Tarifa ideal para café seria uma que “garanta a competitividade”, afirma diretor do Cecafé

Com as tarifas de 50% do presidente americano Donald Trump, produtos como o café, que têm um mercado muito grande nos Estados Unidos, podem ser muito afetados. Em entrevista exclusiva para o Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé, explica os impactos destas tarifas na cadeia do café brasileiro.

De acordo com Heron, tanto o Brasil quanto os Estados Unidos sofreram impactos econômicos pelas tarifas já que “cerca de 76% dos americanos consomem café hoje nos Estados Unidos e o Brasil tem 32% desse mercado”. Assim, o primeiro problema apontado por seria no reabastecimento desta quantidade de café no mercado americano.

Além disso, aponta que no ano passado o Brasil teve um crescimento de 32% nos embarques de café para os EUA, alcançando uma marca histórica de 1,1 milhões de sacas, e os EUA aumentaram as compras de café brasileiro em 34%. Dessa forma, o crescimento que o mercado vinha sofrendo também será impactado.

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Heron aponta que o diálogo será importante para as negociações com o presidente americano para “mitigar os riscos com esse grande mercado consumidor de café” e que um caminho possível é que o café faça parte de uma excessão de produtos com diminuição tarifária, justamente pelo tamanho do mercado.

“É realmente um caminho que suaviza esse impacto da tarifa de 50% para um produto que não existe hoje, nos Estados Unidos, que é o café brasileiro.”

O diretor do Cecafé também explica que não existe uma previsão certa de qual valor de tarifas seria o ideal para o café brasileiro, mas que o produto não pode perder o espaço no mercado e a competitividade, evitando prejuízos e desvalorização. “Nós entendemos que o percentual [ideal] seria aquele que garantisse a competitividade, igual aos nossos concorrentes”;

Heron ainda aponta que os impactos ocorreram em toda a cadeia produtiva, já que hoje cerca de 125 empresas brasileiras exportam café para os Estados Unidos e cada container enviado tem a participação de 50 a 100 produtores.

“Nós falamos aqui de empresas que perdem competitividade, do país que perde competitividade, market share, mas também de produtores que fazem o café de qualidade, de sustentabilidade para atender esse mercado americano, que serão prejudicados e gerando também problemas sociais no Brasil”.

Para o diretor, a alternativa de ampliar os mercados “demanda tempo, investimento” e que é algo volátil. “Eu acho que o desafio de você continuar buscando os novos mercados, abrir novos volumes, isso é saudável para todo o agronegócio brasileiro, mas de qualquer forma, os Estados Unidos continua sendo um grande comprador”, finalizou.

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