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Tarifas do Trump

Se mantida, tarifa dos EUA pode inviabilizar exportações de carne, diz presidente da Abiec

Publicado 16/07/2025 • 11:52 | Atualizado há 13 horas

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • Os frigoríficos brasileiros suspenderam temporariamente a produção destinada ao mercado dos Estados Unidos em função da incerteza sobre a aplicação de uma nova tarifa de importação, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.
  • A Abiec estima que cerca de 30 mil toneladas de carne já estejam em trânsito — entre portos e embarques marítimos — a caminho do mercado americano.
  • A associação avalia que a suspensão das exportações pode gerar impactos no abastecimento e nos preços da carne nos Estados Unidos.

Os frigoríficos brasileiros suspenderam temporariamente a produção destinada ao mercado dos Estados Unidos em função da incerteza sobre a aplicação de uma nova tarifa de importação, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. A medida, anunciada pelo governo americano, pode impor uma sobretaxa de até 80% sobre a carne bovina brasileira.

“Se houver a manutenção dessa tarifa, praticamente fecha-se o mercado e a gente não pode mais exportar para os Estados Unidos, o que é muito ruim pra cadeia pecuária do Brasil”, afirmou o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Roberto Perosa, em entrevista ao Real Time, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.

Segundo o executivo, a suspensão da produção tem caráter preventivo. Há um intervalo logístico entre a produção no Brasil e o desembarque nos EUA, que pode ultrapassar duas semanas. “Tem um prazo pra que seja produzida a carne, enviada ao porto e que chegue aos Estados Unidos. Se começasse a produção na quinta-feira passada, não daria tempo de chegar antes do dia 1º de agosto”, explicou.

30 mil toneladas em trânsito

A Abiec estima que cerca de 30 mil toneladas de carne já estejam em trânsito — entre portos e embarques marítimos — a caminho do mercado americano. O setor aguarda uma definição sobre o critério que será adotado: se a tarifa será aplicada com base na data de exportação ou na data de chegada nos EUA.

Perosa alertou que, caso a segunda hipótese prevaleça, os importadores norte-americanos podem desistir das compras ou renegociar os contratos. “Eles vão querer descontar isso do produtor brasileiro ou tentar renegociar”, disse.

Apesar da suspensão das exportações para os EUA, os frigoríficos continuam operando com foco em outros mercados. O Brasil já exporta carne bovina para mais de 157 países, mas, segundo Perosa, nenhum deles tem o mesmo volume de demanda e rentabilidade do mercado americano.

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Impacto no mercado americano

O presidente da Abiec avalia que a suspensão das exportações pode gerar impactos no abastecimento e nos preços da carne nos Estados Unidos. “A tendência é que se aumente muito o preço do principal item do consumo da dieta americana, que é o hambúrguer”, afirmou. Atualmente, 65% da carne bovina consumida nos EUA é processada nesse formato.

Segundo Perosa, o aumento nos preços pode afetar especialmente a classe média e a população de menor renda, além de pressionar a inflação americana.

Certificação e novos mercados

O Brasil obteve recentemente o status de país livre de febre aftosa sem vacinação, o que, segundo a Abiec, abre espaço para ampliação das exportações a mercados como Japão e Vietnã. No entanto, Perosa destacou que esses novos fluxos ainda estão em fase inicial e não substituem a demanda dos EUA.

“É um momento de atenção da cadeia para entendermos como vai ficar isso a partir do dia 1º de agosto e redirecionarmos essas exportações para outros países”, disse.

A Abiec defende que as negociações diplomáticas e comerciais entre os governos brasileiro e americano sejam intensificadas. “Nosso pedido é que as negociações comerciais estejam em primeiro plano, em detrimento de qualquer problema político ou ideológico”, concluiu.

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