Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC no
Guerra das big techs: disputa por talentos da IA cria novos bilionários
Publicado 22/08/2025 • 07:00 | Atualizado há 2 horas
Pressão política e expectativa por cortes nos juros: o que o mercado espera do discurso do presidente do Fed nesta sexta
Lançamento do Pixel 10 do Google não foi sobre celulares, mas sim uma jogada estratégica de IA
CEO da Lamborghini sobre tarifas: ‘Para nós, o livre comércio é o caminho certo’
Starbucks expande teste de bebidas com água de coco nos EUA
Reino Unido enfrenta desafio legal por tentar aprovar construção de data center
Publicado 22/08/2025 • 07:00 | Atualizado há 2 horas
KEY POINTS
Mark Zuckerberg ao lado de Alexandr Wang e Shengija Zhao, respectivamente.
Reprodução X
O avanço da inteligência artificial inaugurou não apenas uma corrida tecnológica, mas uma verdadeira guerra de talentos, marcada por cifras inéditas e disputas que já remodelam o ecossistema econômico global. Nas últimas duas décadas, poucas indústrias conseguiram concentrar tamanha velocidade de criação de riqueza. A IA, ao contrário da internet e dos smartphones, não apenas altera mercados: redefine o próprio valor da mão de obra especializada.
A Meta é hoje o exemplo mais eloquente desse fenômeno. Ao fundar a Meta Superintelligence Labs, Mark Zuckerberg não hesitou em impor ao setor um novo patamar de remuneração. O episódio mais simbólico foi a contratação do pesquisador Matt Deitke, de apenas 24 anos, por US$ 250 milhões, após recusar uma oferta de US$ 125 milhões. Um único engenheiro recebeu, em termos proporcionais, uma valorização comparável a aquisições de empresas inteiras.
Em junho, Zuckerberg iniciou uma série de contratações milionárias e altos investimentos em IA. O primeiro grande movimento foi a associação com Alexandr Wang, fundador da Scale AI. A Meta desembolsou US$ 14,3 bilhões por 49% da startup, e Wang passou a liderar a divisão de modelos de linguagem de código aberto Llama.
No mês seguinte, a empresa anunciou que Shengjia Zhao, cocriador do ChatGPT, assumiria como cientista-chefe do Meta Superintelligence Labs. Ao lado de Wang e do próprio Zuckerberg, Zhao reforça a estratégia de criar uma infraestrutura robusta para competir na fronteira da superinteligência.
A Meta também tentou atrair engenheiros da OpenAI com bônus de contratação de até US$ 100 milhões. “Embora a Meta tenha tentado contratar ‘muitas pessoas’ da OpenAI, ‘até agora nenhum dos nossos melhores funcionários decidiu aceitar a proposta’”, afirmou o CEO da OpenAI, Sam Altman.
O auge da ofensiva ocorreu com a contratação de Deitke, que já havia se destacado no Allen Institute e na OpenAI, onde liderou o chatbot “Moldo”, premiado antes do ChatGPT. A negociação só foi concluída após uma conversa pessoal com Zuckerberg, que dobrou a oferta inicial.
Leia mais:
EXCLUSIVO CNBC: Sam Altman, CEO da OpenAI, diz que GPT-5 ‘é muito melhor para negócios’
O contexto é um mercado em plena euforia. Há hoje 498 unicórnios de IA, avaliados em conjunto em US$ 2,7 trilhões — 100 deles fundados apenas desde 2023. Mais de 1.300 startups já valem acima de US$ 100 milhões.
“Retrocedendo mais de 100 anos de dados, nunca vimos riqueza criada nessa escala e velocidade. É sem precedentes”, disse Andrew McAfee, pesquisador do MIT.
Esse boom está criando, em ritmo quase mensal, novos milionários e bilionários. Apenas quatro grandes empresas privadas de IA já haviam criado 15 bilionários, com patrimônio líquido combinado de US$ 38 bilhões.
Entre os exemplos recentes:
A OpenAI também se moveu de forma agressiva. Anunciou a compra da startup de hardware de Jony Ive, “lendário” designer da Apple. O valor: US$ 6,4 bilhões, a maior aquisição de sua história. Altman descreveu Ive como “o maior designer do mundo” em uma postagem no X.
O negócio, todo em ações, equivale a pouco mais de 2% da avaliação atual da OpenAI, estimada em US$ 300 bilhões.
Além disso, a OpenAI firmou parceria com Oracle, Nvidia, Cisco e G42 para construir o campus de IA Stargate nos Emirados Árabes Unidos. O acordo gerou atritos com Elon Musk, que tentou envolver a xAI e chegou a alegar que Donald Trump não aprovaria a negociação.
Meta, OpenAI, Anthropic e dezenas de startups disputam não apenas mercado, mas sobretudo talentos estratégicos. Cada contratação milionária funciona como um ativo de poder, capaz de redefinir trajetórias corporativas e valorizações bilionárias.
A corrida por engenheiros de elite — com bônus individuais na casa das centenas de milhões — revela que, na era da IA, o preço da inovação se confunde com o preço do talento.
Mas, ao mesmo tempo em que anuncia investimentos na casa dos bilhões, recentemente a Meta surpreendeu ao anunciar a suspensão temporária das contratações. Segundo um porta-voz do grupo, trata-se de “planejamento organizacional básico: criar uma estrutura sólida para nossos esforços em superinteligência após a chegada de novas pessoas e a realização de exercícios anuais de orçamento e planejamento”.
A velocidade das mudanças dificulta antever com clareza quais serão os próximos passos do setor. O Meta Superintelligence Labs procura antecipar as tendências e, nesse sentido, reorganizou sua estrutura em quatro divisões: o “TBD lab”, focado em superinteligência de máquinas; uma área de produtos de IA; uma de infraestrutura; e outra voltada a projetos de longo prazo e exploração.
__
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
Mais lidas
Nova polícia de imigração de Portugal fecha cerco contra brasileiros irregulares
‘Valorizamos quem aprende rápido’, afirma VP sênior da Siemens Energy sobre requalificação da mão de obra
Embraer reage ao tarifaço dos EUA com ofensiva diplomática e comercial
BRB aguarda apenas o aval do Banco Central para concluir compra do Banco Master; decisão pode sair a qualquer momento
CEO de empresa de tecnologia aponta desafios e soluções para melhorar experiência de uso de dados em casa pelos brasileiros