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O que é o “muro de drones” que a Europa quer para dissuadir a Rússia?
Publicado 01/10/2025 • 07:39 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 01/10/2025 • 07:39 | Atualizado há 2 meses
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Pixabay
Drone
A criação de um “muro de drones” na Europa deve ser um dos principais temas de discussão entre os líderes europeus nesta semana, após uma série de incursões no espaço aéreo da região e a crescente preocupação com a ameaça à segurança que elas representam.
Polônia, Estônia e Romênia — países no flanco norte e leste da Europa, próximos à Rússia — relataram recentemente violações de seu espaço aéreo envolvendo jatos ou drones russos.
Noruega, Dinamarca e Alemanha também registraram incidentes na última semana com drones não identificados em seu espaço aéreo, provocando interrupções em aeroportos e no tráfego aéreo.
A Rússia nega estar por trás dessas provocações com drones contra seus vizinhos europeus, classificando-as como “acusações infundadas”.
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Na semana passada, drones atingiram aeroportos dinamarqueses, causando grandes transtornos, e veículos aéreos não tripulados (VANTs) foram vistos perto de instalações militares no fim de semana. O governo afirmou que as ações foram realizadas por um “ator profissional”, mas disse não haver provas de envolvimento russo.
Alarmados com o aumento das violações do espaço aéreo e com a ameaça representada pelos drones, líderes europeus propuseram a criação de um muro de drones para proteger o flanco leste do continente contra possíveis ataques e incursões.
Um muro de drones não é uma barreira física, mas sim um sistema coordenado de defesa antidrone, capaz de detectar, rastrear e interceptar VANTs não identificados ou não autorizados que violem o espaço aéreo europeu.
A proposta, apoiada especialmente por países bálticos e do Leste Europeu, visa tanto à dissuasão quanto à defesa, além de permitir o compartilhamento de recursos para reforçar a segurança coletiva da Europa.
Entretanto, há obstáculos para sua implementação, como financiamento, gestão — já que envolve cooperação transfronteiriça e diferentes legislações de segurança aérea — e integração técnica.
“Seria necessário garantir que os diversos sensores de detecção, sistemas de guerra eletrônica e redes de comando consigam se comunicar de forma eficiente entre múltiplos países. Além das barreiras técnicas e financeiras, há também considerações geopolíticas. Autoridades sabem que construir um escudo antidrone altamente visível poderia aumentar as tensões com a Rússia, mesmo enquanto trabalham para estabelecer defesas críveis”, explicou Miriam McNabb, editora-chefe da publicação online Dronelife.
Especialistas concordam que a defesa contra drones já está atrasada, mas alguns líderes europeus se mostram céticos. O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, chegou a relativizar a proposta.
“Eu aprecio muito a ideia de um muro de drones, mas devemos gerenciar as expectativas. Não estamos falando de um conceito que será realizado nos próximos três ou quatro anos”, afirmou no Fórum de Segurança de Varsóvia na semana passada, defendendo “defesa contra drones, sim, mas não por meio de um muro de drones”.
Ainda assim, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, declarou na terça-feira que a “iniciativa do muro de drones é oportuna e necessária”, enquanto o primeiro-ministro de Luxemburgo, Luc Frieden, disse à CNBC estar aberto à proposta.
Copenhague decidiu não correr riscos ao sediar, nesta semana, dois encontros de alto nível: a cúpula da União Europeia, na quarta-feira, e a reunião mais ampla da Comunidade Política Europeia, na quinta-feira. A capital dinamarquesa reforçou a segurança e proibiu todos os voos civis de drones até 3 de outubro.
O Ministério da Defesa da Dinamarca informou que vários países europeus contribuíram com equipamentos, especialistas e pessoal de defesa antidrone para ajudar a reforçar a segurança do país durante os encontros.
A Ucrânia — que adquiriu grande experiência no uso de drones após três anos de guerra contra a Rússia — também emprestou sua expertise para apoiar a Dinamarca.
Segundo o Conselho Europeu, a segurança e a defesa estarão no centro das discussões da reunião informal desta quarta-feira, cujo tema principal será o fortalecimento da defesa comum da Europa.
“Os líderes da UE discutirão como reforçar a defesa europeia, também à luz das recentes violações do espaço aéreo em vários Estados-membros da União Europeia”, disse o órgão em comunicado.
Essas “provocações”, afirmou o Conselho, demonstram a necessidade de a União Europeia “acelerar e intensificar os esforços para construir uma Europa capaz de responder de forma eficaz, autônoma e conjunta às ameaças comuns”.
As nações europeias representam a maior parte da Otan, que decidiu neste ano aumentar os gastos com defesa de 2% para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2035, diante da ameaça contínua representada pela Rússia.
O aumento das incursões de drones “provavelmente representa mais um exemplo do uso da guerra híbrida pela Rússia, tanto para sondar as capacidades da Otan quanto para testar sua determinação”, avaliou Michael Butler, professor e chefe do Departamento de Ciência Política da Clark University, em comentários enviados por e-mail na semana passada.
“É fundamental que os membros europeus da Otan desenvolvam capacidades mais robustas para combater a guerra com drones, como o proposto ‘muro de drones’”, destacou.
“Do ponto de vista estratégico, dado o momento, é impossível não ver essas provocações como uma tentativa de Putin não apenas de medir a força da Otan, mas também de pressionar a parceria transatlântica”, acrescentou Butler, aumentando a pressão sobre a Europa para agir.
A CNBC entrou em contato com o Kremlin para obter uma resposta aos comentários e a posição sobre a proposta de rede de defesa antidrone, mas ainda aguarda retorno.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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