Tarifas de Trump podem provocar forte desaceleração na economia dos EUA
Publicado 17/04/2025 • 19:30 | Atualizado há 1 dia
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KEY POINTS
A probabilidade de uma recessão nos EUA em 12 meses saltou de 25% para 45%, a mais alta desde dezembro de 2023, diz pesquisa da Reuters
Imagem de TravelScape no Freepik
A política agressiva de tarifas dos Estados Unidos pode provocar uma desaceleração significativa da economia americana ainda este ano e em 2025, segundo economistas consultados em pesquisa da Reuters. A mediana da probabilidade de uma recessão nos próximos 12 meses saltou para 45%, o maior nível desde dezembro de 2023.
Apesar de o presidente Donald Trump ter anunciado uma pausa de 90 dias em tarifas recíprocas com parceiros comerciais, a trégua teve pouco efeito prático na perspectiva econômica, já que a guerra comercial com a China — maior parceiro dos EUA — continua a escalar, afetando o sentimento do empresariado.
A expectativa de inflação também aumentou entre analistas, assim como entre consumidores, enquanto as projeções de crescimento foram drasticamente revisadas para baixo.
Segundo o levantamento realizado entre os dias 14 e 17 de abril, os economistas agora preveem inflação persistente, o que pode dificultar uma atuação mais agressiva do Federal Reserve para cortar os juros. A projeção é que o banco central americano realize no máximo dois cortes até o fim de 2025.
A chance de recessão nos EUA subiu de 25% no mês passado para 45% nesta rodada da pesquisa. “O sentimento está extremamente fraco no momento, o que indica que as famílias estão muito receosas em gastar. Preços, empregos e riqueza estão todos se movendo contra o consumidor — uma combinação tóxica para o crescimento dos gastos no futuro”, afirmou James Knightley, economista-chefe internacional do ING, à Reuters.
Knightley alerta que a incerteza sobre o ambiente comercial enfrentado pelas empresas americanas as torna mais cautelosas em investir, o que agrava os riscos de recessão.
Todos os 45 economistas que responderam a uma pergunta adicional afirmaram que as tarifas impactaram negativamente o sentimento de negócios — quase metade disse que o impacto foi muito negativo.
A economia, que iniciou o ano com forte crescimento, consumo aquecido e geração de empregos, agora deve crescer apenas 1,4% em 2025 — bem abaixo dos 2,2% previstos no mês anterior. Entre os 50 analistas ouvidos, 46 revisaram suas projeções de crescimento para baixo em cerca de 80 pontos-base em média. Não havia uma revisão tão acentuada em tão pouco tempo desde julho de 2022.
Para 2026, a estimativa de crescimento também caiu, de 2% para 1,5%.
“Os danos provavelmente já foram causados pela incerteza sobre tarifas, o que tende a reduzir o crescimento, aumentar a inflação e ampliar riscos extremos no médio prazo”, disse James Egelhof, economista-chefe para os EUA do BNP Paribas, à Reuters.
O aumento da incerteza também afetou a confiança em ativos americanos. Pesquisas recentes da Reuters com estrategistas mostraram crescente preocupação com o status de porto seguro dos títulos do Tesouro e do dólar.
As projeções de inflação foram elevadas para todos os indicadores analisados — como o índice de preços ao consumidor (CPI), núcleo do CPI, PCE e núcleo do PCE — e todos devem permanecer acima da meta de 2% do Fed até pelo menos 2027.
A projeção mediana para o CPI neste ano aumentou em quase 60 pontos-base em relação ao mês passado — o maior salto desde março de 2023.
Na quarta-feira (15), o presidente do Fed, Jerome Powell, alertou que a política tarifária do governo Trump pode afastar ainda mais a inflação e o mercado de trabalho das metas da autoridade monetária. Powell afirmou que o banco central está “bem posicionado para esperar por mais clareza”.
A maioria dos economistas (62 de 101) espera que o Fed mantenha a taxa básica entre 4,25% e 4,50% pelo menos até julho. Para o fim de 2025, cerca de dois terços preveem juros entre 3,75% e 4,00% — ou mais altos.
Apenas 35 economistas esperam três ou mais cortes até o fim do ano, alinhados com as expectativas atuais dos mercados futuros.
Kevin Khang, economista sênior da Vanguard, destacou à Reuters que “a presença onipresente de tarifas torna muito provável a pressão inflacionária. E é por isso que acreditamos que a estabilidade de preços será levemente priorizada em relação ao pleno emprego”.
As projeções para o desemprego foram ajustadas de forma mais modesta: a taxa, atualmente em 4,2%, deve chegar a 4,4% em 2024 e 4,6% em 2025.
* Com informações da Reuters
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