Inflação na Alemanha recua para 2,2% em abril, mas núcleo acelera
Publicado 30/04/2025 • 11:20 | Atualizado há 5 horas
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Publicado 30/04/2025 • 11:20 | Atualizado há 5 horas
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Bandeira da Alemanha.
Unsplash,
A inflação ao consumidor na Alemanha registrou alta de 2,2% em abril na comparação anual, de acordo com dados preliminares divulgados nesta quarta-feira (30). O resultado representa um leve recuo em relação aos 2,3% observados em março, mas ficou acima da expectativa do mercado, que projetava uma taxa de 2,1%, segundo pesquisa da Reuters.
O índice harmonizado de preços ao consumidor, que permite comparações entre países da zona do euro, também apontou essa leve desaceleração. No entanto, a chamada inflação subjacente — que exclui os preços de energia e alimentos, considerados mais voláteis — acelerou, passando de 2,6% para 2,9% no período.
Outro destaque foi a inflação nos serviços, que avançou de 3,5% para 3,9%, sinalizando pressões persistentes nesse segmento da economia. Por outro lado, os preços de energia tiveram forte queda, recuando 5,4% na comparação anual.
Para Sebastian Becker, economista do Deutsche Bank, apesar da aproximação da taxa geral de inflação da meta de 2% estabelecida pelo Banco Central Europeu (BCE), o resultado não é totalmente positivo. “A leve queda do índice geral só ocorreu devido à redução nos preços de energia e alimentos. Já a inflação subjacente, sendo mais relevante para o BCE, voltou a subir de forma expressiva”, avaliou em nota.
No mesmo dia, o Escritório Federal de Estatísticas da Alemanha (Destatis) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 0,2% no primeiro trimestre de 2025, em relação aos três meses anteriores, dentro da expectativa dos analistas consultados pela Reuters. No último trimestre de 2024, a economia alemã havia encolhido 0,2%.
Segundo o Destatis, o desempenho foi impulsionado pelo aumento do consumo das famílias e pelos investimentos, que superaram os níveis registrados no trimestre anterior. Mesmo assim, analistas consideram o avanço insuficiente para reverter a estagnação prolongada da maior economia da Europa.
“Embora o resultado seja positivo, o ritmo de crescimento ainda é muito fraco para colocar fim ao longo período de estagnação da economia alemã”, afirmou Carsten Brzeski, chefe global de macroeconomia do ING.
Desde 2023, o PIB alemão tem alternado entre crescimento e retração a cada trimestre, evitando por pouco uma recessão técnica — caracterizada por dois trimestres consecutivos de queda.
Entre os fatores que continuam pressionando a atividade econômica, destacam-se a maior concorrência chinesa no setor automotivo, dificuldades no setor de construção civil e infraestrutura, custos elevados, baixa disposição para investimentos e entraves burocráticos.
Adicionalmente, as tensões comerciais com os Estados Unidos seguem no radar. As tarifas impostas durante o governo de Donald Trump continuam afetando setores estratégicos da Alemanha, como aço, alumínio e automóveis. Embora as tarifas gerais sobre exportações europeias para os EUA tenham sido temporariamente reduzidas de 20% para 10%, as negociações seguem sem solução definitiva.
Na semana passada, o governo alemão revisou para baixo sua projeção de crescimento para 2025, prevendo estagnação. O ministro da Economia, Robert Habeck, que está de saída do cargo, atribuiu a piora das estimativas principalmente às políticas comerciais de Trump e seus reflexos sobre as exportações alemãs.
Apesar do cenário desafiador, uma medida recente pode aliviar a economia. Neste ano, a Alemanha flexibilizou a regra fiscal conhecida como “freio da dívida”, permitindo aumento nos gastos com defesa e a criação de um fundo de 500 bilhões de euros para investimentos em infraestrutura e projetos de transição climática.
Para Brzeski, do ING, a liberação desses recursos pode ajudar a economia a ganhar fôlego no médio prazo. “O relatório de PIB de hoje mostra o que poderia ter ocorrido se não fossem as tarifas impostas pelos EUA: uma economia que atinge o fundo do poço, inicia uma recuperação cíclica fraca, mas que poderia ganhar tração com os estímulos fiscais anunciados”, avaliou. Segundo o analista, embora a recuperação ainda seja possível, o processo tende a ser mais demorado devido às incertezas comerciais e geopolíticas.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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