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Brasil prepara plano de contenção diante do aumento de tarifas dos EUA; especialista comenta
Publicado 06/08/2025 • 14:07 | Atualizado há 18 horas
Publicado 06/08/2025 • 14:07 | Atualizado há 18 horas
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Diante do aumento de tarifas aplicado pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, o governo federal prepara um plano de contenção com cerca de 30 medidas. A proposta inclui crédito emergencial, subsídios fiscais e compras diretas de produtos para aliviar os impactos sobre empresas exportadoras, principalmente micro, pequenas e médias.
A avaliação é de que o novo tarifário pode pressionar o mercado de trabalho, provocar excedentes de produção e colocar empresas em situação financeira delicada. Segundo especialistas, o plano do governo busca preservar empregos em setores mais afetados pelas sanções norte-americanas.
A elevação das tarifas, que atinge 50% para a maior parte dos produtos exportados pelo Brasil, é interpretada por analistas como uma decisão de natureza política, ligada à gestão do presidente Donald Trump. A medida teria como pano de fundo uma tentativa de influenciar o ambiente jurídico brasileiro.
“O que Donald Trump quer é uma intervenção no ambiente jurídico do Brasil. Isso é um problema gravíssimo”, avaliou Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, em entrevista ao Money Times Brasil, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.
Ele afirmou que não há espaço para negociação econômica enquanto a outra parte impõe condições políticas, o que agrava a insegurança jurídica e pode afetar a confiança no país.
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O Brasil exporta aproximadamente 4 mil produtos para os Estados Unidos. Destes, cerca de 700 foram mantidos com tarifa de 10%, enquanto o restante foi incluído no novo percentual. Agostini destacou que produtos como carne e café ainda podem entrar na lista de exceções, dependendo da evolução das negociações.
Ele mencionou que setores norte-americanos importadores de insumos brasileiros — como o de suco de laranja, carnes e café — devem pressionar o governo dos Estados Unidos a rever parte das medidas. Além disso, a Câmara de Comércio dos EUA e possíveis ações judiciais internas contra a decisão também podem influenciar o cenário.
Uma reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bassett, está marcada para o dia 13. Agostini avaliou que a condução dessa reunião dependerá da pressão de setores econômicos norte-americanos e das reações institucionais dentro dos Estados Unidos.
Apesar das movimentações diplomáticas, ele considera improvável que todas as tarifas sejam revertidas. “Podemos ter algum avanço naqueles produtos que são estratégicos e essenciais para a economia norte-americana”, afirmou.
A principal preocupação do economista está no impacto fiscal das medidas de contenção. Ele afirmou que o uso de recursos do Tesouro Nacional, embora compreensível diante da necessidade de preservar empregos, pode acentuar desequilíbrios fiscais.
“O governo está certo em agir, mas precisa que isso seja temporário e acompanhado de alternativas mais rápidas de abertura de mercados”, disse. Para ele, o caminho mais viável será liberar recursos públicos em caráter emergencial, mas com cautela. “Se quiser preservar empregos, vai ter que abrir o cofre do Tesouro Nacional para ajudar essas empresas”, declarou.
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