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CNBC Da moda ao álcool: veja quais setores estão sendo impactados pela guerra comercial entre EUA e UE

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Petróleo, dólares e dívida: quão seguro está o Oriente Médio na guerra comercial global?

Publicado 14/03/2025 • 10:41 | Atualizado há 3 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • A guerra comercial global desencadeada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não dá sinais de trégua.
  • Tarifas retaliatórias, inclusive, atingem grandes economias, desestabilizando os mercados financeiros e enfraquecendo as perspectivas de crescimento.
  • As economias envolvidas — América do Norte, União Europeia e China — enfrentam um futuro altamente incerto.
Dubai, Emirados Árabes Unidos

Dubai, Emirados Árabes Unidos

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A guerra comercial global desencadeada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não dá sinais de trégua. Tarifas retaliatórias, inclusive, atingem grandes economias, desestabilizando os mercados financeiros e enfraquecendo as perspectivas de crescimento.

As economias envolvidas — América do Norte, União Europeia e China — enfrentam um futuro altamente incerto. Mas, para o Oriente Médio, que até agora foi poupado de taxas adicionais, ainda há motivos para preocupação – bem como oportunidades a serem aproveitadas.

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O impacto direto das tarifas, como as impostas pelos EUA sobre as importações de aço e alumínio, tem um efeito mínimo no Oriente Médio, afirmam os economistas.

A região do Golfo, por exemplo, respondeu por cerca de 16% das importações de alumínio dos EUA em 2024, liderada pelos Emirados Árabes Unidos e Bahrein, disse Carla Slim, economista do Standard Chartered MENA, à CNBC. Embora esses setores possam ser afetados, os analistas afirmam que o impacto será pequeno.

No entanto, o impacto no crescimento causado pela guerra comercial provavelmente prejudicará o preço do petróleo, principal sustentáculo da economia da região. Também existem custos imediatos para países cujas moedas estão atreladas ao dólar, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Omã e Bahrein.

Petróleo, dólares e dívida

O dólar dos EUA está em queda desde o início do ano, tornando as importações para países com moedas atreladas ao dólar mais caras – um desafio para uma região altamente dependente de bens do exterior.

As tarifas comerciais implementadas pelos EUA normalmente tornam o dólar mais forte ao longo do tempo – e, se isso acontecer, o petróleo se torna mais caro, pois a commodity é negociada em dólares. Isso daria um impulso inicial aos países exportadores de petróleo no Oriente Médio.

Mas más notícias podem estar à frente, já que a demanda por petróleo deve diminuir devido ao enfraquecimento do comércio e do transporte globais.

“O panorama macroeconômico para o MENA (Oriente Médio e Norte da África) tende a ser prejudicado pela incerteza global das tarifas, indiretamente, por meio dos preços do petróleo, na medida em que as incertezas relacionadas às tarifas e à macroeconomia continuarem a afetar os preços do petróleo Brent”, disse Slim à CNBC.

Desde o choque nos preços do petróleo de 2014, no entanto, muitas dessas economias implementaram reformas estruturais e programas de diversificação para reduzir sua dependência das receitas do petróleo.

“Fortalecer a resiliência da demanda interna continua sendo o melhor mecanismo para imunizar as economias locais contra choques externos globais, na nossa visão”, afirmou Slim.

Apesar dos esforços de diversificação, no entanto, o petróleo “ainda responde pela maior parte da receita”, disse Edward Bell, economista-chefe interino do banco Emirates NBD, com sede em Dubai.

“Para uma economia como a dos Emirados Árabes Unidos, que é altamente aberta ao comércio e atua como facilitadora do comércio global por meio de infraestrutura e logística extensivas, uma queda no comércio global também será um obstáculo externo ao crescimento”, observou Bell.

Os mais vulneráveis

Um dólar mais forte também significa que a dívida denominada em dólares fica mais cara de ser paga. Para Líbano, Jordânia e Egito, que possuem níveis particularmente altos de dívida externa, isso é uma grande preocupação e pode causar dor econômica aguda.

A Jordânia é o país mais vulnerável da região à guerra das tarifas devido à sua alta dependência de exportações para os EUA, segundo James Swanston, economista sênior de mercados emergentes da Capital Economics, com sede em Londres. Quase 25% das exportações da Jordânia – principalmente têxteis e joias – vão para os mercados americanos.

“A economia da Jordânia é a mais exposta às possíveis tarifas”, disse Swanston à CNBC.

No entanto, o país pode encontrar algum alívio em seus laços diplomáticos com Washington – “uma exceção foi garantida com relação à assistência externa dos EUA após a suspensão da USAID” devido à importância estratégica da Jordânia na política externa dos EUA, observou Swanston. “Isso pode sugerir que a Jordânia poderia negociar com relativa facilidade a redução dos impactos das tarifas.”

Novos corredores comerciais?

Uma mudança significativa e positiva para a região MENA causada pelas tarifas é o impulso para corredores comerciais mais geograficamente concentrados.

“Para a MENA, acreditamos que isso dará impulso a corredores comerciais de rápido crescimento, como o corredor comercial do GCC-Ásia, que tem experimentado um crescimento de longo prazo de 15% e é o que mais se beneficiará”, disse Slim, do Standard Chartered.

Ela vê o aumento nos volumes de comércio trazendo consigo um aumento paralelo nos fluxos financeiros e de investimentos entre os estados do Golfo e a Ásia em particular, “à medida que empresas asiáticas estabelecem presença no Oriente Médio ou expandem negócios existentes, dando impulso ao crescimento orgânico que temos observado desde a Iniciativa do Cinturão e Rota da China”.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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