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Papa Francisco e meio ambiente: legado desafia governos e setores conservadores
Publicado 24/04/2025 • 14:25 | Atualizado há 6 meses
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Publicado 24/04/2025 • 14:25 | Atualizado há 6 meses
KEY POINTS
A morte do Papa Francisco, anunciada na última segunda-feira (21), trouxe à tona o debate sobre seu legado ambiental e o impacto político de suas ações, em especial na defesa da Amazônia. Francisco, o primeiro pontífice latino-americano, destacou-se pela preocupação com o meio ambiente e pela proposta de uma ecologia integral, conceito que busca integrar a preservação ambiental às questões sociais.
Em 2019, o Papa convocou o Sínodo da Amazônia, reunindo bispos de nove países sul-americanos, missionários, especialistas e lideranças indígenas no Vaticano. O encontro, inédito para a Igreja Católica, discutiu novos caminhos para a atuação eclesial na região e reforçou o compromisso com a proteção ambiental e dos povos tradicionais.
A principal referência ao tema no pontificado de Francisco foi a encíclica Laudato si’, documento publicado em 2015. Segundo Gustavo Macedo, professor de Relações Internacionais do IBMEC, o papa “foi o primeiro a falar sobre meio ambiente de maneira explícita”. O professor destacou que, ao adotar o conceito de “casa comum”, o pontífice associou a preservação ambiental aos princípios cristãos.
“O Papa traduz para o vocabulário cristão a preocupação com a preservação ambiental e faz um chamado para que os fiéis se posicionem em defesa do meio ambiente”, afirmou Macedo em entrevista ao Real Times, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.
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A atuação de Francisco gerou reações distintas. De acordo com Macedo, a postura do Papa “foi uma pedra no sapato de vários setores, porque passou a tratar de temas que a Igreja tradicionalmente evitava ou ignorava”. O professor observou que setores conservadores da Igreja e da sociedade criticaram o envolvimento do pontífice com pautas ambientais, considerando o tema inadequado para a instituição religiosa.
Por outro lado, líderes políticos e empresariais manifestaram apoio à agenda ambiental proposta pelo Papa. No Brasil, o professor citou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um dos que se aproximaram dessa visão. Macedo afirmou que o Brasil, com sua ampla população católica e forte presença da Igreja nas camadas sociais, viu no Papa um aliado para a política ambiental externa.
Apesar do alinhamento discursivo, Macedo destacou que o governo brasileiro, tanto na gestão anterior quanto na atual, enfrenta dificuldades para cumprir as promessas feitas em defesa da Amazônia. O professor mencionou as críticas à organização da COP 30 e às iniciativas consideradas insuficientes para proteger o meio ambiente e os povos tradicionais.
“O governo Lula prometeu muito, mas não está conseguindo entregar tudo o que anunciou em relação à preservação da Amazônia e proteção das comunidades ribeirinhas e indígenas”, disse Macedo.
O professor também comentou a dinâmica política envolvida na escolha do próximo papa. Segundo ele, o Conclave “é uma atividade política por essência”. Macedo afirmou que há preocupação entre os cardeais sobre a influência de lideranças mundiais, como o ex-presidente norte-americano Donald Trump, no processo de sucessão.
“Os cardeais não são imunes às histórias, vieses e posicionamentos políticos que carregam, inclusive sobre o meio ambiente”, observou o professor. Ele ressaltou que Francisco atualizou a Igreja, aproximando-a dos debates contemporâneos, e que uma eventual tentativa de retorno a posições conservadoras enfrentaria resistência interna e externa.
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