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Fed deve manter juros, mas reunião desta semana promete surpresas
Publicado 29/07/2025 • 18:05 | Atualizado há 13 horas
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KEY POINTS
Selo do Federal Reserve americano.
Pexels.
Apesar de não serem esperadas grandes decisões de política monetária, a reunião do Federal Reserve desta semana está cercada de expectativas e reviravoltas de bastidor.
Quando o Comitê Federal de Mercado Aberto divulgar sua decisão sobre os juros na tarde de quarta-feira (30), tudo indica que o cenário será semelhante ao da reunião de junho, com pouca ou nenhuma alteração no comunicado – e, mais uma vez, sem cortes nas taxas.
Veja alguns pontos de destaque:
Dois diretores do Fed — Christopher Waller e Michelle Bowman — podem votar contra a manutenção da taxa básica entre 4,25% e 4,5%. Se isso acontecer, será a primeira vez desde o final de 1993 que mais de um diretor discorda da maioria. Ambos defendem a redução dos juros. A posição de Waller fica ainda mais relevante, já que ele é visto como um possível sucessor de Powell no comando do Fed no ano que vem.
Esta será a primeira reunião desde a visita histórica do presidente Donald Trump ao canteiro de obras do novo prédio do Fed e do barulho causado pelo estouro nos custos da obra. Para rebater as críticas da Casa Branca, membros do banco central vêm fazendo uma forte campanha de comunicação, e o tema deve surgir na coletiva de imprensa de Powell após a reunião.
O Fed tem muito com o que se preocupar na economia, incluindo o fato de que as tarifas impostas por Trump talvez não estejam pressionando a inflação como muitos economistas temiam. Isso dificulta justificar o adiamento de um corte nos juros, ainda mais diante da pressão de Trump por uma política monetária mais frouxa.
“Se o Fed cortar agora, só vai parecer que está cedendo à pressão do presidente”, disse Bill English, ex-chefe de assuntos monetários do Fed e hoje professor na Escola de Administração de Yale. “O melhor que eles podem fazer é olhar para os dados, tomar a decisão que acharem mais adequada e explicar tudo da melhor forma possível.”
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Powell terá trabalho para explicar a posição do comitê, já que deve enfrentar a oposição de Waller e Bowman.
Antes da reunião, os dois argumentaram a favor do corte, dizendo que, como o repasse das tarifas para a inflação ainda não apareceu e o mercado de trabalho está “no limite” — nas palavras de Waller em um discurso há menos de duas semanas —, o momento seria de aliviar a política monetária.
“Com a inflação próxima à meta e riscos de alta limitados, não devemos esperar o mercado de trabalho piorar para cortar os juros”, defendeu Waller no discurso intitulado “Por que cortar agora”.
Essas falas devem agradar Trump, mas uma pesquisa da CNBC com especialistas do mercado e economistas mostra que apenas 14% acreditam que Waller será indicado para substituir Powell, cujo mandato termina em maio de 2026. Entre os favoritos estão o secretário do Tesouro, Scott Bessent, o ex-diretor Kevin Warsh e Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional.
Trump já pediu a renúncia de Powell, chegou a ameaçar demiti-lo e culpa o chefe do Fed pela recusa do comitê em cortar os juros. O presidente americano diz que o banco central deveria aliviar a política monetária para baixar os custos da dívida dos EUA e destravar o mercado imobiliário, travado pelos juros altos dos financiamentos.
No entanto, Powell é apenas um dos votos do comitê, e nenhum outro membro além de Waller e Bowman demonstrou disposição para apoiar um corte nesta reunião. De acordo com a ata de junho, alguns dirigentes chegaram a defender que não haja corte nem este ano. A diretora Adriana Kugler estará ausente, reduzindo o número de votos para 11.
“O motivo do Fed não cortar não é o Jay Powell”, disse Robert Kaplan, ex-presidente do Fed de Dallas, à CNBC, usando o apelido do presidente do banco central. “O motivo é que não há consenso na mesa, são 12 votos e ele não decide sozinho.”
“Se fosse outro presidente do Fed agora, também não cortaria em julho”, acrescentou. “A situação é mais complexa do que parece pelos comentários públicos.”
Como não haverá atualização do Resumo de Projeções Econômicas nem do chamado “dot plot” — gráfico com as expectativas dos membros —, os investidores vão analisar cada palavra do comunicado e da coletiva de Powell em busca de pistas sobre os próximos passos.
Ainda há “uma forte aposta” em um corte em setembro, mas isso pode mudar de acordo com os próximos dados, afirma Julien Lafargue, estrategista-chefe do Barclays Private Bank and Wealth Management. Em junho, o dot plot sinalizava dois cortes em 2025, mas também mostrava grande divisão entre os dirigentes.
“Apesar de ser improvável uma surpresa na decisão do Fed, esta reunião promete ser bastante interessante”, conclui Lafargue.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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