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“O não nós já temos, vamos correr atrás do sim”, diz senador em comitiva nos EUA
Publicado 28/07/2025 • 17:30 | Atualizado há 19 horas
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Publicado 28/07/2025 • 17:30 | Atualizado há 19 horas
KEY POINTS
Em missão oficial aos Estados Unidos, o senador Nelsinho Trad Filho (PSD-MS) afirmou que a comitiva brasileira tenta reverter a decisão do governo norte-americano de aplicar tarifa de até 50% sobre produtos brasileiros. Segundo ele, embora a medida seja de difícil reversão, o grupo aposta no diálogo político e no histórico de 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
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“Sabemos que isso é difícil, mas o ‘não’ nós já temos, vamos correr atrás do ‘sim’”, declarou o senador a jornalistas em Washington. Ele defendeu uma abordagem sensata e equilibrada, e descartou, por ora, a adoção de medidas retaliatórias pelo Brasil: “Foi tirado que esse é um caminho que não deve ser considerado nesse momento.”
Durante as reuniões, a comitiva se reuniu com empresários norte-americanos ligados à Câmara de Comércio dos EUA. Trad Filho revelou que foi um dos articuladores do pedido para que essas corporações se manifestem formalmente contra o tarifaço, apontando os prejuízos que as medidas podem causar aos dois países. “Eles vão dividir conosco o texto para que possamos fazer conjuntamente esse apelo”, explicou.
O parlamentar também afirmou que há tentativa de mediação para uma conversa direta entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. “Está na mesa. Já foi proposto. O líder do governo que está aqui se propôs a intermediar esse encontro”, disse.
Geopolítica e soberania
Trad também detalhou as preocupações americanas em relação à atuação do Brasil no BRICS. Segundo ele, representantes do Partido Republicano e da Casa Branca veem com ressalvas a aproximação brasileira da China na área militar e espacial. “O Brasil está trabalhando uma geopolítica militar com a China, e os americanos entendem isso como uma ameaça”, afirmou. Entre os pontos citados estão os anúncios sobre ampliação da rede de satélites e cabos submarinos.
“Os Estados Unidos sempre toleraram o BRICS como grupo econômico. O problema começou quando passaram a enxergá-lo como ameaça à geopolítica militar”, disse Trad Filho.
Minerais raros e reciprocidade
O senador também foi questionado sobre o interesse dos EUA em minerais estratégicos brasileiros, como o lítio. Ele defendeu que o Brasil está aberto a investimentos, mas exige paridade nas negociações: “O investimento americano é muito bem-vindo. Mas tem que ser feito dentro de uma negociação que não seja de ameaças.”
Por fim, Trad reforçou que a missão tem o objetivo de abrir canais institucionais para reequilibrar a relação bilateral. “Queremos abrir o diálogo entre os dois países. Estamos dispostos a fazer isso da nossa parte legislativa.”
Na semana decisiva do tarifaço do presidente Donald Trump, senadores brasileiros têm reuniões com representantes do setor privado em Washington, nos Estados Unidos, para tentar impedir que o Brasil lidere a lista dos países mais afetados pela nova política comercial americana. Depois de chegar a um consenso para taxar em 15% a Europa, o acordo mais importante e esperado de um lado a outro do Atlântico, o republicano disse que não haverá mais um adiamentos para a entrada em vigor das novas taxas, previstas para a sexta-feira, dia 1º de agosto.
Trump afirmou neste domingo (27) que não deve adiar o início das tarifas prometidas aos parceiros comerciais, o que inclui o Brasil. O mercado chegou a cogitar a possibilidade de novos adiamentos. Aliás, esse foi o motivo do apelido “TACO Trump”, sigla que vem da expressão “Trump Always Chickens Out”, ou “Trump Sempre Amarela”, que vem sendo utilizada por operadores em Wall Street para verbalizar o vaivém do americano nas tarifas.
“Sem extensões. Sem mais períodos de carência. Em 1o de agosto, as tarifas estão definidas. Elas entrarão em vigor”, reforçou o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em entrevista à
Fox News, neste domingo.
É neste contexto que senadores brasileiros estão em Washington para tentar negociar a taxação de 50% sobre o Brasil, a alíquota mais elevada até agora. Trata-se da primeira missão que vai à capital americana após os EUA ameaçarem o País por meio de carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mencionando razões políticas para a medida, como o que chamou de uma “caça às bruxas” ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os senadores brasileiros devem encontrar a capital americana esvaziada por causa do início do recesso parlamentar nos EUA. Por essa razão, as conversas na capital americana devem se concentrar mais no setor privado.
A agenda oficial da missão começa nesta segunda-feira, 28, mas não foi totalmente divulgada por conta dos ataques que a comitiva sofreu, disse uma fonte ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado., embora a comitiva conte com senadores ligados ao bolsonarismo. No fim de semana, os senadores já se reuniram para atualizar a pauta e as demandas do Brasil.
A primeira parada dos parlamentares em Washington será a residência oficial da embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Viotti, na segunda pela manhã. Também está prevista uma reunião na sede da Câmara de Comércio dos EUA, com lideranças empresariais e representantes do Brazil-U.S. Business Council, principal organização de lobby empresarial em prol da relação comercial entre o Brasil e os EUA.
“Esta missão representa uma resposta madura do Parlamento brasileiro para retomar o diálogo com os Estados Unidos e proteger os interesses do nosso setor produtivo”, afirmou o presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, Nelsinho Trad (PSD-MS).
A comitiva é formada ainda pelos senadores Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura; Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado; Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações; Rogério Carvalho (PT-SE), líder do PT no Senado; Carlos Viana (Podemos-MG); Fernando Farias (MDB-AL); e Esperidião Amin (PP-SC).
Base legal
Nos próximos dias, é esperado que o presidente Trump assine uma ordem executiva com as justificativas legais para tarifar o Brasil em 50%, conforme relatos na imprensa. Isso porque a investigação do Escritório de Representação de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês) para apurar práticas comerciais injustas no Brasil, com o mesmo objetivo, poderia consumir mais tempo.
Lula afirmou na sexta-feira, 25, que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), liga todos os dias para interlocutores americanos para conversar sobre a tarifa de 50% que será aplicada aos produtos brasileiros, mas que ninguém o atende. O governo brasileiro já teve dez reuniões com os EUA, segundo o presidente.
“Reiteramos que a soberania do Brasil e o estado democrático de direito são inegociáveis. No entanto, o governo brasileiro continua e seguirá aberto ao debate das questões comerciais, em uma postura que já é clara também para o governo norte-americano”, afirmou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, em nota, na noite deste domingo, 27.
Na prática, nenhum avanço foi alcançado para evitar o tarifaço ao Brasil a partir de sexta-feira. Ao contrário, nos bastidores, há o temor de que Trump adote mais sanções contra o Brasil no campo diplomático ou financeiro.
“Trump vai fazer o que ele quiser. Ele vê o Brasil como um alvo fácil porque o País representa apenas cerca de 1% das importações dos EUA, e assim o efeito da inflação provavelmente existe, mas é pequeno”, disse o vice-presidente executivo da Americas Society e do Conselho das Américas (AS/COA), Brian Winter, em entrevista ao Broadcast.
As importadoras de suco de laranja Johanna Foods e Johanna Beverage Company entraram na Justiça americana contra a medida, alegando que custos adicionais de US$ 68 milhões nos próximos 12 meses elevariam entre 20% e 25% o preço que os consumidores pagam pela bebida. As empresas também questionam a constitucionalidade da tarifa.
Além disso, senadores americanos enviaram uma carta a Trump, na qual acusam o presidente de “claro abuso de poder” na taxação sobre o Brasil e afirmam que interferir no sistema jurídico de uma nação soberana cria um “precedente perigoso” e provoca uma “guerra comercial desnecessária”.
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