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Reino Unido mira ‘nova era nuclear’, mas esbarra em falhas estruturais e disputa global por tecnologia

Publicado 06/12/2025 • 09:04 | Atualizado há 2 horas

KEY POINTS

  • O Reino Unido quer elevar a participação da energia nuclear na matriz elétrica e retomar o protagonismo histórico do setor, mas não inaugura um novo reator desde 1995
  • Um relatório oficial identificou “falhas sistêmicas” no arcabouço regulatório, como legislação fragmentada e incentivos fracos, que travam novos projetos e encarecem construções
  • O governo aposta tanto em grandes usinas quanto em reatores modulares (SMRs), mas especialistas veem atraso frente a França e China e alertam para riscos na cadeia global de suprimentos, dominada por poucos países
Reino Unido

Bandeira do Reino Unido

Pixabay

O Reino Unido quer recuperar o protagonismo que teve nas primeiras décadas da energia nuclear comercial, mas enfrenta desafios técnicos, regulatórios e financeiros para cumprir a meta de elevar a participação da fonte de 14% para 25% até 2050. O movimento ocorre enquanto países como França e China ampliam investimentos no setor e consolidam vantagens competitivas.

O país, que já chegou a ter mais usinas nucleares do que EUA, União Soviética e França somados, não conclui um novo reator desde 1995. Hoje, destaca-se por outro motivo: tornou-se o lugar mais caro do mundo para construir projetos nucleares, segundo especialistas consultados pela CNBC.

Apesar disso, o governo britânico diz estar comprometido com uma “era de ouro do nuclear”, apostando em projetos de grande porte, como Sizewell C, e em reatores modulares pequenos (SMRs), considerados a nova geração da tecnologia.

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Reformas

Um relatório recente do Grupo de Trabalho Regulatório Nuclear do Reino Unido apontou “falhas sistêmicas” no arcabouço regulatório, como legislação fragmentada e incentivos insuficientes, fatores que fizeram o país perder espaço para concorrentes. O governo prometeu adotar as recomendações e deve apresentar um plano em três meses.

Enquanto isso, a França opera com 65% da matriz elétrica baseada em nuclear, quatro vezes mais que o Reino Unido.

A região planeja combinar:

  • Usinas tradicionais, que fornecem a base estável necessária para compensar fontes intermitentes como eólicas e solares;
  • SMRs, reatores miniaturizados fabricados em série, que prometem reduzir custos e acelerar a expansão.

A Rolls-Royce foi escolhida como parceira preferencial para desenvolver SMRs no país, mas analistas destacam que nenhum modelo desse tipo está em operação comercial no mundo. Mesmo em cenários otimistas, só devem começar a gerar energia nos anos 2030.

Financiamento e atrasos

O Reino Unido tem buscado modelos financeiros para tornar os projetos viáveis sem depender integralmente do Tesouro. Experiências anteriores, como o Hinkley Point C, porém, mostram os riscos: o custo inicial esperado de £18 bilhões já superou £30 bilhões.

Outro modelo, o Regulated Asset Base (RAB), permite que investidores recebam retorno antes da usina entrar em operação, estratégia usada em Sizewell C, estimado em £38 bilhões.

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Disputa por suprimentos

A cadeia de suprimentos é hoje um dos fatores mais críticos. O mercado global de urânio é dominado por quatro países, incluindo a Rússia. A demanda deve disparar até 2040, elevando a competição por fornecedores.

O Reino Unido já anunciou que deixará de importar combustível nuclear russo até 2028 e busca fortalecer fornecedores ocidentais.

Mesmo com universidades de alto nível, o país enfrenta déficit de mão de obra com experiência prática em construção e operação de usinas, reflexo de décadas sem novos reatores.

Startups e empresas de fusão nuclear, como Tokamak Energy e First Light Fusion, mantêm laboratórios no país, enquanto gigantes como a Newcleo deslocam parte das operações para a Europa continental.

Por que isso importa

A corrida por energia nuclear ganhou força global com:

  • tensões geopolíticas;
  • pressão por segurança energética;
  • aumento de demanda provocado por data centers e IA;
  • compromissos de descarbonização.

O Reino Unido tenta acelerar para não perder mais terreno. Mas especialistas são céticos sobre a capacidade do país de retomar a liderança histórica, especialmente enquanto França e China ampliam investimentos e já operam em escala muito superior.

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