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Maurício Palma Nogueira: Brasil corre risco de perder bilhões com nova tarifa dos EUA sobre carne bovina
Publicado 24/07/2025 • 12:43 | Atualizado há 3 meses
 
        
        
                            
                     
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Publicado 24/07/2025 • 12:43 | Atualizado há 3 meses
KEY POINTS
Mesmo sem a aplicação oficial da nova tarifa anunciada pelos Estados Unidos contra a carne bovina brasileira, frigoríficos de Mato Grosso do Sul já iniciaram o redirecionamento de suas exportações. A medida ocorre como resposta preventiva à incerteza comercial com o segundo maior comprador da proteína brasileira.
Segundo Maurício Palma Nogueira, diretor da Athenagro, os Estados Unidos foram destino de 263 mil toneladas de carne bovina (equivalente carcaça) no primeiro semestre de 2024, o que representa cerca de 12,5% das exportações nacionais. Ele afirma que a interrupção das exportações tende a reduzir a oferta no mercado interno, em vez de aumentá-la.
“O que acontece quando paramos de abater para atender os Estados Unidos é que tiramos carne do mercado interno. Cada quilo não abatido para esse mercado representa 900 gramas a menos disponíveis aqui”, explicou em entrevista ao Real Time, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.
De acordo com Nogueira, o impacto imediato do redirecionamento da produção pode ser observado nos preços. “O preço do boi cai e o preço da carne sobe. Não tem ninguém se beneficiando disso”, afirmou.
O especialista destacou que os cortes exportados aos EUA são, em sua maioria, do dianteiro do boi. Como esses cortes não são reaproveitados integralmente no mercado interno, a suspensão dos embarques provoca um desequilíbrio na oferta.
Além disso, Nogueira observa que frigoríficos que não exportam também sofrem impactos, pois enfrentam maior concorrência no mercado doméstico. “Ele vai colocar a carne no mercado interno, vai direcionar para outros mercados, vai competir comigo”, explicou, ao referir-se ao movimento estratégico de adaptação de empresas do setor.
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Ainda que o Brasil possa ocupar espaços deixados por outros países no fornecimento global, os valores pagos por novos mercados seriam inferiores. “A gente vai acabar exportando por um preço mais baixo. Os Estados Unidos hoje pagam melhor pela nossa carne”, disse Nogueira.
O diretor da Athenagro avaliou que substituir o mercado norte-americano não é vantajoso. Para ele, o ideal seria manter a exportação para os EUA e ampliar gradualmente o acesso a mercados mais rentáveis. “O cenário atual é muito ruim. O ideal seria continuar exportando para os EUA e abrir mercados que paguem mais”, afirmou.
Maurício Nogueira apontou que há possibilidade de os Estados Unidos reverem a inclusão da carne bovina brasileira nas tarifas. Segundo ele, o governo norte-americano já sofre pressão interna por conta do impacto esperado nos preços ao consumidor. “Acredito que sim, inclusive ele [Trump] já está sendo pressionado pelos próprios norte-americanos”, afirmou.
No entanto, o especialista alertou que a postura brasileira também preocupa. “O que me preocupa é o lado do Brasil, que parece não estar disposto a negociar. Inclusive com algumas falas praticamente dobrando a aposta”, disse.
Em 2024, o Brasil registrou recordes de produção, exportação e disponibilidade de carne para o mercado interno. Para Nogueira, o impasse tarifário pode comprometer esses avanços.
Se a tarifa for mantida e o Brasil não encontrar uma saída diplomática, o prejuízo pode afetar toda a cadeia produtiva. Ele comparou a situação ao que ocorreu na Argentina em 2008, quando a imposição de retenções reduziu o consumo per capita de carne de 60 kg para 40 kg por ano.
“O que a gente precisa olhar é que não se trata só da carne. Há também a importação de insumos dos Estados Unidos, que garantem nossa competitividade no mercado internacional”, afirmou. Nogueira conclui que a perda de competitividade pode comprometer a presença do Brasil em outros mercados, caso a tarifa se concretize.
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