O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs tarifas “recíprocas” que atingiram grandes parceiros comerciais na quarta-feira (2), mas algumas ilhas pequenas e locais remotos também foram afetados.
O recém-eleito líder da Casa Branca estabeleceu uma tarifa base de 10% para todos, com uma série de taxas afetando mais de 180 países. Entre os locais mais estranhos afetados estão uma ilha desabitada perto da Antártica e uma base militar no Oceano Índico.
As agressivas e abrangentes tarifas “recíprocas” do presidente Donald Trump foram assinadas na quarta-feira (2), atingindo mais de 180 países, desde grandes parceiros comerciais até ilhas remotas. O líder recém-eleito da Casa Branca anunciou uma série de taxas em 2 de abril, marcando a data como “dia da libertação”, e estabeleceu uma tarifa base de 10% sobre os produtos importados para os EUA.
Impacto nas potências comerciais e ilhas remotas
Os principais parceiros comerciais enfrentaram algumas das tarifas mais altas: 34% para a China, 20% para a União Europeia, 46% para o Vietnã e 32% para Taiwan. Trump e a Casa Branca compartilharam uma série de gráficos nas redes sociais detalhando as tarifas aplicadas a cada país afetado. Curiosamente, perto do final da lista estavam uma série de ilhas australianas desabitadas, territórios offshore e até mesmo uma base militar.
Ilhas Heard e McDonald
Um território externo australiano, as Ilhas Heard e McDonald, estão localizadas a 4.100 km de Perth, na Austrália Ocidental, e a 1.700 km da Antártica. O território é considerado um dos locais mais remotos da Terra, com “ecossistemas insulares raros e intocados”, segundo a Convenção do Patrimônio Mundial da UNESCO, e é habitado por várias espécies, incluindo aves voadoras, pinguins, focas e invertebrados. Para chegar às ilhas, é necessário um passeio de barco de duas semanas a partir de Perth — o que torna as visitas raras. Apesar de não ter atividade econômica, as Ilhas Heard e McDonald foram atingidas com tarifas de 10% na quarta-feira (2).
Ilha Norfolk e Ilha Cocos
Vários outros territórios australianos foram atingidos por tarifas, incluindo a Ilha Norfolk, com uma população de quase 2.000 pessoas; a Ilha Cocos, com uma população de apenas 544, e a Ilha Christmas, que é habitada por 1.692 pessoas. A Ilha Norfolk recebeu algumas das tarifas mais altas, de 29% — apesar de a Austrália enfrentar apenas taxas de 10%. Os EUA são um de seus principais parceiros comerciais, com 31% de suas exportações indo para os Estados Unidos, de acordo com a CIA. Enquanto isso, a Ilha Cocos e a Ilha Christmas estão enfrentando tarifas de 10%.
“A Ilha Norfolk recebeu uma tarifa de 29%. Não estou muito certo de que a Ilha Norfolk, com todo respeito, seja um concorrente comercial da gigante economia dos Estados Unidos, mas isso só mostra e exemplifica o fato de que nenhum lugar na Terra está seguro disso,” disse o primeiro-ministro australiano Anthony Albanese, segundo o The Guardian.
Território britânico do Oceano Índico
O Território Britânico do Oceano Índico é um território britânico ultramarino sem população permanente, mas sua maior ilha, Diego Garcia, abriga uma instalação militar conjunta do Reino Unido e dos EUA, com cerca de 4.000 pessoas — principalmente pessoal militar. O território é um grande exportador de peixes, com os EUA sendo um dos principais destinos, segundo o Observatório de Complexidade Econômica. Ele foi atingido com tarifas de 10%.
Reunião
Um território ultramarino francês no Oceano Índico, Reunião, está enfrentando tarifas impressionantes de até 37%, enquanto a União Europeia foi atingida com tarifas de 20%. Reunião tem uma população de aproximadamente 882.000 pessoas, segundo os dados mais recentes.
Tokelau
Tokelau, um território dependente da Nova Zelândia no Oceano Pacífico Sul, tem uma população de pouco mais de 1.600 pessoas, de acordo com a CIA — e está enfrentando tarifas de 10%. A região é composta por três atóis de coral — Fakaofo, Atafu e Nukunonu — e não é um lugar de fácil acesso, sem portos ou aeroportos. Os viajantes teriam que pegar um navio de Samoa, que opera a cada duas semanas, e enfrentar uma jornada de aproximadamente 24 a 36 horas.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
