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Reino Unido quer reprimir trabalhadores estrangeiros e empresas temem que não consigam preencher a lacuna de mão de obra

Publicado 14/05/2025 • 06:36 | Atualizado há 2 dias

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • Empresas britânicas estão alertando o governo do Reino Unido que os planos de endurecer as regras de imigração para trabalhadores estrangeiros levarão à escassez de mão de obra e poderão prejudicar o crescimento econômico.
  • O governo britânico anunciou na segunda-feira planos para endurecer as regras sobre quem pode vir ao Reino Unido para trabalhar, estudar e viver.
  • Setores que tradicionalmente dependem de trabalhadores imigrantes, como saúde e assistência social, alertam que as mudanças nas regras agravarão a escassez de mão de obra já presente no mercado de trabalho.
Pessoas andando nas ruas do Reino Unido

Pessoas andando nas ruas do Reino Unido

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Empresas britânicas estão alertando o governo do Reino Unido de que os planos de endurecer as regras de imigração para trabalhadores estrangeiros — e, em vez disso, treinar e recrutar mais pessoal britânico — levarão à escassez de mão de obra em setores-chave.

O governo britânico anunciou na segunda-feira (12) planos para cortar a migração para o Reino Unido, endurecendo as regras sobre quem pode vir trabalhar, estudar e viver no país.

As propostas aumentam os requisitos de proficiência em inglês para migrantes, bem como as habilidades e o nível de educação necessários para obter vistos de trabalho. O governo também afirmou que os trabalhadores migrantes teriam que residir no Reino Unido por 10 anos antes de poderem solicitar a permanência por tempo indeterminado.

O governo disse que suas novas propostas “apoiam os trabalhadores britânicos em detrimento da mão de obra estrangeira barata” e vinculariam a política de migração às qualificações para impulsionar o crescimento econômico.

Mas as empresas temem que os britânicos não possam — ou não queiram — preencher a lacuna criada pela provável escassez de trabalhadores e habilidades, principalmente em setores tradicionalmente muito dependentes de funcionários migrantes, como saúde e assistência social.

Os britânicos conseguirão preencher essa lacuna?

Já era uma “luta” recrutar trabalhadores britânicos e era “muito, muito incomum” atrair trabalhadores locais para o setor de assistência social, disse um gerente de uma casa de repouso no sul da Inglaterra à CNBC.

“Faz anos, uns bons dois anos, que não recebemos nenhum candidato britânico, candidato inglês”, disse à CNBC na terça-feira o gerente da casa de repouso, que só pôde falar anonimamente devido à sensibilidade do assunto.

“Ouço muitas coisas como, sabe, o Morrison’s [supermercado] paga mais, o McDonald’s paga mais. Você ouve todos esses comentários na comunidade. O pagamento não é bom para o atendimento, então é uma luta”, disse a fonte.

Eu diria que provavelmente 70% da nossa força de trabalho na equipe de atendimento é da Índia. Sem essas meninas, nossos residentes… não teriam ninguém para cuidar deles… O que vocês implementam [para preencher essa força de trabalho]? Não dá para fazer as pessoas trabalharem. Não dá para fazer as pessoas cuidarem desses residentes.

O governo tem sofrido crescente pressão para enfrentar a espinhosa questão da imigração em meio a números recordes de migração. O forte desempenho do partido de direita anti-imigração Reform UK, de Nigel Farage, em pesquisas de opinião e nas recentes eleições locais inglesas, aumentou a necessidade de o governo agir rapidamente.

Ao anunciar os planos na segunda-feira, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que a estratégia “finalmente retomará o controle de nossas fronteiras e encerrará um capítulo sórdido para nossa política, nossa economia e nosso país”.

Ele acrescentou que as reformas imigratórias acabariam com o que o governo descreveu como o “experimento fracassado do país com fronteiras abertas”, que viu a migração aumentar para quase um milhão por ano, observando que isso garantiria que “as pessoas que vêm para cá ganhem o direito de permanecer no país”.

Pressões migratórias

O governo disse em seu projeto sobre imigração que os grandes aumentos na migração líquida nos últimos anos foram causados ​​por “um grande aumento no recrutamento no exterior, incluindo uma mudança em direção à migração de menos qualificação, com um aumento substancial nos vistos de trabalho emitidos abaixo do nível de graduação”.

Por exemplo, ele disse ter visto um aumento acentuado no número de pessoas que chegam por meio do visto de saúde e assistência social para trabalhar em empregos abaixo do nível de graduação, de 37.000 em 2022 para 108.000 em 2023.

A migração líquida atingiu um recorde de 906.000 no ano até junho de 2023, mas caiu nos doze meses seguintes para 728.000, segundo o Escritório de Estatísticas Nacionais.

O governo disse na segunda-feira que agora “encerrará o recrutamento no exterior para vistos de assistência social”, embora extensões de visto sejam permitidas até 2028.

A Care England, que representa provedores independentes de assistência social, alerta que os planos de imigração podem ter “consequências graves para um setor já sob imensa pressão”. A organização observou que o setor de assistência tem atualmente 131.000 vagas.

“Vamos ser claros: esta decisão não é uma solução”, disse o diretor-executivo da Care England, Martin Green, em resposta aos planos do governo na segunda-feira.

É um gesto político que trata os sintomas, mas ignora a doença. Em vez de investir no setor e resolver a crise de recrutamento, o Governo está fechando as portas para uma das poucas fontes de mão de obra ainda em funcionamento. Assistência social não é trabalho de baixa qualificação. É trabalho de alta qualificação e baixa remuneração que merece respeito, reconhecimento adequado e investimento significativo.

Green disse: “Embora as preocupações em torno da exploração devam ser abordadas, a solução proposta — acabar completamente com o recrutamento no exterior — remove uma oferta vital de força de trabalho sem estabelecer uma alternativa doméstica viável”.

‘Talento local’

Líderes do setor empresarial dizem que a iniciativa de impulsionar o treinamento e as habilidades entre os trabalhadores britânicos é bem-vinda, mas alertaram que a escassez de mão de obra provavelmente se tornará mais grave.

“Os empregadores são claros: impulsionar o treinamento no Reino Unido é essencial, mas também o é um sistema de imigração controlado, acessível e responsivo que mantenha o investimento fluindo para o Reino Unido”, comentou o diretor-executivo da Confederação de Recrutamento e Emprego do Reino Unido, Nick Carberry, na segunda-feira.

As empresas agora terão que considerar cuidadosamente os detalhes das propostas para limitar vistos para empregos qualificados abaixo do nível de graduação, disse a Confederação da Indústria Britânica.

“A escassez de mão de obra não pode ser resolvida apenas com treinamento. Com a previsão de que a força de trabalho do Reino Unido diminuirá no futuro, à medida que nossa população envelhece, é mais importante do que nunca apoiarmos o investimento empresarial necessário para sustentar a adoção de tecnologias e o treinamento”, observou Rain Newton-Smith, diretor-executivo da CBI.

As empresas estão interessadas em liberar mais “talentos locais”, disse Jane Gratton, vice-diretora de políticas das Câmaras de Comércio Britânicas.

“No entanto, é vital que o ritmo das mudanças no sistema de imigração não interrompa o acesso a talentos globais antes que os problemas mais amplos do mercado de trabalho do Reino Unido sejam devidamente resolvidos”, observou Gratton.

As empresas precisam de acesso às competências certas para fazer crescer a economia, disse ela, e para algumas empresas isso incluirá trazer pessoas de fora do Reino Unido.

“Isso geralmente acontece como último recurso, quando eles tentam de tudo para recrutar no mercado de trabalho local”, disse Gratton.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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