Empresas de luxo enfrentam impacto tarifário com aumento do medo de recessão
Publicado 10/04/2025 • 13:16 | Atualizado há 1 uma semana
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Publicado 10/04/2025 • 13:16 | Atualizado há 1 uma semana
KEY POINTS
Empresas de luxo enfrentam impacto tarifário; ações estavam entre as que mais caíram na quarta.
Julien De Rosa | Afp | Getty Images (Reprodução CNBC Internacional)
As marcas de luxo europeias podem estar em grande parte protegidas dos efeitos iniciais das tarifas recíprocas dos EUA, mas os riscos de uma recessão econômica mais ampla representam más notícias para a tão esperada recuperação do setor.
As ações das empresas europeias de luxo LVMH, Richemont, Kering e Hermès estavam entre as que caíram na quarta-feira (10), com a imposição de impostos sobre as importações dos EUA da União Europeia. A perspectiva permanece incerta, mesmo com o presidente Trump anunciando posteriormente uma pausa de 90 dias e reduzindo as taxas para tarifas universais de 10%.
Leia também: União Europeia suspenderá medidas de combate às tarifas dos EUA por 90 dias
As casas de moda de luxo — para as quais a marca “made in Europe” faz parte do apelo — são menos propensas do que outras empresas a se curvarem à demanda final do presidente Donald Trump de realocar a produção para os EUA, indicando, em vez disso, que repassarão o aumento dos custos de importação aos consumidores.
No entanto, uma retração mais ampla na economia global pode tornar esses aumentos mais difíceis de suportar, mesmo para consumidores ricos, que normalmente são mais capazes de absorver choques de preços, alertam analistas.
As chances de uma recessão nos EUA e no mundo neste ano subiram para 60% após o anúncio de tarifas do “Dia da Libertação” de Trump, segundo o JPMorgan, com o CEO Jamie Dimon afirmando na quarta-feira que a turbulência resultante no mercado tornou uma recessão “provável”.
“Mercados acionários globais mais fracos e a incerteza econômica mais ampla pesarão sobre a confiança e vemos isso adiando ainda mais a recuperação da demanda por luxo”, escreveu Adam Cochrane, analista de pesquisa de ações de varejo geral e luxo do Deutsche Bank, em nota na quarta-feira.
Luca Solca, analista sênior de bens de luxo globais da Bernstein, ecoou esse sentimento, classificando o efeito inicial das tarifas americanas como “insignificante”, mas citando efeitos prováveis colaterais.
“O que deveríamos nos preocupar, nesse caso, são os impactos de segundo e terceiro níveis das novas políticas americanas, caso precipitem uma forte recessão global e uma correção do mercado de ações”, escreveu Solca em nota na semana passada.
As empresas europeias de luxo movimentam, em geral, apenas 15% a 30% das vendas nas Américas como um todo, de acordo com estimativas da Bernstein. No entanto, o mercado americano tornou-se um importante impulsionador do crescimento nos últimos trimestres, à medida que as empresas mudaram seu foco em meio à queda nas vendas na China. Enquanto isso, a demanda chinesa, já contida, pode ser ainda mais afetada pelas tarifas americanas de 125%, impostas nesta quarta-feira.
Isso ocorre em um momento em que os resultados otimistas do quarto trimestre de grupos de moda de luxo apontaram para uma recuperação no setor, que sofreu com a desaceleração pós-Covid e o baixo consumo. No entanto, o Deutsche Bank afirmou na quarta-feira que a recuperação pode ser “a anomalia e não a tendência”.
“Não está mais claro se o terceiro trimestre de 2024 foi o ponto mais baixo para a demanda por luxo”, escreveu Cochrane, observando que o banco havia reduzido suas expectativas de crescimento do setor de luxo para 2025, em moeda constante, em 3 pontos percentuais, para 2%.
O Citi concordou, escrevendo na terça-feira que o anúncio de tarifas dos EUA, “pior do que o temido”, e a forte liquidação do mercado representam “uma ameaça significativa ao futuro da demanda por luxo nos EUA”.
Entre as marcas mais bem posicionadas para enfrentar a tempestade, segundo os analistas, estão Hermès e Burberry, enquanto empresas como Richemont e Moncler podem ser mais afetadas.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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