EUA e China se preparam para negociações comerciais decisivas. Veja o que esperar
Publicado 09/05/2025 • 11:39 | Atualizado há 9 horas
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Publicado 09/05/2025 • 11:39 | Atualizado há 9 horas
KEY POINTS
A guerra comercial iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, contra a China registrou novo embate na quinta-feira (24) com o líder americano e Pequim dando versões diferentes sobre uma possível trégua
Times Brasil/Imagem gerada por IA
Há muita coisa em jogo nas negociações comerciais entre EUA e China neste fim de semana, já que o resultado pode redefinir o futuro das relações econômicas entre as duas maiores economias do mundo.
O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o Representante Comercial, Jamieson Greer, devem se reunir com o principal representante econômico chinês e vice-primeiro-ministro He Lifeng, na Suíça, no sábado.
Analistas afirmam ser improvável que um acordo abrangente saia de uma única reunião; no entanto, eles estão esperançosos de que uma redução parcial das tarifas altíssimas esteja em pauta.
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Ambos os lados buscam um caminho para a distensão, já que o impacto econômico das tarifas tem se tornado cada vez mais difícil de ignorar.
A economia dos EUA contraiu 0,3% no primeiro trimestre deste ano, em meio a crescentes preocupações de que a economia entre em recessão, com inflação e desemprego mais altos. E, embora a economia chinesa tenha crescido 5,4%, melhor que o esperado, nos primeiros três meses deste ano, os principais bancos reduziram suas previsões de crescimento anual do país para apenas cerca de 4% — abaixo da meta do governo de cerca de 5%.
Trump ainda pode ter mais a perder, já que o sistema político chinês concede à liderança do país um “limite de tolerância maior” e um “maior grau de controle sobre o apoio à política macroeconômica no curto prazo”, disse Dan Wang, diretor para a China da consultoria de risco político Eurasia Group.
A principal missão do vice-premiê He será simplesmente buscar clareza sobre o que Trump deseja e avaliar se os EUA pretendem prejudicar os interesses da China, disse Wang.
No que pareceu ser um aumento de confiança antes da reunião, a China divulgou dados comerciais que mostraram que suas exportações aumentaram 8,1% em abril, em relação ao ano anterior, devido a um aumento nas remessas para países do Sudeste Asiático, ignorando a queda de 21% nas exportações para os EUA.
E nesta sexta-feira (09), o Ministério do Comércio da China lançou uma “operação especial” para combater o contrabando de minerais estratégicos, incluindo gálio, germânio, antimônio, tungstênio e terras raras médias e pesadas.
Sem nomear entidades específicas, o ministério classificou a operação como “uma repressão a entidades estrangeiras que conspiraram com pessoal ilegal nacional” para contornar as regras de controle de exportação que havia implementado no início deste ano.
“Isso serve como um lembrete útil da influência que a China possui, já que as negociações estão prestes a começar em Genebra”, disse Stephen Olson, pesquisador sênior visitante do Instituto de Estudos do Sudeste Asiático e ex-negociador comercial dos EUA.
A China é a maior produtora mundial de diversos minerais essenciais para a fabricação de semicondutores, equipamentos de defesa e energia limpa. Como parte das medidas de retaliação às tarifas de Trump anunciadas no mês passado, a China intensificou os controles de exportação desses metais.
“A flecha mais afiada que a China tem na aljava seria restringir o acesso dos EUA a minerais essenciais que não podem ser facilmente obtidos em outros lugares”, disse Olson.
Uma das principais prioridades de Washington é garantir a remoção das restrições à exportação da China de terras raras usadas na fabricação de ímãs, informou a Bloomberg nesta sexta-feira (09), citando pessoas familiarizadas com o assunto.
Outro potencial ponto de pressão para Trump são as vastas reservas chinesas em títulos do Tesouro americano, o que pode representar riscos à estabilidade do mercado financeiro, disse Wu Xinbo, diretor do Centro de Estudos Americanos da Universidade Fudan.
É provável que Pequim reduza ainda mais seu estoque de quase US$ 800 bilhões em dívida do governo americano se quiser aumentar a pressão sobre Trump, disse Wu.
Apesar da especulação do mercado de que a China pode se desfazer de seus títulos do Tesouro para revidar às tarifas, uma venda significativa também pode ter um efeito contraproducente. Tal medida pode fortalecer o yuan, minando a competitividade das exportações da China e levando a perdas substanciais em seus ativos denominados em dólar.
Uma reversão parcial das tarifas é um dos resultados prováveis da reunião, de acordo com analistas que permanecem divididos sobre a extensão de quaisquer ajustes e o ritmo da redução das tensões.
Robin Xing, economista-chefe para a China do Morgan Stanley, projeta que as tarifas efetivas dos EUA sobre produtos chineses podem ser reduzidas dos atuais 107% para uma taxa terminal de 45% até o final do ano.
Da mesma forma, Tianchen Xu, economista sênior da Economist Intelligence Unit, espera que os EUA e a China reduzam suas tarifas médias ponderadas mútuas em cerca de 50% no curto prazo.
Isso ainda é elevado em comparação com as tarifas de 10,9% sobre produtos chineses e 16% que a China impôs sobre produtos americanos antes do retorno de Trump ao poder, segundo as estimativas de Xu.
Nos últimos dias, autoridades americanas de alto escalão têm demonstrado otimismo em relação às próximas negociações, afirmando que elas poderiam aliviar as barreiras comerciais que Trump criou no mês passado.
“Desescalar, reduzir essas taxas para onde elas poderiam estar, onde elas deveriam estar, acho que é o objetivo de Scott Bessent”, disse o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, à CNBC nesta sexta-feira (09). “E é isso que o presidente espera como um bom resultado, um mundo em desescalada, onde possamos nos reconectar e, então, trabalhar em um grande acordo juntos.”
Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca sobre a assinatura de um acordo comercial com o Reino Unido, Trump disse sobre a reunião na Suíça: “Acho que teremos um bom fim de semana com a China.”
O presidente dos EUA então disse em uma publicação na plataforma de mídia social Truth Social na sexta-feira (09) que “Tarifa de 80% sobre a China parece correta! A cargo de Scott B.”
As autoridades chinesas, por outro lado, adotaram um tom mais firme, reiterando a exigência do país para que o governo Trump cancele todas as tarifas unilaterais sobre a China.
Um porta-voz do Ministério do Comércio disse na quarta-feira que “a China não sacrificará os princípios para chegar a um acordo com os EUA”, ao mesmo tempo, em que repetiu que Washington deve “retificar seus erros” removendo todas as tarifas unilaterais.
Durante as próximas negociações, a China ainda pode oferecer alguns “adoçantes”, como promessas de intensificar a repressão aos fluxos de fentanil, disse Xu, o que pode levar à remoção a curto prazo das tarifas de 20% relacionadas ao fentanil impostas por Trump.
Ambos os lados têm buscado amenizar o impacto econômico das tarifas exorbitantes, isentando os impostos sobre uma série de produtos, incluindo eletrônicos de consumo, semicondutores e autopeças.
A China teria isentado impostos de importação sobre determinados produtos farmacêuticos, microchips e motores de aeronaves dos Estados Unidos. Também criou uma “lista branca” de produtos americanos que serão isentos de impostos extras, segundo a Reuters.
No entanto, as tentativas de alcançar um acordo mais abrangente, semelhante ao acordo da Fase Um assinado durante o primeiro mandato de Trump, provavelmente serão “longas e improdutivas”, disse Xu, já que ambos os lados demonstraram pouca disposição para chegar a um acordo sobre suas respectivas prioridades estratégicas e limites econômicos.
“Duvidamos seriamente da possibilidade de os EUA e a China chegarem a algo próximo ao acordo comercial de Fase Um firmado em 2020 — um modelo que foi desacreditado aos olhos de altos funcionários americanos”, acrescentou Xu.
A China alegou ter cumprido os termos do acordo comercial de Fase Um firmado por Trump com Pequim durante seu primeiro mandato presidencial, ao mesmo tempo em que alegou que os EUA violaram certos mandatos do acordo.
O acordo exigia que a China aumentasse as compras de produtos americanos em US$ 200 bilhões ao longo de um período de dois anos, mas Pequim não atingiu as metas com a chegada da pandemia de Covid-19.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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