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Donald Trump vê promessas de investimentos estrangeiros como vitória dos EUA em negociações
Publicado 06/08/2025 • 14:52 | Atualizado há 7 horas
Publicado 06/08/2025 • 14:52 | Atualizado há 7 horas
Em tom de comemoração, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, descreveu os recentes acordos bilionários com parceiros estrangeiros, como “bônus de assinatura”, “capital semente” e até como “presente”.
No mês passado, Trump comparou o acordo comercial com o Japão, que inclui a promessa de investimento de US$ 550 bilhões (cerca de R$ 3 trilhões), a um “capital semente”.
“Se você olhar para o Japão, estamos recebendo US$ 550 bilhões (cerca de R$ 3 trilhões), isso é como o bônus de assinatura que um jogador de beisebol recebe”, disse Trump na terça-feira (5) ao programa “Squawk Box”, da CNBC.
Os detalhes desses investimentos, no entanto, ainda são vagos para os principais parceiros comerciais, e há dúvidas sobre como esses acordos podem ser realmente cumpridos.
Sobre a União Europeia, ele declarou: “Eles reduziram as tarifas, então pagaram US$ 600 bilhões (aproximadamente R$ 3,3 trilhões) e, por isso, baixei as tarifas deles de 30% para 15%”. “Isso é um presente”, continuou Trump. “Eles nos deram US$ 600 bilhões que podemos investir como quisermos.”
Essas promessas evidenciam uma diferença de visão entre como o presidente enxerga seus acordos comerciais e como os países do outro lado da mesa enxergam a mesma negociação. Uma questão fundamental sobre essas promessas é se elas realmente podem ser colocadas em prática.
Até agora, os acordos são, em sua maioria, apenas esboços, não contratos obrigatórios. E ainda há divergências sobre os compromissos específicos de investimento. Mesmo assim, a Casa Branca já alerta que países que não cumprirem as promessas de investimento podem sofrer retaliações de Washington.
“É isso que nossos parceiros comerciais concordaram, e o presidente se reserva o direito de ajustar as tarifas se algum país descumprir o que prometeu”, disse um funcionário da Casa Branca, que pediu anonimato para falar sobre acordos ainda em negociação.
Para mostrar o desencontro entre os dois lados, um informativo divulgado pela Casa Branca após o anúncio do acordo com a União Europeia dizia que o bloco “vai comprar US$ 750 bilhões (em torno de R$ 4,1 trilhões) em energia dos EUA e fazer novos investimentos de US$ 600 bilhões (aproximadamente R$ 3,3 trilhões) nos Estados Unidos, tudo isso até 2028.”
Mas um documento paralelo publicado pela Comissão Europeia cita apenas um “interesse” das empresas europeias em “investir pelo menos US$ 600 bilhões (cerca de R$ 3,3 trilhões)” nos EUA. Também fala em intenção de “adquirir gás natural liquefeito, petróleo e produtos de energia nuclear dos Estados Unidos, com expectativa de compra de US$ 750 bilhões (aproximadamente € 700 bilhões ou R$ 4,1 trilhões) ao longo dos próximos três anos”.
Além disso, na semana passada, a UE sinalizou que não tem poder para obrigar as empresas privadas a fazer esses investimentos, já que isso foge à alçada da Comissão Europeia.
“A União Europeia e seus Estados-membros têm capacidade muito limitada de direcionar empresas privadas a fazer essas compras e investimentos”, explicou David Kleimann, especialista em comércio e pesquisador sênior do ODI Europe, à CNBC.
“Por isso esses compromissos são — e só podem ser — meramente uma aspiração.”
Tóquio também descreveu o acordo comercial com Washington de uma forma bem diferente da narrativa adotada por Trump.
Segundo a Casa Branca, como parte do acordo, o Japão “vai investir US$ 550 bilhões (cerca de R$ 3 trilhões) sob orientação dos Estados Unidos para reconstruir e expandir setores-chave da indústria americana”.
Já o governo japonês afirma que o acordo envolve uma mistura de investimentos e garantias de empréstimos, totalizando no máximo até US$ 550 bilhões (aproximadamente R$ 3 trilhões), segundo a Bloomberg.
“Algumas pessoas estão dizendo que o Japão simplesmente vai entregar US$ 550 bilhões (em torno de R$ 3 trilhões)”, comentou Ryosei Akazawa, principal negociador comercial de Tóquio, após o anúncio do acordo. “Mas essas afirmações estão totalmente erradas.”
Reforçando a ideia de Trump de que investimento é peça-chave nas negociações, o presidente sugeriu na semana passada que Seul teria feito uma oferta para “reduzir” a tarifa proposta de 25%.
Trump afirmou que a Coreia do Sul concordou em investir US$ 350 bilhões (cerca de R$ 1,9 trilhão) nos EUA, e, com isso, enfrentaria uma tarifa de 15% sobre seus produtos, em vez dos 25% iniciais. O compromisso de investimento, no entanto, ainda gera dúvidas.
“Ainda há diferenças entre Seul e Washington sobre como estruturar o fundo conjunto de investimento de US$ 350 bilhões (aproximadamente R$ 1,9 trilhão)”, disse Choi Seok-young, ex-embaixador da Coreia do Sul na Missão Permanente em Genebra, segundo o Korea JoongAng Daily.
“O governo coreano precisa responder com princípios e padrões claros”, afirmou Choi.
Para a Coreia do Sul, assim como para o Japão e a União Europeia, as promessas de investimento feitas em acordos comerciais com os EUA não são acordos fechados; fazem parte de uma negociação que ainda está em andamento.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.