Políticos pedem calma na Europa após tarifas de Trump provocarem ‘terremoto nos mercados’
Publicado 07/04/2025 • 10:00 | Atualizado há 17 horas
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Publicado 07/04/2025 • 10:00 | Atualizado há 17 horas
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Foto: reprodução/Casa Branca
Líderes da União Europeia pediram uma resposta calma às tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que abalaram os mercados globais, dias após uma China mais beligerante retaliar as medidas.
“A reação à guerra tarifária era previsível. O terremoto no mercado de ações, do Japão à Europa e aos Estados Unidos, deve ser enfrentado sem decisões precipitadas”, afirmou o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, nesta segunda-feira (7), em uma atualização nas redes sociais.
“A bolsa polonesa também foi atingida de forma indireta, mas a estabilidade política e econômica são nossos trunfos neste momento difícil. Vamos perseverar com calma”, concluiu.
O ministro interino da Economia da Alemanha, Robert Habeck, também fez um apelo nesta segunda por uma resposta europeia “calma e unida”, destacando que os países da região não conseguirão resolver a questão sozinhos, segundo a agência Reuters.
A fala marca um tom mais contido em relação à sua declaração da semana anterior, quando afirmou que Trump “cederia à pressão” caso a Europa agisse de forma conjunta frente às tarifas.
As declarações acontecem no momento em que as ações europeias registraram nova queda de 4,2% às 11h35 no horário de Londres, diante do aumento dos riscos de menor demanda dos Estados Unidos por produtos europeus e do temor de uma recessão na maior economia do mundo.
Polônia e Alemanha estão entre os 27 países atingidos pelas tarifas recíprocas de 20% anunciadas por Trump na semana passada, dentro de um pacote mais amplo de medidas comerciais com impacto global.
Os dois países, no entanto, enfrentam consequências diferentes: com forte dependência das exportações, a Alemanha — que vende bens no valor de 157,9 bilhões de euros (R$ 1 trilhão) para os EUA — deve sofrer o maior impacto, especialmente no já enfraquecido setor automotivo.
Tusk, por sua vez, afirmou anteriormente que a economia polonesa pode ter uma perda direta de 0,4% no Produto Interno Bruto (PIB) como resultado das novas tarifas dos EUA. Já o Instituto Econômico da Polônia destacou, em uma análise, que a demanda americana representa apenas 2,6% do PIB nacional, mas alertou que as tarifas geram um risco indireto mais amplo para o país, podendo afetar setores específicos devido ao aumento da incerteza econômica.
Olhando para os países da Europa Central e Oriental, analistas do ING avaliaram que “a guerra comercial entre EUA e UE, por si só, não derrubaria toda a economia da região via canal das exportações”, mas alertaram para o risco persistente da inflação importada e percebida.
“A inflação percebida é uma ameaça silenciosa: ao reduzir a confiança do consumidor, ela estimula a poupança e mata qualquer impulso de crescimento do consumo. Com a região recém-saída de um problema (ou crise, em alguns casos, como na Hungria) relacionado ao custo de vida, o impacto da inflação percebida sobre o consumo, via o canal da confiança, é algo que precisamos acompanhar”, disseram, apontando também possível impacto negativo nos investimentos estrangeiros diretos da Europa Ocidental.
“Esse vácuo poderia ser rapidamente preenchido por investidores chineses, o que poderia gerar algum estímulo positivo, mas também criar novos desafios para a Comissão Europeia e expor os países receptores às tensões comerciais entre União Europeia e China”, acrescentaram.
A resposta da UE segue em aberto, em meio a alertas recentes do Goldman Sachs de que as tarifas de Trump poderiam provocar uma perda total de 0,7% no PIB da zona do euro neste ano. Já analistas do Deutsche Bank estimam que as medidas da Casa Branca poderiam reduzir entre 0,4 e 0,7 ponto percentual da produção econômica da UE, com impactos nos mercados de trabalho e “custos indiretos vindos do exterior, incluindo um aumento significativo no risco de recessão nos EUA”.
Até o momento, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu que o bloco está preparado para “contramedidas adicionais” em uma resposta inicial, caso as negociações fracassem — e, segundo a Reuters, a União Europeia pode estar preparando um contra-ataque iminente.
A cautela europeia contrasta com as posturas de Canadá e China, que já impuseram tarifas retaliatórias nos últimos meses em resposta às políticas comerciais protecionistas de Trump.
Em meio à intensificação da guerra comercial e ao colapso dos mercados nos EUA e no mundo, Trump declarou no domingo que não quer “que nada despenque, mas às vezes é preciso tomar um remédio para consertar algo”, reafirmando sua defesa das tarifas como forma de reduzir o déficit comercial dos EUA com seus parceiros.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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