O Papa Francisco passou uma noite tranquila no hospital, informou o Vaticano nesta sexta-feira (28), um dia após registrar uma melhora em seu estado de saúde pelo segundo dia consecutivo.
Após ser internado no hospital Gemelli, em Roma, no dia 14 de fevereiro, devido a dificuldades respiratórias, a condição do pontífice gerou grande preocupação ao evoluir para um quadro de pneumonia em ambos os pulmões. No entanto, o Vaticano tem divulgado declarações otimistas sobre sua recuperação.
“Assim como nos últimos dias, a noite transcorreu tranquilamente e o papa está agora descansando”, disse o Vaticano em seu boletim matinal sobre a saúde do líder de 88 anos.
Após um fim de semana difícil, no qual o argentino, que lidera a Igreja Católica desde 2013, sofreu uma crise respiratória, o Vaticano relatou ao longo da semana pequenas e progressivas melhoras em seu estado de saúde.
Na segunda-feira (24), o Vaticano informou que Francisco apresentou uma “leve melhora”, e na terça-feira revelou que sua condição estava “grave, mas estável”. Desde então, não classificou mais seu estado como “grave”.
Na quarta-feira, foi relatada uma “nova leve melhora”, e na quinta-feira, o Vaticano afirmou que as “condições clínicas do Santo Padre continuam melhorando”.
No entanto, o Vaticano ainda mantém a previsão médica sob “reserva”, o que significa que os médicos não fazem projeções sobre a evolução do quadro de saúde do papa.
Especialistas alertam que a idade avançada de Francisco e sua doença respiratória crônica podem tornar a recuperação mais longa.
“Dada a complexidade do quadro clínico, são necessários mais dias de estabilidade para que seja possível definir um prognóstico”, declarou o Vaticano na quinta-feira.
Mesmo hospitalizado, Francisco continua trabalhando em seu quarto especial no 10º andar do hospital, conciliando a fisioterapia respiratória com momentos de descanso e oração, segundo o Vaticano.
Esta é a quarta internação do papa em quase 12 anos de pontificado — e a mais longa.
Nos últimos anos, ele passou por uma cirurgia no cólon, uma operação de hérnia e enfrenta dores no joelho e no quadril, o que o levou a depender de uma cadeira de rodas.
Diante desse cenário, aumentam as especulações sobre uma possível renúncia de Francisco, especialmente porque sua agenda tem estado cheia de compromissos papais em meio às celebrações do Ano Jubilar.
“Se o papa sobreviver, muitos imaginam que ele desejará concluir o Ano Jubilar, mas que depois, aos 89 anos, poderá enfrentar a questão de renunciar ou não”, disse à AFP o especialista em Vaticano, Marco Politi.
Francisco sempre demonstrou abertura para seguir o exemplo de seu antecessor, Bento XVI, que em 2013 renunciou devido à fragilidade de sua saúde física e mental.
No entanto, antes de sua hospitalização, Francisco afirmou repetidamente que ainda não era o momento para isso.
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