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Por que a Chevron pode ganhar bilhões em meio ao impasse entre EUA e Venezuela
Publicado 22/12/2025 • 08:08 | Atualizado há 2 horas
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Publicado 22/12/2025 • 08:08 | Atualizado há 2 horas
KEY POINTS
Chevron.
Reuters.
Por quase duas décadas, a decisão da Chevron de permanecer na Venezuela expôs à companhia riscos elevados, em meio aos sucessivos debates entre Caracas e Washington. Agora, porém, essa estratégia coloca a petroleira americana em uma posição singular: a única grande empresa global com acesso às maiores reservas de petróleo já conhecidas, em um momento de escalada do desafio entre os dois países.
Enquanto os Estados Unidos ampliam a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, a Chevron segue operando no país e se beneficia de diferentes cenários possíveis. Se o presidente americano Donald Trump avançasse contra o regime venezuelano e provocasse uma mudança de governo, a companhia estaria em posição privilegiada para reconstruir a indústria petrolífera local. Se, por outro lado, houver um acordo entre Trump e Maduro, a necessidade de exportar petróleo para gerar caixa também tende a favorecer a empresa.
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A posição, no entanto, envolve riscos consideráveis. Segundo informações da Bloomberg, a Chevron pode ser expulsa tanto por Caracas quanto por Washington, como já ocorreu com outras petroleiras estrangeiras ao longo dos anos. Ainda assim, até agora, nenhum dos lados se moveu para interromper suas operações.
Dados de rastreamento de navios da Bloomberg indicam que, até a última quinta-feira (17), a companhia se preparava para exportar 1 milhão de barris de petróleo venezuelano, um dia após Trump classificar o governo do país como uma “organização terrorista estrangeira”.
Atualmente, a Chevron produz cerca de 200 mil barris por dia em joint ventures com a estatal PDVSA e exporta sua parcela para refinarias americanas na Costa do Golfo.
O contraste com o restante da indústria venezuelana é evidente. O bloqueio imposto por Trump no sul do Caribe limita a capacidade da PDVSA de exportar petróleo por meio de sua frota paralelamente aos “navios fantasmas” com destino à China, o que pode levar ao fechamento de poços em poucos dias.
Além disso, um ataque cibernético atingiu o principal terminal de exportação do país em dezembro, e as viagens aéreas de e para a Venezuela praticamente cessaram após alertas dos EUA sobre aumento da atividade militar.
Apesar de sucessivas rodadas de avaliações impostas pelos governos americanos, a Chevron obteve licenças especiais que lhe permitiram manter as operações no país, onde atua desde 1923. Mesmo após a prisão e posterior liberação de dois funcionários da empresa em 2018, Maduro tem elogiado publicamente a companhia e afirmou que deseja que ela permaneça por “outros 100 anos”.
O arranjo é alvo de críticas nos dois lados. Nos Estados Unidos, setores políticos acusam a Chevron de canalizar recursos para um regime autoritário. Na Venezuela, infelizmente, frentes mais duras do chavismo veem a empresa como símbolo do imperialismo americano. A Chevron afirma que as suas operações ajudam a estabilizar a economia local e regional e que cumprem integralmente as leis e avaliações dos EUA. Executivos da companhia regularam o desconforto com a exposição política, mas avaliam que o potencial de longo prazo justifica a permanência.
“Estivemos lá nos altos e baixos e temos de adotar uma visão de longo prazo sobre a nossa presença em países como este”, disse o CEO da Chevron, Mike Wirth, à Bloomberg TV neste mês.
A decisão de ficar remanescente ao período de Hugo Chávez, que nacionalizou a indústria ao exigir participação estatal majoritária em joint ventures. Enquanto empresas como ConocoPhillips e Exxon Mobil deixaram o país, a Chevron optou por permanecer e construir uma relação próxima com o governo. A estratégia foi mostrada lucrativa no início, com a disparada dos preços do petróleo nos anos 2000, e contínua sob Maduro após 2013.
As relações entre Caracas e Washington deterioraram-se nos últimos anos. Trump impôs sanções à indústria petrolífera venezuelana em seu primeiro mandato, mantidas depois por Joe Biden. Em 2022, diante da alta dos preços da gasolina após a invasão da Ucrânia pela Rússia, o governo Biden afrouxou restrições e permitiu que a Chevron ampliasse a produção, reconhecendo a importância do petróleo pesado venezuelano para as refinarias americanas da Costa do Golfo.
O episódio evidenciou a dependência dos EUA da presença da Chevron no país, mesmo em meio à pressão política sobre Maduro. Para a empresa, trata-se de mais um capítulo de uma estratégia já aplicada em outros mercados complexos, como Arábia Saudita e Cazaquistão.
A abordagem, contudo, segue sob questionamento. Os críticos argumentam que parcerias com governos antidemocráticos ajudam a sustentar regimes que violam os direitos humanos. “Empresas como a Chevron estão, na prática, investindo bilhões de dólares nos cofres do regime”, afirmou o senador Marco Rubio em janeiro.
Ainda assim, Wirth mantém a certeza de que sair não é uma opção. “Nós não escolhemos onde está o recurso”, disse o executivo na cúpula de CEOs do Wall Street Journal no início deste mês.. “Se saíssemos toda vez que discordamos de um governo, acabaríamos saindo de todos os lugares.”
(*Com informações da Bloomberg)
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