O déficit comercial dos EUA caiu mais da metade em abril, mostraram dados do governo nesta quinta-feira (5), recuando de um recorde, com as importações em queda com a entrada em vigor das tarifas globais do presidente Donald Trump.
A maior economia do mundo registrou um déficit comercial de US$ 61,6 bilhões no mesmo mês em que Trump anunciou tarifas de 10% sobre quase todos os parceiros comerciais. Isso representou uma queda de 55,5% em relação a março, informou o Departamento de Comércio.
Em março, o déficit comercial geral dos EUA atingiu um novo recorde de US$ 138,3 bilhões, à medida que as empresas buscavam se antecipar às tarifas prometidas por Trump.
Mas as importações caíram 16,3% em abril, para US$ 351 bilhões, com a entrada em vigor das tarifas gerais sobre aliados e concorrentes dos EUA.
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Além da tarifa de 10%, Trump também anunciou – antes de suspendê-la rapidamente – tarifas mais altas para dezenas de economias, incluindo a União Europeia e o Japão. Essa suspensão, que abriu espaço para negociações comerciais, deve expirar no início de julho.
Produtos da China foram o principal alvo de Trump durante o mês, enquanto as duas maiores economias do mundo se envolveram em uma escalada retaliatória que elevou os impostos de ambos os lados sobre os produtos um do outro para três dígitos.
Isso paralisou muitos embarques da China antes que os países chegassem a um acordo temporário para apaziguar a situação.
Por enquanto, todos os olhares estão voltados para um telefonema entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, em meio à esperança de que ambos os líderes possam ajudar a alcançar uma trégua mais duradoura.
Mas o estado de um acordo comercial entre os dois países permanece incerto, já que Trump acusou Pequim, na semana passada, de violar os termos do acordo temporário — o que a China negou.
Tarifas abrangentes
Em abril, as importações dos EUA caíram 16,3%, para US$ 351 bilhões, devido à queda nos embarques de mercadorias.
Em particular, as importações de bens de consumo caíram US$ 33 bilhões, mostraram os dados, com recuos em produtos farmacêuticos e celulares.
As exportações dos EUA aumentaram 3%, para US$ 289,4 bilhões, impulsionadas pelas exportações de bens como suprimentos industriais.
Mas as exportações americanas de automóveis e peças caíram US$ 3,3 bilhões.
Além das tarifas abrangentes direcionadas a diferentes países, as empresas também têm enfrentado tarifas setoriais específicas que Trump implementou nos últimos meses.
Em março e abril, o presidente aplicou tarifas sobre importações de aço, alumínio e automóveis e, desde então, dobrou as taxas sobre ambos os metais neste mês.
O déficit geral dos EUA foi o menor desde o início de 2023, de acordo com dados do governo.
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