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Tarifa de 50% dos EUA sobre café pode redirecionar exportações do Brasil, diz Abics

Publicado 04/08/2025 • 13:58 | Atualizado há 2 horas

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • A nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre o café solúvel brasileiro, que entra em vigor nesta quinta-feira (7), pode impactar diretamente o principal mercado consumidor do produto.
  • Segundo Lima, o café solúvel do Brasil representa mais de 25% das importações americanas.

A nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre o café solúvel brasileiro, que entra em vigor nesta quinta-feira (7), pode impactar diretamente o principal mercado consumidor do produto. A avaliação é de Agnaldo Lima, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), em entrevista ao Real Time, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.

Segundo Lima, o café solúvel do Brasil representa mais de 25% das importações americanas. “Os Estados Unidos são nosso maior comprador individual. Só perdemos para a União Europeia”, afirmou. Hoje, cerca de 19% das exportações brasileiras de café solúvel têm os EUA como destino.

Ele considera que, embora o café seja um produto mais fácil de redirecionar em comparação com itens perecíveis como manga ou uva, a medida americana preocupa o setor. “É difícil entender por que o café ficou fora das isenções tarifárias, considerando que é um item de grande consumo no país”, disse.

A Abics aposta na possibilidade de negociação com o governo norte-americano, já que, segundo Lima, “poucos produtos causam mais irritação no consumidor americano do que o café”. Ele mencionou também pressões internas, como manifestações de restaurantes nos Estados Unidos solicitando medidas que evitem encarecimento do produto.

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Alternativas de mercado e desafios comerciais

Com a restrição no mercado americano, a indústria brasileira de café solúvel avalia o redirecionamento de parte da produção para a Ásia. Lima destaca que a região apresenta os maiores índices de crescimento no consumo do produto e citou a China como exemplo.

Recentemente, a China habilitou mais de 180 exportadores brasileiros para vender café ao país. Para o executivo da Abics, a medida é positiva como sinal político e comunicacional, mas ainda demanda esclarecimentos. “Já exportamos para a China. A novidade é mais simbólica, mas importante”, afirmou.

No entanto, Lima apontou que a concorrência com países asiáticos pode dificultar o avanço brasileiro. “O Vietnã, por exemplo, já tem acordo de tarifa zero com a China. O Brasil paga 12%”, explicou. Ele acrescentou que o grão verde não sofre essa incidência tarifária, mas o café solúvel sim, o que reduz a competitividade do produto.

Na avaliação do diretor, o crescimento do consumo de café entre os chineses também pode abrir novas oportunidades. Ele citou a criação da rede chinesa de cafeterias King Coffee, voltada para competir com a americana Starbucks, como um fator a ser monitorado.

União Europeia e acordos comerciais

A União Europeia é atualmente o principal destino do café solúvel brasileiro, com cerca de 30% das exportações. Mesmo com uma tarifa de 9%, o Brasil é o maior fornecedor do produto para o bloco. Segundo Lima, a expectativa é de que, caso o acordo Mercosul–União Europeia avance, essa tarifa seja eliminada gradualmente em quatro anos.

“O problema é que o acordo foi assinado em 2019 e ainda não entrou em vigor”, lembrou. Ele afirmou que a atenção dos negociadores europeus está voltada atualmente para os desdobramentos comerciais com os Estados Unidos.

O representante da Abics disse que a retirada da tarifa europeia não resultaria em aumento do consumo no continente, mas permitiria ao Brasil deslocar concorrentes. “Mesmo com a tarifa de 9%, seguimos como principal fornecedor. Sem ela, teríamos ainda mais espaço”, afirmou.

Lima defendeu que o Brasil precisa ampliar seus acordos internacionais para ter maior flexibilidade em momentos de crise. Ele apontou que regiões como a África, com altos índices populacionais, poderiam ser bons mercados, mas as tarifas de importação, que superam os 30%, impedem avanços.

“Se o Brasil tivesse mais acordos comerciais, teria mais amplitude para enfrentar situações como essa”, concluiu.

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