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Sanções dos EUA podem isolar financeiramente o Brasil, avalia Fábio Kanczuk

Publicado 30/07/2025 • 14:20 | Atualizado há 18 horas

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • O economista Fábio Kanczuk, diretor de macroeconomia do ASA e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, afirmou que a eventual aplicação da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos a autoridades brasileiras pode ter um impacto mais severo do que as tarifas comerciais anunciadas recentemente.
  • Kanczuk destacou que, diferentemente das tarifas de 50% sobre exportações brasileiras – cujos efeitos diretos no PIB seriam limitados a 0,3% ou 0,4% –, as sanções previstas pela legislação norte-americana possuem “potencial destrutivo imenso”.

O economista Fábio Kanczuk, diretor de macroeconomia do ASA e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, afirmou que a eventual aplicação da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos a autoridades brasileiras pode ter um impacto mais severo do que as tarifas comerciais anunciadas recentemente.

Em entrevista ao Money Times Brasil, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, Kanczuk destacou que, diferentemente das tarifas de 50% sobre exportações brasileiras – cujos efeitos diretos no PIB seriam limitados a 0,3% ou 0,4% –, as sanções previstas pela legislação norte-americana possuem “potencial destrutivo imenso”.

“Se a Magnitsky for aplicada de forma completa, é destrutiva. Ela se aplica, em teoria, a empresas que prestam serviços a pessoas sancionadas. Se o ministro Alexandre de Moraes tiver conta em um banco brasileiro, esse banco pode perder o acesso ao mercado financeiro internacional”, disse o economista.

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Impacto sobre bancos e empresas

Segundo Kanczuk, instituições como Itaú e empresas como a Latam poderiam ser afetadas por manter relações comerciais com o ministro, caso este seja alvo da lei. Ele afirmou que os bancos ficariam diante de um impasse legal: cumprir a legislação brasileira ao prestar serviços ou seguir as sanções norte-americanas.

“Se eu prestar esse serviço para o Alexandre de Moraes, eu não tenho acesso aos Estados Unidos. Se eu não prestar, estou contra o Supremo e a lei brasileira”, disse.

O economista também afirmou que o risco não se restringe ao setor bancário. Empresas de aviação, como a Latam, também poderiam ser penalizadas ao vender passagens para o ministro. Nesse cenário, haveria, segundo ele, um estrangulamento generalizado.

“O potencial de destruição é imenso. Você destrói o sistema financeiro brasileiro, no extremo.”

Reação e alternativas

Ao ser questionado sobre como o Brasil poderia reagir, Kanczuk avaliou que, do ponto de vista econômico, o país poderia eliminar tarifas para produtos norte-americanos – uma medida que, na avaliação dele, beneficiaria os consumidores e reduziria a inflação.

“A solução óbvia que eu adoraria é: vamos tirar as tarifas dos Estados Unidos, zerar elas. Isso é bom para o Brasil. Mas não vai ser implementado.”

No campo político, ele reconheceu que a margem de manobra é restrita.

“Você não tem como enfrentar. Você cede e tenta minimizar o seu custo. Duro, mas é a situação.”

Sobre o autor do documento sancionatório, Scott Bessent, secretário do Tesouro norte-americano, Kanczuk afirmou que, apesar de ter “cabeça boa” e ser contrário às tarifas, está subordinado ao ex-presidente Donald Trump.

“É um cargo político. Ele vai fazer o que o Trump quiser que ele faça.”

Estratégia de contenção e discurso político

O entrevistado sugeriu que o Brasil poderia adotar uma estratégia semelhante à utilizada pela Europa: prometer investimentos bilionários nos Estados Unidos, mesmo que não haja garantias de que esses aportes se concretizem.

“É uma promessa que não vai se cumprir, mas que o Trump pode usar politicamente. Ele fala: ‘Consegui essa promessa da Europa de 100 bilhões de dólares que vão vir aqui’. É bom para ele.”

Kanczuk encerrou sua análise destacando que, diferentemente dos Estados Unidos, que podem se descolar do Brasil com baixo custo, o Brasil não possui o mesmo poder de barganha.

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