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Guerra comercial: no fogo cruzado entre Trump e China, pode sobrar para o Brasil — e isso não é nada mau
Publicado 10/10/2025 • 22:57 | Atualizado há 5 horas
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Publicado 10/10/2025 • 22:57 | Atualizado há 5 horas
KEY POINTS
A nova ofensiva do presidente dos EUA, Donald Trump, contra a China reacendeu a tensão no comércio global e abriu uma brecha estratégica para o Brasil — país que detém a segunda maior reserva de terras raras do mundo, insumo essencial para a indústria de alta tecnologia.
Para o economista e professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, a escalada tarifária pode se transformar em oportunidade. “O Brasil tem o recurso certo na hora certa. As terras raras são fundamentais para semicondutores, carros elétricos e equipamentos militares. Mas não basta extrair — é preciso dominar o processamento, que é o verdadeiro trunfo chinês”, afirmou.
Atualmente, a China concentra cerca de 60% da extração e 90% do processamento mundial desses minerais. Mesmo países com reservas expressivas, como o Brasil, ainda dependem do know-how chinês para refinar o material. “O grande desafio é agregar valor aqui dentro. A extração é uma etapa; o processamento é outra, muito mais sofisticada e cara”, explicou Trevisan, citando o exemplo da Companhia Serra Verde, em Goiás — controlada por capital norte-americano, mas ainda dependente da tecnologia chinesa.
Para Trevisan, o Brasil pode tirar proveito do impasse se adotar uma postura pragmática e flexível. “Trump é imprevisível. O Brasil precisa negociar com cautela, aproveitando as brechas abertas por essa guerra, sem se alinhar de forma cega a nenhum dos lados.”
Ele cita o Vietnã como modelo de país que soube transformar a rivalidade EUA-China em vantagem econômica, atraindo investimentos e ganhando espaço nas cadeias globais de produção. “O Brasil pode seguir esse caminho — ampliar parcerias, ocupar nichos industriais e aumentar o peso político nas negociações comerciais”, avalia.
Segundo o professor, a tensão pode até reforçar o papel diplomático de Lula. “Se o governo conseguir equilibrar a relação com os dois gigantes, o Brasil pode se tornar um interlocutor-chave entre as potências — e ainda lucrar com isso.”
Trevisan, porém, faz um alerta: “A crise pode gerar oportunidades, mas também exige cuidado. O que não podemos é repetir o padrão de vender matéria-prima bruta e importar tecnologia.”
No meio do fogo cruzado tarifário entre Washington e Pequim, o Brasil volta a ocupar um espaço que conhece bem — o de país-coringa, capaz de dialogar com ambos os lados. A diferença é que, desta vez, o campo de batalha são os minerais críticos, e quem souber jogar certo pode sair muito mais forte.
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