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Os Estados Unidos começaram a enviar migrantes detidos no território do país para a base militar de Guantánamo, que fica na ilha de Cuba, nesta terça-feira (4).
A informação foi confirmada pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, à rede Fox Business.
Guantánamo é um centro de detenção para suspeitos de terrorismo, mas já foi usada para abrigar imigrantes no passado.
A prisão de Guantánamo foi aberta após os ataques de 11 de setembro de 2001 e tem sido usada para manter detentos por tempo indeterminado.
As condições no local já motivaram protestos de grupos de direitos humanos. Especialistas da ONU afirmaram que a prisão tem “notoriedade sem precedentes”.
Os ex-presidentes democratas Barack Obama e Joe Biden tentaram fechar a instalação, mas o Congresso se opôs, e ela segue em funcionamento.
Atualmente, há 15 pessoas presas por envolvimento com atividades militantes ou terrorismo, incluindo acusados de planejar os atentados de 11 de setembro, como Khalid Sheikh Mohammed.
O Comando Sul dos EUA afirmou que cerca de 300 militares americanos atuam em Guantánamo no apoio à detenção de imigrantes.
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, disse na segunda-feira que Guantánamo é o “lugar perfeito” para deter migrantes. Ele visitou a fronteira com o México, onde a administração Trump reforçou a presença militar.
“O Pentágono fornecerá os recursos necessários para apoiar a expulsão e detenção daqueles que estão ilegalmente no país”, afirmou Hegseth.
A base já foi usada por décadas para abrigar solicitantes de refúgio caribenhos detidos no mar. Nos anos 1990, recebeu dezenas de milhares de haitianos e cubanos que fugiam de crises em seus países.
Eles ficaram em acampamentos e, após anos detidos, muitos foram enviados de volta.
Na semana passada, Trump deu ordem para que se prepara-se o local para receber 30 mil pessoas.
Um oficial do setor de defesa dos EUA afirmou à agência de notícias AFP que cerca de 12 imigrantes classificados como de alta periculosidade iriam ser levados a Guantánamo.
Segundo esse dirigente, os imigrantes ficarão separados das pessoas presas por suspeita de terrorismo.
Trump iniciou uma operação para conter a imigração irregular. Sua administração tem anunciado operações com prisões, deportações e uso de aviões militares.
O presidente fala do tema como prioridade. Ele ameaçou a Colômbia com sanções e tarifas elevadas por ter recusado a entrada de dois aviões com deportados.
Milhares de migrantes sem documentação foram presos desde a posse de Trump, em 20 de janeiro, incluindo alguns acusados de crimes.
Trump afirmou que pretende expulsar milhões.