Os organizadores do navio de ajuda humanitária que tinha Gaza como destino disseram que as forças israelenses abordaram a embarcação na segunda-feira (09). A embarcação Madeleine, de bandeira britânica, transporta ativistas como brasileiro Thiago Ávila, internacionalista e ambientalista, e a sueca Greta Thunberg.
“Perdemos a conexão com o ‘Madleen’. O exército israelense abordou o navio,” postou a Freedom Flotilla Coalition no Telegram, referindo-se ao barco. A AFP também perdeu o contato com os ativistas a bordo.
Israel informou que o barco já foi redirecionado para as costas israelenses. Os passageiros devem retornar para suas casas.
“O ‘iate das selfies’ dos ‘famosos’ está navegando com segurança em direção às costas de Israel. Espera-se que os passageiros retornem aos seus países de origem”, publicou o Ministério das Relações Exteriores de Israel nas redes sociais. O ministério fez questão de divulgar um vídeo alegando que os ativistas estavam seguros e alimentados.
Instruções de interceptação
Mais cedo neste domingo (8), o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, havia ordenado ao Exército, que interceptasse o barco com ativistas que planejavam abrir um canal de acesso à Faixa de Gaza, levando alimentos e medicamentos.
“Eu instruí o Exército a agir para que o Madeleine… não chegue a Gaza”, disse Katz em um comunicado. “Para a antissemita Greta e seus amigos propagadores de propaganda do Hamas, eu digo claramente: É melhor vocês voltarem para trás, porque não chegarão a Gaza”, acrescentou.
Segundo o ativista brasileiro, considerando resoluções e decisões da Corte Internacional de Justiça e do Conselho de Seguranças das Nações Unidas, o governo israelense não poderia impedir ou dificultar que a ajuda humanitária chegue à Faixa de Gaza. “Então, eles são os únicos que estão ilegais, que estão cometendo crimes de guerra, não só conosco, mas especialmente com o povo palestino, de oito décadas de genocídio, 18 anos de bloqueio e um ano e nove meses das cenas mais horríveis e crimes de guerra que nossa geração já viu”, afirmou Ávila.
Apelo
A imprensa israelense informou que o plano era interceptar o navio antes que ele chegasse a Gaza e escoltá-lo até o porto israelense de Ashdod. A tripulação seria, então, deportada, mas o ativista brasileiro e sua esposa fizeram apelos para intervenção governamental na situação.
Em entrevista ao Estadão, Ávila afirmou que “apenas um milagre” poderia impedir Israel de interceptá-los. “A gente queria muito abrir o corredor humanitário dos povos, ainda vamos continuar trabalhando para isso, mas hoje a verdade é que só um milagre pode impedir Israel de interceptar a gente e de cometer um crime de guerra”, disse Ávila.
O perfil no Instagram da organização publicou seu apelo:
A ativista Greta Thunberg fez o mesmo em suas redes sociais.
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