Na região, parte da população recebe água encanada apenas uma vez por semana, enquanto empresas do setor precisam garantir abastecimento contínuo para manter suas fábricas. O estado abriga unidades de grupos como Diageo, Carlsberg e Heineken, que dependem de autorizações rígidas e de uma gestão cada vez mais eficiente dos recursos hídricos.
Cerca de dois terços de Rajasthan são ocupados pelo Deserto de Thar, e o nível de extração de água subterrânea está entre os mais elevados da Índia. O cenário pressiona o governo estadual a equilibrar as demandas de 85 milhões de habitantes, além do turismo, da indústria e de um amplo setor agrícola.
A legislação indiana proíbe o transporte de bebidas alcoólicas entre estados sem licença específica, o que obriga as empresas a manter produção local em cada mercado onde desejam atuar. Na prática, isso força a instalação de fábricas mesmo em áreas com forte estresse hídrico, como Rajasthan.
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“O estresse hídrico é uma preocupação crescente na Índia”, afirmou Sonia Thimmiah, diretora sênior de sustentabilidade global da Heineken, destacando que, em anos recentes, a demanda por água em algumas cidades chegou perto de superar a oferta disponível.
Em resposta, Heineken, Carlsberg e Diageo afirmam ter ampliado investimentos em eficiência hídrica, além de projetos voltados à melhoria do acesso das comunidades locais à água. As companhias também dizem buscar a reposição integral da água utilizada em suas operações industriais.
As dificuldades enfrentadas em Rajasthan refletem um problema estrutural em escala nacional. A Índia concentra 17% da população mundial, mas dispõe de apenas 4% da água doce do planeta. Como uma das economias que mais crescem globalmente, o aumento da produção industrial intensifica a pressão sobre recursos já limitados.
Essa realidade é visível em Alwar, polo industrial do estado localizado a cerca de 150 quilômetros a sudoeste de Délhi, onde se concentra grande parte das fábricas de bebidas. Dados oficiais indicam que a extração de água subterrânea no distrito ocorre a quase o dobro da capacidade de recarga dos aquíferos, impulsionada principalmente pela irrigação agrícola.
Embora o consumo industrial represente cerca de 2% do uso total de água em Rajasthan, a legislação exige que empresas comerciais e industriais instalem sistemas de captação de água da chuva e de recarga de aquíferos. Em áreas classificadas pelo governo como “superexploradas”, como Alwar, as regras são ainda mais rigorosas.
Uma ordem governamental de 2020 determinou que indústrias nessas regiões adotem as “tecnologias mais recentes de eficiência hídrica” para reduzir a dependência da água subterrânea, embora não detalhe quais soluções devem ser implementadas.
“Os lençóis freáticos estão baixando e as chuvas são irregulares”, afirmou Sumit Walia, responsável pela operação da Diageo em Alwar. Segundo ele, a empresa busca reduzir em 40% o consumo de água, garantir 100% de reposição do volume extraído e reciclar integralmente as águas residuais, além de empregar tecnologias como o uso de ar, em vez de água, na lavagem de garrafas.
O avanço dessas iniciativas ocorre em um contexto em que a disputa pelo acesso à água tende a se intensificar, elevando os riscos operacionais para empresas que dependem diretamente desse recurso em uma das regiões mais áridas da Índia.
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