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Tarifação dos EUA ameaça exportações de cacau industrializado, diz associação do setor

Publicado 05/08/2025 • 11:53 | Atualizado há 3 horas

Da Redação

KEY POINTS

  • A presidente-executiva da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Anna Paula Losi, afirmou que uma eventual tarifação dos Estados Unidos sobre a manteiga de cacau brasileira pode inviabilizar o principal mercado internacional do produto industrializado.
  • Segundo Losi, embora o Brasil produza cacau e tenha todas as etapas da cadeia, desde a amêndoa até a industrialização, o setor depende da importação da matéria-prima para manter a capacidade das fábricas em funcionamento.

A presidente-executiva da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Anna Paula Losi, afirmou que uma eventual tarifação dos Estados Unidos sobre a manteiga de cacau brasileira pode inviabilizar o principal mercado internacional do produto industrializado.

“Esse mercado americano é fundamental para que a nossa indústria não tenha uma paralisação de linhas de produção”, disse em entrevista ao Real Time, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.

Segundo Losi, embora o Brasil produza cacau e tenha todas as etapas da cadeia, desde a amêndoa até a industrialização, o setor depende da importação da matéria-prima para manter a capacidade das fábricas em funcionamento. “A indústria depende da importação de amêndoas para industrializar e manter a capacidade ociosa das indústrias em patamar baixo”, explicou.

A dirigente destacou que, após o processamento, a manteiga, o líquido e o pó de cacau são exportados, com os Estados Unidos e a Argentina como principais destinos. Os EUA, segundo maior mercado, respondem por cerca de 20% das exportações, principalmente da manteiga de cacau, produto com maior valor agregado na cadeia.

Dificuldade de redirecionamento e busca por novos mercados

Questionada sobre a possibilidade de redirecionar os embarques, Losi apontou que o Brasil teria dificuldades para encontrar mercados alternativos. “A União Europeia é um dos maiores produtores de derivados de cacau do mundo. O nosso produto não seria competitivo lá. O mesmo aconteceria na Ásia”, afirmou.

A AIPC já iniciou tratativas com associados para mapear possíveis novos destinos. Há exportações em andamento para países da América do Sul e negociações com mercados como os Emirados Árabes Unidos. No entanto, segundo a dirigente, o custo de produção mais elevado do Brasil limita a competitividade nesses destinos.

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Impacto industrial e medidas solicitadas

A entidade estima que, se houver perda do mercado americano, a indústria enfrentará redução de pelo menos 10% na margem e aumento da ociosidade para mais de 30%. “Uma indústria ociosa torna-se inviável”, afirmou Losi.

A AIPC solicitou ao governo federal a prorrogação dos prazos do regime de drawback, mecanismo que permite a importação de matéria-prima sem imposto, com a obrigação de exportação posterior. Losi explicou que a não entrega do compromisso implica o pagamento dos tributos suspensos, acrescidos de multa. “A gente tem solicitado ao governo federal uma prorrogação do prazo para cumprir esses compromissos de drawback, para que a gente tenha tempo para procurar novos mercados”, disse.

Em reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin, a medida foi considerada viável, mas dependeria de edição de medida provisória, segundo a presidente da AIPC.

Outras reivindicações discutidas incluem isenção ou suspensão do ICMS pelo governo da Bahia, estado onde estão concentradas as fábricas, além de apoio dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento para a abertura de novos mercados.

Empregos e perspectivas

A cadeia do cacau gera mais de 200 mil empregos diretos no Brasil, sendo cerca de 40 mil somente na indústria processadora. Para Losi, a possível perda do mercado americano pode impactar toda a cadeia, incluindo os produtores de amêndoas.

No momento, a AIPC não assumiu compromisso de preservação de empregos em troca de benefícios fiscais. “A gente entende que é muito cedo ainda para falar em perdas de empregos”, disse. A entidade aposta em negociações e medidas emergenciais para tentar evitar esse cenário.

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