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Investigação revela que 83% das vítimas fatais em Gaza são civis, segundo dados sigilosos de Israel

Publicado 22/08/2025 • 16:04 | Atualizado há 3 horas

Estadão Conteúdo

KEY POINTS

  • Dados sigilosos da inteligência militar israelense obtidos por investigação internacional indicam que 83% das mortes no conflito de Gaza (out/2023 a maio/2025) foram civis — aproximadamente 44 mil entre 53 mil palestinos mortos —, com apenas 17% classificados como militantes do Hamas ou Jihad Islâmica.
  • A proporção de mortes civis (5 para cada 6 palestinos mortos) é comparada historicamente apenas a episódios como Srebrenica, genocídio de Ruanda e cerco de Mariupol, segundo o Uppsala Conflict Data Program da Suécia; Israel nega a precisão dos números mas não contesta a existência dos registros internos.
  • O conflito continua a escalar: Israel prepara nova ofensiva terrestre em Gaza com ordens de evacuação e aprovou a construção de 3.400 unidades habitacionais na Cisjordânia ocupada — medida criticada por fragmentar o território palestino e inviabilizar um Estado contínuo.
Imagens de vítimas da guerra na faixa de Gaza

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Reprodução/Fotos Públicas

Uma investigação internacional revelou que, entre as vítimas fatais do conflito na Faixa de Gaza desde outubro de 2023, cerca de 83% eram civis, segundo dados sigilosos da inteligência militar de Israel. A apuração foi conduzida pelo jornal britânico The Guardian, em colaboração com os veículos israelenses +972 Magazine e Local Call.

Até maio deste ano, a inteligência de Israel identificou 8.900 mortos classificados como militantes de grupos armados, diante de um total aproximado de 53 mil mortos no período do conflito. Isso significa que, a cada seis palestinos mortos pelas forças israelenses, cinco eram civis, enquanto os combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica Palestina representaram 17% das vítimas, conforme os números internos analisados.

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Comparações históricas e resposta israelense

O levantamento do Uppsala Conflict Data Program (UCDP), da Suécia, aponta que situações com proporção semelhante ou maior de mortes civis aconteceram apenas em episódios como o massacre de Srebrenica, o genocídio de Ruanda e o cerco russo a Mariupol, em 2022.

Questionados sobre o banco de dados confidencial, porta-vozes militares de Israel não contestaram a existência dos registros nem os números reportados. No entanto, ao serem procurados pelo The Guardian, alegaram que “os números apresentados no artigo estão incorretos” e negaram que reflitam os dados oficiais das Forças de Defesa de Israel, sem fornecer mais detalhes, segundo o jornal britânico.

O acervo de informações analisado pela reportagem cita 47.653 palestinos considerados ativos nas alas militares do Hamas e da Jihad Islâmica, com base em documentos supostamente internos apreendidos em Gaza. Esses papéis, no entanto, não foram visualizados nem autenticados pelos jornalistas.

Fontes de inteligência próximas ao banco de dados afirmaram que os militares consideram essas informações a principal estimativa confiável sobre mortes no conflito. Paralelamente, os militares de Israel também observam os números do Ministério da Saúde de Gaza, apesar de políticos israelenses frequentemente desacreditarem esses dados devido ao controle do Hamas sobre o órgão.

Limitações dos dados e polêmica nas classificações

Ambos os sistemas de contagem podem não refletir o número total de vítimas, pois o Ministério da Saúde de Gaza registra apenas corpos recuperados, enquanto milhares de pessoas seguem sob os escombros. A inteligência militar de Israel também não tem acesso a todas as informações sobre baixas de combatentes ou recrutamentos recentes, conforme o The Guardian.

Estimativas de autoridades e generais israelenses apontam que até 20 mil combatentes de grupos armados podem ter sido mortos, mas esses dados podem incluir civis ligados ao Hamas, como funcionários públicos e policiais, o que contraria normas internacionais de guerra.

A reportagem ainda destaca que, segundo o The Guardian, o comando sul de Israel autorizou soldados a reportar mortes em Gaza como baixas de militantes, sem necessidade de identificação formal. Apesar da destruição generalizada e do alto número de mortes, o banco de dados militar mantém quase 40 mil pessoas classificadas como combatentes ainda vivas.

Novas ofensivas e expansão de assentamentos

Após maio, a proporção de civis mortos pode ter crescido, especialmente depois da tentativa de Israel de assumir funções de organizações humanitárias e da ONU na região. Os residentes do norte de Gaza receberam ordens para evacuar, diante da preparação de uma nova ofensiva terrestre.

No mesmo período, Israel aprovou, na quarta-feira (20), um projeto para construção de 3.400 novas unidades habitacionais na Cisjordânia ocupada, medida criticada por opositores, que alegam que a expansão poderá dividir o território palestino e inviabilizar um Estado palestino contínuo.

A ocupação e colonização da Cisjordânia, vizinha da Jordânia, ocorre desde 1967 sob diversos governos israelenses, com intensificação do processo no contexto da guerra em Gaza, deflagrada em 7 de outubro de 2023, depois do ataque do Hamas contra Israel. Confrontos frequentes, inclusive fatais, têm sido registrados entre comunidades palestinas, forças israelenses e colonos judeus na região.

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